Cedo foi arrancado ao
torrão mirandês e levado "lá para baixo", como então
se dizia, em busca duma vida menos sacrificada.
Colares e a Batalha
foram terras que o viram crescer.
Passou a adolescência
nos Outeiros da Gândara dos Olivais, Leiria, onde se
iniciou no mundo das letras
(*).

Fez a guerra colonial
em Angola (**).
Depois, viveu no Porto, em Paris e em Lisboa.
Em 1980 radicou-se em
Montreal, no Canadá, onde teima em resistir ao canto
das sereias do "melting pot".
Tem as suas reflexões
de andarilho semeadas por jornais, revistas e
livros.
Cidadão do mundo,
luso-canadiano, português, transmontano, hoje,
iniciada a viagem espiritual de regresso às origens,
já se daria por satisfeito se o considerassem um bom
mirandês.
Sonha, pois, recuperar
a sua identidade perdida e poder um dia ser capaz de
talhar um texto escorreito na sua língua materna,
essa "lhéngua mirandesa, doce cumo ua meligrana,
guapa i campechana."
(*) Iniciou-se nas letras em Leiria, no
semanário A Voz do Domingo e no suplemento
literário Arrancada. Em Lisboa, colaborou na
revista Europeu. Em 1979, alcançou o 2°
prémio num concurso de contos do Diário Popular.
Em 1980, radicou-se no Canadá onde exerce a
profissão de desenhador industrial. Desde então,
desenvolveu intensa actividade social e cultural no
seio da comunidade portuguesa de Montreal onde
colabora nos jornais Lusitano, A Voz de
Portugal e LusoPresse. Em 1983 e 1986
organizou os Jogos Florais Luso-Canadianos. Foi
colaborador da extinta revista Peregrinação,
publicada na Suíça. Em Portugal é colaborador do
Semanário Transmontano. É autor dos livros
Saga (1989), Gesta (1992), Um
Poeta no Paraíso (1994) e
Parc du Portugal (1996)
(**) Ex- Furriel Mil.º, mobilizado pelo
Regimento de Infantaria 15 (Tomar), para servir na
Região Militar de Angola, integrado na Companhia de
Caçadores 2609 do Batalhão de Caçadores 2890, no
período de 1969 a 1972