Trabalhos, textos sobre a Guerra do
Ultramar ou livros
Elementos cedidos por um Veterano


Fernando Laidley
Fernando Laidley,
93 anos, ficou conhecido por ter sido o primeiro
português a dar a volta a África de
automóvel. Aos 36 anos, conseguiu com sucesso fazer uma
expedição que nunca ninguém tinha conseguido: percorrer
o continente africano de automóvel.
Acompanhado por
José Guerra e Carlos Alberto, respetivamente o mecânico
e o fotógrafo da expedição portuguesa, os três seguiram
do Marquês de Pombal a 25 de abril de 1955 num
Volkswagen "carocha", em segunda mão, rumo à aventura
africana.
Fernando Laidley
nasceu a 30 de Março de 1918, em Luanda, Angola. Com
apenas um ano de idade mudou-se com a família para
Lisboa.
Este dono do
"carocha" que protagonizou várias outras viagens únicas
pelo continente africano e asiático (ligação Goa, Damão
e Diu), foi também repórter de guerra no Norte de Angola
para as revistas "Século Ilustrado" e "La Semana", de
Espanha.
Autor de obras
como 'A Guerra da Guiné', 'A Guerra e Independência de
Angola' e 'Missão em África', publicou, em 1964, o livro
"Guerra e Paz".
Fonte:
http://aeiou.expresso.pt/fernando-laidley-1918-2010=f578039
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Fernando Laidley -
Viajante, aventureiro e explorador
Fonte:
http://satanhoco.blogspot.pt/2012/04/fernando-laidley.html
Fernando
Laidley - (Luanda, 1917 - Lisboa, 2010) - Aventureiro.
Passa, neste corrente mês de Abril, o segundo
aniversário do falecimento (por doença) de Fernando
Laidley. Em 1955, acompanhado por José Guerra, pilotando
ambos um Wolksvagen (o popular "carocha") que não tinha
qualquer preparação especial, partem de Lisboa rumo ao
continente africano e entrando por Marrocos, atravessam
a Argélia, a Líbia e dirigem-se para o Egipto. Daqui
descem toda a costa oriental africana (Sudão, Quénia,
Tanganica (actual Tanzânia), Moçambique e África do Sul)
até ao Cabo da Boa Esperança. Daqui rumaram para o
Sudoeste Africano, Angola, Congo Belga, África
Equatorial Francesa, Nigéria, África Ocidental Francesa
e, de novo, entram na Europa e param em Lisboa. Em cerca
de nove meses tinham circundado, via terrestre, o
continente africano, tendo sido a primeira equipa a
conseguir tal feito.
Em 1957,
acompanhado apenas dum pequeno leão, o "Boma", efectua a
viagem entre Luanda/Lourenço Marques/Bissau ligando, via
automóvel e pela primeira vez, as três províncias
ultramarinas portuguesas situadas na placa terrestre
africana. Depois de ter saído de Luanda e atingido
Lourenço Marques, (sul de Moçambique), ruma para o
centro desta Província e flecte para a Rodésia do Sul,
entrando depois do Congo Belga e passando, de seguida,
para a África Equatorial Francesa, percorre o Chade,
Camarões, Nigéria (colónia britânica), Níger Francês e,
finalmente, atinge a Guiné portuguesa, chegando a
Bissau.
Posteriormente, em 1960, Fernando Laidley fará outra
ligação, via automóvel, partindo de Lisboa e chegando a
Goa, depois de ter travessado a Europa (Espanha, França,
Itália, Jugoslávia, Grécia) entrado na Turquia e
atravessado a Pérsia e o Paquistão. Em Carachi ultimou a
viagem de barco, para não ter que entrar na Índia
independente. Estava-se em vias de se perder o Estado da
Índia Portuguesa, face às reivindicações da toda
poderosa República da Índia e esta viagem servia os
propósitos políticos do Estado Novo, de quem Fernando
Laidley foi sempre um incondicional apoiante, para
efeitos de propagandear a presença portuguesa naquele
longínquo território.
Estas três
viagens deram notoriedade nacional (e também alguma
internacional) a Fernando Laidley, tornando-o num filho
querido do regime. Efectuou outras viagens de menor
impacto mas sempre todas elas inseridas num espírito de
aventura e de servir a causa nacional.
Em 1990
efectua o seu último e grande périplo. Aos 70 anos de
idade efectua o 1º Raid Trans-Saariano Duplo Planalto do
Tassili, num total de 12.000 quilómetros, metade dos
quais em pleno deserto saariano. Foi obra.
Neste interim
efectuou múltiplas outras viagens quer pelo continente
africano quer pelo Oriente (Macau e Taiwan). Quando
rebentou a guerra em Angola (1961) esteve no Norte
daquele território a efectuar reportagens de guerra.
Tive a
felicidade de conhecê-lo há uma década e meia atrás e,
desde o princípio, criou-se entre nós uma excelente
empatia. As nossas crenças políticas, apesar de opostas,
não beliscaram minimamente a nossa amizade. Aliás,
Fernnado Laidley tinha a distinta "lata" de, conservador
e monárquico como se assumia dizer, com notório exagero,
na sua roda de amigos que o melhor amigo dele era "um
comunista". Deixou-me a incumbência de, um dia, quando
eu entendesse a melhor altura, dar a conhecer os seus
apontamentos sobre a última viagem que efectuou no
deserto do Sahara, viagem esta que nunca chegou a
publicar. Já ninguém se interessava por ele. O regime
tinha caído e outros valores se levantavam. Curta é a
memória dos homens.
Deixou vários
livros escritos, que hoje apenas se encontram em
alfarrabistas. Destaca-se o "Roteiro Africano", que
relata a odisseia da 1º volta a África; "Missão em
África", que relata a viagem que efectuou acompanhado
dum leão entre Luanda/Lourenço Marques/Bissau e "Missão
na Ásia"; que se reporta à ligação automóvel de Lisboa a
Goa. Sobre a guerra em Angola publicou "Missões de
guerra e de paz no norte de Angola" e sobre outras
viagens que efectuou escreveu "Reportagem em dois
continentes".
Foi um homem
que amou até à exaustão a sua Santíssima Trindade: as
mulheres, África e os desertos. Contava por várias as
mulheres que amara, por dezenas os países que visitara e
por milhares os quilómetros que guiara.
Alexandre A.
Ferreira
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