Elementos cedidos por um
colaborador do portal UTW
e outros
extraídos do próprio livro

Fernando Carvalho
Fernando Augusto da Silva Carvalho,
nasceu no dia 9 de Dezembro de 1945,
na freguesia de Santa Marinha,
concelho de Vila Nova de Gaia.
Em 23 de Julho de 1968, furriel
miliciano, com o n/m 08313866,
atirador com a especialidade de
armas pesadas, tendo sido mobilizado
pelo Batalhão de Caçadores 10 (BC10
- Chaves) para
servir
Portugal na Província Ultramarina de
Moçambique, embarcou em Lisboa no
NTT 'Vera Cruz' rumo ao porto de
Nacala, integrado no 4º pelotão da
Companhia de Caçadores 2418 «SEMPRE
EXCELENTES E VALOROSOS».
Em 22 de Agosto de 1970, concluída a
sua missão, iniciou a bordo do NTT
'Niassa' a torna-viagem.
O livro:
"A
Companhia de Caçadores 2418 na
Guerra em Moçambique, 1968-1970"
2.ª edição

título: "A Companhia de Caçadores
2418 na Guerra em Moçambique,
1968-1970"
autor: Fernando Carvalho
editor: 5livros.pt
2ªed. Porto, Mar2021
315 págs (ilustrado)
24x16 cm
ISBN: 978-989-782-285-8
depósito legal: 480664/21
contacto: cacadores2418@gmail.com
Da
contracapa:
COMPANHIA
DE CAÇADORES 2418
Esta é a nossa história, vivida
na missão da C. Caç. 2418 em
MOÇAMBIQUE.
História que é nossa, que a nós diz
respeito, que só nós a
compreendemos... porque só nós a
vivemos. Se a queremos recordar, nos
seus bons e maus momentos, façamos
isso enquanto estamos VIVOS! Os
nossos filhos, netos e amigos nunca
compreenderão (na sua maior parte)
este nosso sentimento, esta nossa
vivência
e apenas terão acesso a alguma
informação sobre a História da
Guerra de África, entre 1961 e 1974,
onde não estás tu, não estou eu, nem
está a C.Caç. 2418. Somos nós que
temos de "gritar" que a guerra
existiu... Porque o silêncio que nos
envolve, sobre este período, é
ensurdecedor!
A C.Caç. 2418 foi constituída em
Chaves, no Batalhão de Caçadores 10,
em 25 de Junho de 1968, aquando da
I.A.O. (Instrução de Aperfeiçoamento
Operacional), com o nomeado
comandante Capitão Miliciano Acácio
Gomes Tomás. Foi destinada a
Moçambique, como Companhia
Independente.
Saímos de Chaves em 22 de Julho de
1968, embarcamos em Lisboa, no
paquete Vera Cruz, no dia 23 de
Julho de 1968 e regressamos no
paquete Niassa, que atracou em
Lisboa no dia 16 de Setembro de
1970.
Citamos todos locais onde iniciou e
nos levou a nossa missão: Chaves,
Massangulo, Maniamba, Catur, Sone,
Canxixe, Tambara, Furancungo, Vila
Gamito e, em cada local recordamos
os momentos que ainda ocorrem nas
nossas memórias.
Motivos de orgulho:
Trabalhámos muito, sacrificámo-nos,
sofremos.
Cumprimos a nossa missão.
Prefácio
1 - Nesta segunda edição do "nosso"
livro, o nosso pensamento vai para
todos os familiares dos ex-militares
desta Companhia, os que ainda estão
entre nós e os que já partiram, e
que ano após ano se reúnem não só
para tomarem parte no ato religioso
já habitual como também, de seguida
e em jeito de romaria caminharem
para o restaurante.
2 - Independentemente do sacrifício
e risco que corremos na guerra
colonial, combatendo o inimigo
Frelimo, algures no norte de
Moçambique, a verdade é que se
constituiu, à semelhança de muitas
outras unidades militares que se
reúnem em "família", uma vontade
expressa e implícita de recordar com
alguma euforia os episódios mais
marcantes daqueles dois anos que
vivemos nesta unidade militar.
3 - Todas as Gerações que passaram
pela guerra colonial e que nesta
época estão na idade dos 60/70/80
anos vêm, há muito, constituindo um
fenómeno curioso, que na maior parte
das situações passa despercebido à
nossa juventude, mas que se traduz
num profundo sentimento de união e
que vai marcar a história
sociológica portuguesa.
4 - Naturalmente que os nossos
filhos, talvez com maior precisão
poderão ajuizar, já num quadro
demográfico desenvolvido, um valor
intrínseco mais elevado deste
fenómeno (os nossos convívios) e que
nós, que ainda por cá andamos, não
nos apercebemos, não por ignorância,
mas por uma questão da evolução
natural da própria história da
humanidade.
5 - Como sabemos, o envelhecimento,
parte integrante da ordem natural
demográfica — muito complexo na sua
essência — sobretudo quando os
governos não adotam as políticas
mais adequadas no sentido de manter
o equilíbrio entre a população ativa
e a já reformada, gera apreensões.
Esta evolução existe na
interdependência de outras dinâmicas
científicas, que aliadas às
conjunturas económicas dos tempos
que correm, se tornaram habituais.
6 - Examinando mais algumas
variáveis do modelo matemático de
André Babeau (1985), estão aqui em
causa os fenómenos naturais de
natalidade e de mortalidade - os
dois extremos que a natureza humana
criou e que os dirigentes políticos
têm a obrigação de proteger com
muita perseverança, de modo a manter
o já referido equilíbrio da
população ativa. Assim sendo e por
isso, é desejável por todos nós
(nossos netos e bisnetos) que esta
C.Caç.2418 perdure nos tempos.
7 - Facto curioso em termos de
conflitos armados, é que o exército
português e sem que Portugal esteja
em guerra, está a voltar para África
com ou sem preparação específica
para as missões que presta,
integrada nas Nações Unidas é
verdade, mas a lutar por uma causa
que nem sabemos qual. Como os tempos
não mu-dam!!!???, todavia e pelas
notícias, em defesa de um país que
não consegue por si só resolver os
seus problemas de segurança.
8 - Parafraseando Eduardo Lourenço
no seu ensaio O Labirinto da
Saudade..." Psicanálise mítica do
destino português..." e admitindo-se
um não colonialismo a verdade é que
o povo português vê os seus filhos
(alguns), quarenta e cinco anos
depois do 25 de Abril, voltarem para
a guerra. Parece ressuscitado o
"evangelho radiofónico" do nosso
ex-império à data muito bem
organizado e que as novas gerações —
as desta época, não ouviram.
Curiosamente, com outra fisionomia,
a história acaba quase sempre por se
repetir.
9 - Que os nossos netos e bisnetos
daqui por alguns anos, procurem
passar o testemunho da continuidade
destas nossas reuniões e que as
mesmas, integradas no quadro da
antiga guerra colonial portuguesa,
vão fazendo parte da História de
Portugal sempre em curso e na qual a
C.Caç. 2418 se inclui e jamais
morrerá.
José Carlos Henriques (ex-Alferes)
Algumas fotos constantes no livro





Desfile em Lourenço Marques
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