Resumo:
«Com esta investigação
pretende-se avaliar se as missões, a
organização, os sistemas de armas, a
instrução ou o treino das Unidades
de reconhecimento, originalmente
vocacionadas para atuar em operações
convencionais, se constituíram como
fatores limitadores do seu emprego
na Guerra de África. Na realização
desta investigação foi feito um
estudo pormenorizado dos fatores em
cima referidos.
Quanto às missões, organização,
instrução e treino foi realizado um
estudo comparativo entre aquilo que
existia, e que era praticado, com
aquilo que foi executado e utilizado
na guerra de África. Este estudo
pretendia perceber as diferenças que
existiram, e se estas foram de facto
uma influência limitadora ao emprego
destas unidades.
Quanto aos sistemas de armas, foram
analisados aqueles que foram
empregues em África, pretendendo-se
assim perceber quais é que foram as
restrições destes sistemas.
Para a realização desta investigação
utilizamos o procedimento histórico
e comparativo para realizarmos à
comparação entre aquilo que existia
e o que se executou no terreno, nos
fatores missões, organização e
instrução e treino. Na análise dos
sistemas de armas utilizámos o
procedimento histórico para a
enumeração dos sistemas empregues e
suas limitações.
No final do estudo de cada fator
deduzimos mediante os dados que
foram sendo apresentados, se estes
foram limitadores ao emprego destas
unidades. Na recolha de dados
utilizámos a pesquisa documental
para a consulta de Quadros Orgânicos
(Q0), relatórios das unidades,
relatórios das regiões militares,
bem como manuais doutrinários das
unidades de reconhecimento blindado.
Utilizámos também a pesquisa
bibliográfica para a consulta de
teses sobre o reconhecimento
blindado, artigos da Revista da
Cavalaria, resenhas das campanhas de
África, bem como livros alusivos à
subversão e às campanhas de África.
No final deste trabalho verificámos
que os sistemas de armas foram a
maior limitação destas unidades,
pelo simples facto de terem
influenciado todos os outros fatores
em análise. Contudo vemos que as
razões desta influência sobre os
outros fatores poderiam verificar-se
em qualquer tipo de conflito, visto
serem derivadas dos problemas de
sustentação das viaturas.
Realmente existiram pequenas
limitações em todos os fatores de
análise neste conflito, em relação
ao convencional, sendo que nos
parece que foram contornadas com
dedicação, e capacidade de
improvisação das forças Portuguesas,
para as ultrapassar.»