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Sílvia Espírito Santo

 

Nascida em Leiria, professora do ensino secundário, licenciada em História pela Universidade de Coimbra, investigadora do Centro de Estudos das Migrações e Relações Interculturais (CEMRI), mestre em Estudos sobre as Mulheres (UA-Lisboa); de entre outros trabalhos publicados, destacam-se «Por Deus e pela Pátria», in A Guerra do Ultramar: Realidade e Ficção (Editorial Notícias, Lisboa, 2002); «E a guerra ainda aqui tão perto – os ex-combatentes da guerra colonial» (Região de Leiria, Leiria, 2003).

 

O livro:

 "Adeus, Até ao Teu Regresso"

 O Movimento Nacional Feminino na Guerra Colonial (1961-1974)

 

 

Título: Adeus, Até ao teu regresso

Subtítulo: O Movimento Nacional Feminino na Guerra Colonial (1961-1974)

Autora: SÍLVIA ESPÍRITO SANTO

Editor: Livros Horizonte

1ª ed. Lisboa, 2003

120 págs

24x17cm

preço: 13€

ISBN: 972-24-1224-8

 

 Sinopse:

- Dissertação de mestrado na Universidade Aberta, orientada pela prof. drª Anne Cova, em Outubro de 2001 (165 folhas): ver "Resumo"

 

RESUMO

"Adeus até ao teu regresso", título desta dissertação de mestrado em Estudos sobre as mulheres, na Universidade Aberta, podia ter sido a resposta de muitas mulheres portuguesas, à frase tanta vezes proferida e difundida nos meios de comunicação social da época, pelos militares que lutavam na guerra colonial: "Adeus até ao meu regresso".

Ela incide sobre o trabalho de uma organização de mulheres que durante treze anos (1961-1974) acompanhou moral e materialmente os soldados que lutavam em África e as suas famílias: o Movimento Nacional Feminino. Sendo a guerra considerada um empreendimento de carácter essencialmente masculino, o contributo dado pelas mulheres neste contexto tem sido geralmente omitido. Mas é importante não esquecer que ‘por trás do pano’, na retaguarda, as mulheres sempre desempenharam papéis muito significativos.

Neste estudo analisa-se o contributo de MNF – um movimento de mulheres, jurídica e politicamente independentes, mas que sempre actuou em consonância com a política colonial salazarista – num contexto de fervor religioso e nacionalismo exacerbado: "Por Deus e pela Pátria" foi o seu lema.

Um lema a que aderiram cerca de 80000 mulheres. Um número que pode não estar sobrestimado se atendermos ao clima de revolta que se viveu em Portugal, nos primeiros anos da guerra, dada a convicção de milhares de portuguesas e portugueses, adquirida nos bancos da escola, de que pertenciam a um país heróico "onde o sol nunca se punha".

Como a revolução de Abril apanhou todos, ou quase, de surpresa a documentação do Movimento não só ficou dispersa pelas várias secções, pelas várias instituições, pelas várias casas particulares como, em alguns casos, foi destruída. Por estas razões a localização e sistematização desses documentos constituiu uma dificuldade.

Para este trabalho consultaram-se registos escritos do e sobre o MNF – relatórios de actividades, actas de colóquios, circulares de distritais, imprensa nacional, regional e imprensa do próprio Movimento – e fontes privadas através de documentação particular e entrevistas: é preciso não esquecer a importância dos testemunhos orais para a elaboração de uma História Contemporânea das Mulheres.

Dotado de uma grande capacidade de mobilização, esta organização sobreviveu activa durante treze anos graças à sua estrutura bem organizada e hierarquizada – possuía comissões distritais e delegações espalhadas pelo país, por vezes no estrangeiro e no "Ultramar" – bem como aos apoios do Estado e de vastas camadas da população desde o povo anónimo, às grandes empresas ou a intelectuais e artistas populares.

Fundado por 25 mulheres provenientes da elite do regime do Estado Novo, o MNF teve como única presidente, Cecília Supico Pinto, mulher de forte personalidade a verdadeira "alma e corpo" do Movimento.

Os objectivo do MNF ou, recorrendo a uma palavra recorrente no vocabulário das mulheres que dele faziam parte, a sua "missão" era "promover o auxílio moral e material aos militares e suas famílias", sendo utilizadas as formas mais diversificadas para os divulgar. Porém, e apesar das mais de vinte secções que desde a sua formação criou, o Movimento ficou principalmente conhecido pela popularidade e aceitação de duas: a de Aerogramas e a das Madrinhas de Guerra.

Tendo vivido a primeira parte da década de sessenta uma importante fase de expansão e de apoio institucional e privado, o MNF conhece, ao aproximarem-se os anos setenta, um período de grande contestação, não só proveniente das oposições ao regime – mais organizadas e em maior número – como também dos próprios militares agora mais escolarizados e mais informados sobre as razões de uma guerra de que começavam abertamente a discordar.

O Movimento Nacional Feminino viria a ser extinto por decreto da Junta de Salvação Nacional, algum tempo depois de completar treze anos de existência ao serviço dos militares e da ideologia colonial do Estado Novo.

Sílvia Espírito Santo

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