Elementos cedidos por um
colaborador do portal UTW

José da Fonseca Barbosa
José
da Fonseca Barbosa nasceu no ano de
1956.
Viveu
em Angola até 1975.

Ingressou nas Tropas Pára-Quedistas
em 7 de Junho de 1976. É do 92.º
Curso de Para-Quedismo e tem o
Brevet n.º 13436. Concluiu o COM na
EPI (Escola Prática de Infantaria),
em Mafra, em 19 de Dezembro de 1976,
sendo promovido a Aspirante a 20 do
mesmo mês. Foi Oficial Miliciano até
Março de 1983 com o posto de
Tenente.

Por Portaria de 19 de Março
ingressou no Quadro de Oficiais do
Serviço Geral Pára-Quedista, depois
de concluído o Curso de Formação de
Oficiais da Força Aérea.
A sua
formação militar inicial foi marcada
pela
influência da geração que combateu
em África, pela história que
construíram, pela forma como o
fizeram. Do legado dos combatentes
retirou luzeiros que orientaram toda
a sua carreira militar.
Foi instrutor de pára-quedismo
militar e formou dezenas de
instrutores resta área.

Entre outras funções desempenhadas,
foi chefe do Centro de Treino
Físico, 2.º comandante e comandante
de subunidades de Apoio de Serviços,
designadamente do destacamento de
Apoio e Serviços da missão
portuguesa na IFOR/SFOR (Implementation
Force / Stabilisation Force) na
Bósnia Herzegovina, durante o ano de
1996.
Passou à situação de Reserva em 31
de Dezembro de 2002, como
Tenente-Coronel.
O
livro:
"Os Oficiais Milicianos
Pára-quedistas da Força Aérea
Portuguesa - 'os que combateram em
África' 1955 a 1974"

