(Em memória e
louvor do Tenente-Coronel MAGGIOLO GOUVEIA e de
mais sessenta Portugueses, fuzilados em Timor
pelos facínoras comunistas da FRETILIN) (1)
Tu viste, do céu? …
Assististe, Senhor,
à chacina de Aileu
(algures, em Timor) ?! …
Viste a morte cruenta
e sangrenta
- tal como aquela que se dá às rezes…-
que sofreram 50 ou 60
Portugueses?!
Viste como esses perseguidos
se persignaram, em português,
por môr de Dili
- e à hora da morte, unidos,
ali ajoelharam
uma última vez
diante de Ti? …
E viste, viste também
(à flor da ilha que lhes foi berço
e lhes foi cova duradoura),
a Tua Santa Mãe,
Nossa Senhora?! …
Não deixaste sequer de reparar
que, mal a oração final 3/5
por ali se pronuncia -
eles todos, em coral,
desataram a cantar
ao Coração Virginal
de Maria! …
Finalmente,
puseram-se de pé.
E à frente
de tão nobre gente,
há então quem dê
um último e ardente
testemunho de fé.
É o Tenente-Coronel
MAGGIOLO GOUVEIA
- que não cura de salvar a pele,
Mas a epopeia!
Em nome de todos, disse isto,
Senhor!,
às fardas cruéis
que os iam matar:
“Morremos por CRISTO
e por TIMOR
podeis
disparar”.
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Nota (1):
(1). Segundo indícios recolhidos por D. Ximenes
Belo, estes fuzilamentos terão ocorrido em
23-12-1975.
Os restos mortais de Maggiolo Gouveia seriam
trasladados para Portugal/Mação, em 18-8-2003,
com a presença do Ministro da Defesa Nacional.
Tal resultou depois das diligências feitas por
uma comissão de apoio à família, constituída
pelos Coronéis José Pais, Morais da Silva,
Manuel Bernardo e Nuno Roque e da ida do seu
filho Dr. Rui Maggiolo, a Aileu/Timor, para
identificação do corpo. |
Em louvor e memória de Daniel Roxo, lendário
comandante das milícias do Niassa, Herói e meu
amigo.
(Morreu a combater por um Portugal de Portugal –
Além-Mar-em-África, em fins de Agosto de 1976,
ao cair numa armadilha de fabrico soviético,
quando acudia em salvação de um dos seus
homens).
O teu habitat há-de sempre ser à prova de
devassa.
Está nesse mato
Mulato
Em que assentaste praça,
E que já hoje, de raiz, te abraça
- Viriato
Do Niassa!
Ao peso da verde capa de capim, que te revista,
Ou sob o tórrido tampão de terra que assista
À tua ausência
- É de pé, e bem a prumo, que o teu corpo agora
jaz!
E, ao terrorista
Sem rumo,
Ainda hoje impões tenência
E passo atrás!
Tu cuidaste apenas de arriscar a pele…
Até ao fim, fizeste a guerra
Por amor de um país chocho,
E frouxo,
Hoje por hoje entregue à cobardia.
(ouves-me aí, Daniel,
DANIEL ROXO?...
- Esta pobre terra não te merecia!)
Mas, lá do regaço – ingrato –
Desse mato tropical,
Em que tu, afinal, ficaste intacto
- Já nem a própria morte te rechassa,
Viriato
Do Niassa!
E daí que eu cante
E que te conte,
Comandante,
No horizonte d´este instante
Sem horizontes defronte;
E que daqui em diante
Não me cale –
Em recado encomendado
Para o solo, sacral
E tão sagrado,
Ao colo do qual Já tu estás soldado.
Vivo horas d´um Outro Horto
Mortal,
Meu herói morto…
Irado,
Absorto e reclinado
Sobre a sombra do teu corpo
Ou aos pés da tua alma
Ajoelhado,
Eu sei que estou, afinal,
Perante o desconforto,
Sem igual,
De ver baixar ao teu coval,
Portugal amortalhado!
Acolhe-te, agora à sombra lisa d´uma lousa.
E, na sempre abrasadora asa da brisa,
Em paz repousa
De todo o esforço quinto-imperial,
Que tens levado.
Dá longas tréguas de sono
A esse teu corpo moço
- De colono
E de colosso;
De soldado
Ao solo dado!... |