Manuela Gonzaga - Escritora - com mais de
uma dezena de livros no mercado -, e mestre em História
dos Descobrimentos e Expansão Portuguesa (FCSH da
Universidade Nova de Lisboa), é investigadora associada
ao CHAM (Centro História Além-Mar, Universidade Nova de
Lisboa).
Natural do Porto, viveu em Angola e
Moçambique uma parte da adolescência e da juventude.
Durante cerca de 30 anos exerceu o ofício de jornalista.
É autora e coordenadora de Oficinas de
Escrita, com conteúdos adequados a vários tipos de
audiências.
O livro
"Moçambique
- Para a mãe se lembrar como foi"
título: "Moçambique - Para a mãe se
lembrar como foi"
autora: Manuela Gonzaga
Editora: Bertrand Editora
Colecção:
Data de Publicação: 06-2014
Encadernação: Capa mole - 360 páginas
Idioma: Português
ISBN: 9789722528108
Dimensões do livro: 150 x 235 mm
Sinopse
O que é que se tinha passado, e porquê? E
porque é que tudo aconteceu como aconteceu? Esse
trabalho começou agora a ficar concluído, pois, à medida
que ajudei a levantar as névoas
que ocultam o passado aos olhos da minha mãe, pude
afastar algumas névoas da minha ignorância. Mas, e acima
de tudo, este relato é uma grande história de amor. A
nossa, da mãe e minha, e a de todos, ou quase todos, os
que por ali tiveram o privilégio de passar. Uma
inolvidável história de amor por Moçambique de que não
queremos abrir mão, porque ninguém dispensa uma luz que,
de tão forte, ainda continua a cobrir-nos de bênçãos.
Contracapa:
Que África era aquela, quando Portugal
era «só um – do Minho a Timor?» Manuela Gonzaga começa
por nos levar de Lisboa a Nacala numa maravilhosa
travessia oceânica a bordo do paquete Império. Dali, com
a família, partiu para a mais remota província da então
Província Ultramarina de Moçambique, Vila Cabral, atual
Lichinga, onde viveram durante algum tempo. Através da
descrição dos
quotidianos nas lonjuras de Niassa, depois no
esbraseante calor de Tete, a seguir na Beira, e mais
tarde em Lourenço Marques, Maputo, a autora revive, por
dentro, toda uma época, num exercício que começou que
começou por ser um lenitivo para mitigar a solidão da
mãe, cujas memórias se têm vindo a dissolver
inexoravelmente. Foi a própria mãe, a quem estas
narrativas acordam reminiscências luminosas e felizes de
tempos pretéritos no seu Moçambique adorado , que lhe
pediu que as transformasse no livro que agora chega a
público.
Manuel Gonzaga olha o passado de frente e
revive-se de forma lúcida num registo empolgante e
surpreendente desde o primeiro capítulo. Citando:
"E assim seguimos de Nacala para o Catur,
num comboio puxado por uma asmática locomotiva a vapor,
que, a passo de caracol e por uma linha férrea tão
estreita que parecia feita de carris de eléctricos,
subia as serras do remotíssimo Niassa, a mais despovoada
província da então Província Ultramarina de Moçambique.
Por vezes, os passageiros tinham de sair, para a
locomotiva conseguir arrastar as composições atrás de
si. Sempre que o comboio parava, a nossa cabine
enchia-se de africanos que, entre risos, chegavam a
mexer-nos nos cabelos. Foi então que o revisor veio
pedir à nossa mãe autorização para nos trancar pelo lado
de fora, por dentro não era possível, para nos poupar à
curiosidade das gentes."