título: "Os Oficiais Milicianos
Pára-quedistas da Força Aérea
Portuguesa - 'os que combateram em
África' 1955 a 1974"
autor: José da Fonseca Barbosa
editor: Fronteira do Caos
1ªed. Porto, Abr2018
344 págs (ilustrado)
23,5x16cm
dep.leg: PT-439795/18
ISBN: 989-54037-6-9
Notas do autor:
«Entre os que contribuíram para que
as Tropas Pára-Quedistas portuguesas
deixassem escritas a letras de ouro,
páginas duma história que já leva 60
anos de existência, é justo e
inteiramente merecido que se refira
o conjunto de Oficiais Milicianos
Pára-Quedistas.»
«Entre 1955 e 1974 foram brevetados
198 e 171 permaneceram nas Tropas
Pára-Quedistas. Destes, 159 rumaram
ao Ultramar.»
«Que motivações terão estado na
opção de cumprir, voluntariamente, o
Serviço Militar, nas Tropas
Pára-Quedistas?»
«Encontraram um sistema rico de
valores, princípios, crenças,
tradições e rituais, uma coesão e
espírito de corpo inigualáveis, com
muita solidariedade e disciplina».
«O
que pensarão hoje dessa opção, dessa
vivência, em período tão importante
das suas vidas? Terá valido a pena?»
José
da Fonseca Barbosa
Não vão encontrar aqui, estórias,
relatos de episódios ou de
acontecimentos, análises profundas
e/ou reflexões demasiado elaboradas,
muito menos, juízos de valor feitos
pelo autor, sobre actos e actores,
enquanto entidades individuais, mas
outrossim, dados e informações,
descrições, cópias, transcrições,
constatações, em jeito de
cronologia, relatos e partes de
testemunhos, feitos por quem viveu
um determinado período da História
das Tropas Pára-quedistas com o
estatuto de oficial miliciano.
Foi da soma das partes que
construí o texto final.
Em função dos elementos
documentais recolhidos e dos
depoimentos prestados, o que direi,
do que não é datado e numerável, não
será "a verdade das coisas", mas
apenas o meu modo de ver e de
sentir, com as minhas impressões
sempre sustentadas pelas verdades
dos protagonistas: os Oficiais
Milicianos Pára-quedistas...
(Da Nota do Autor)
Recensão:
- «Este livro é um contributo
muitíssimo bem documentado sobre
aquilo que o título indica, mas
muito mais.
José da Fonseca Barbosa, depois de
uma investigação documental de anos
e de inúmeros contactos pessoais,
escreveu uma obra que responde a
muitas perguntas comuns, até agora
sem respostas fáceis. Com o foco nos
oficiais milicianos pára-quedistas,
em todos mas também em cada um
deles, vai muito além disso para
esclarecer o leitor, mostra-nos
detalhes de um tempo e de
portugueses dos quais nos devemos
honrar!
É voz comum dizer-se que "os
milicianos é que fizeram a guerra",
mas será que alguém já se tinha
preocupado em saber quem foram esses
milicianos? Mesmo que a premissa não
possa ser considerada justa em todos
os casos, entre outros as tropas
especiais – como aliás o autor bem
refere –, nas quais o peso da
guerra, com as botas no chão lado a
lado com os soldados e com os
sargentos, profissionais e
milicianos, também recaiu sobre os
oficiais dos quadros permanentes – o
livro responde a esta questão e para
todo o período entre 1955 e 1974.
O autor inicia a sua investigação
com os primeiros oficiais milicianos
que integraram o Batalhão de
Caçadores Pára-quedistas em 1955 e
faz incursões até bem depois de
terminada a guerra, para enquadrar
várias afirmações que a isso
aconselham. Além de incluir muitas
referências à legislação que foi
sendo publicada e regulava a
actividade das tropas pára-quedistas
e não apenas dos milicianos, o livro
refere-se também abundantemente a
aspectos da instrução e da guerra
que vão muito para além dos
milicianos e em várias áreas até
para além dos pára-quedistas. Houve
a preocupação de deixar tudo muito
explicado, bem enquadrado. Notas de
rodapé clarificam até aspectos que
hoje os civis desconhecem, como o
que é uma Companhia ou um Pelotão,
ou aspectos mais técnicos relativos
aos pára-quedismo e aos
pára-quedistas. Tudo clarinho!
É antes de mais um livro de factos,
o autor preocupou-se com os detalhes
e escreveu o que a investigação
documental e as entrevistas
disseram.
José Barbosa coloca a si próprio as
questões com que se deparou ao longo
da sua vida militar – ele próprio
foi oficial miliciano pára-quedista
–, em relação àqueles que não sendo
profissionais fizeram a guerra
oferecendo-se para as tropas
pára-quedistas, a única unidade das
Forças Armadas Portuguesas que
durante a Guerra do Ultramar sempre
viveu apenas e só de voluntários,
todos.
Um por um, sim o autor listou todos
os que se ofereceram – mesmo os que
eliminaram –, investigou a vida
militar de cada um dos que
conquistaram a boina verde e ainda o
que fizeram depois na vida civil, ou
os que ingressaram nos quadros
permanentes. Conseguiu contactar
pessoalmente ou por escrito muitos,
poucos não foi possível localizar
como muito poucos não quiseram
prestar o seu depoimento, mas a
maioria escreveu algo sobre a sua
experiência. O autor consegue
aproveitar esses depoimentos,
encaixar num autêntico puzzle as
declarações que se tornam em
história, a dois tempos na primeira
pessoa mas também do grupo. Não deve
ter sido nada fácil!
Uma boa parte do livro refere-se ao
percurso militar de cada um dos
oficiais milicianos pára-quedistas,
desde o oferecimento, cursos,
comissões no Ultramar,
condecorações, promoções e depois o
que fizeram quando deixaram de ser
milicianos. Quadros explicativos
mostram-nos os quantitativos e as
situações de cada um, ano após ano,
de 1955 a 1974! Não resisto a
escrever aqui o que desabafei com o
autor ao ler o livro: já vi teses
doutorais menos fundamentadas!
Mesmo a quem não seja ou tenha sido
pára-quedista ou oficial miliciano,
o livro pode interessar. José
Barbosa para falar dos milicianos e
para o seu enquadramento, faz um
"giro do horizonte" sobre os
pára-quedistas no seu conjunto no
período em causa. Fala da
organização, das tradições, das
rotinas, quer no quartel quer nas
sessões de saltos ou nas operações,
um manancial de informação que vem
juntar-se ao que já tem sido escrito
sobre a história dos pára-quedistas,
e assim na história militar de
Portugal. Foram menos de 200 os
oficiais milicianos pára-quedistas
no período em apreço, mas o seu
contributo para o esforço de guerra
está aqui bem expresso e as
condecorações que conquistaram em
combate provam o seu valor.
O livro inclui também um
interessante e extenso anexo
fotográfico onde, se inserem as
fotos "tipo passe" dos OfMilParaq;
mais de 80 fotos cedidas por muitos
sobre a sua vida militar; e ainda um
conjunto de 160 fotos, a esmagadora
maioria do Alfredo Serrano Rosa,
onde todas as fases do curso de
pára-quedismo de Tancos ao longo dos
anos – onde verdadeiramente se
consolida a mística pára-quedista
iniciada no dia em que o jovem toma
a decisão de se oferecer para as
tropas pára-quedistas –, estão bem
detalhadas.»¹
¹ (Miguel António Gabriel da Silva
Machado)
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