Elementos e imagens cedidas por um
colaborador do portal UTW
Willem S. van der
Waals
Willem Stephanus 'Kaas' van der Waals,
após 33 anos de serviço nas forças armadas
sul-africanas, aposentou-se com a patente de
brigadeiro-general.
Durante a sua carreira foi pára-quedista comandante de
unidade operacional, diplomata, analista dos serviços
secretos e estratega a nível nacional, e culminou como
director de relações internacionais.
O conhecimento que Waals possui de Angola advém, em
primeira mão, da experiência enquanto vice-cônsul no
consulado geral sul-africano em Luanda, entre Abril de
1970 e Dezembro de 1973.
(Em 20Nov1980, sendo vice-cônsul da RAS, foi agraciado
com a Medalha do Infante Dom Henrique.)
O livro:
"Guerra e Paz -
Portugal / Angola 1961-1974"

título: "Guerra e Paz - Portugal / Angola
1961-1974"
autor: Willem S. van der Waals
editor: Casa das Letras
3ªed. Lisboa, 24Mai2015
489 págs (ilustrado)
23,5x15,5cm
pvp: 19,90 €
ISBN: 989-7412-6-46
Sinopse (do
editor):
- «A Guerra de Angola é considerada a mais
sangrenta sublevação contra o colonialismo na história
de África a sul do Sara.
Evoluiu para um conflito que Portugal acabaria por
perder, não no campo de batalha, mas no coração dos seus
próprios cidadãos. Depois de uma guerra exaustiva que se
arrastou durante treze anos, e perante os constantes
revezes sofridos nos seus outros dois territórios
africanos dilacerados pela guerra, Portugal, de nervos
em franja, acabaria por se auto-infligir o golpe de
misericórdia.
O novo governo de Portugal viria a perder o controlo
sobre o processo de descolonização de Angola, resultando
daí uma sangrenta guerra civil e um dos conflitos mais
preocupantes da Guerra Fria no Terceiro Mundo, que se
arrastaria até 2002.»
Apresentação:
– «Publicado pela primeira vez em 1993, este é um
documento sobre o papel de Portugal na guerra de Angola,
escrito por um dos diplomatas directamente envolvidos no
conflito.»
(in
redeangola.info/um-retrato-dos-13-anos-de-guerra-de-libertacao)
Recensão:
– «O antigo oficial sul-africano, analisa a
história dos movimentos de libertação, as relações
internacionais, o contexto histórico e o curso da guerra
que se prolongou durante 12 anos (1961-1974) entre
portugueses e movimentos de libertação.
Quanto ao envolvimento de Pretória no conflito angolano,
o brigadeiro-general, além dos interesses geopolíticos,
refere a influência da DGS, particularmente dos
"Flechas", a "força paramilitar de negros" dos serviços
secretos de Lisboa.
"A actividade da DGS não se confinava apenas a Angola,
alargando-se também a Estados vizinhos hostis. Além
disso, foi através da ligação com a DGS que a África do
Sul mais se envolveu na guerra de Angola, factor que
adquiriu peso considerável no Sudoeste".
Segundo Waals, as alegações relativas ao envolvimento da
África do Sul "de 1968 em diante", não eram totalmente
infundadas devido à ameaça colocada ao Sudoeste Africano
(Namíbia), pela rápida expansão do MPLA e que obrigou a
África do Sul a reagir.
"A SAP (South African Police) também manteve contacto e
iniciou troca de informações com as agências da PIDE/DGS
no Cuando Cubango. O próximo passo lógico tomado pela
SAP, foi obter autorização para desenvolver operações de
perseguição em Angola", sublinha o autor sobre a luta de
Pretória contra a SWAPO na Namíbia, que se estendeu a
território angolano.
Waals refere-se também a uma visita privada do então
primeiro-ministro sul-africano, B.J. Vorster, a Lisboa,
em 1970, durante a qual se verificou o alargamento da
cooperação militar entre a África do Sul, Portugal e
Rodésia.
Sem aprofundar os detalhes do 'Acordo de Alcora',
estabelecido entre sul-africanos, portugueses e
rodesianos, o autor sublinha, no entanto, que Pretória
tinha consciência das deficiências de Portugal em termos
militares e por isso fazia tudo para ultrapassar as
falhas, no sentido da defesa do "bem comum" na luta
contra-revolucionária.
"No âmbito desta cooperação estabeleceu-se o Primeiro
Agrupamento Aéreo, no Rundu, em Maio de 1968, para
coordenar o apoio aéreo destinado à SAP e às forças da
ordem portuguesas", indica a investigação do ex-militar,
que menciona igualmente a existência do posto aéreo
conjunto no Cuíto Cuanavale, coordenado entre a SAAF (South
African Air Force) e a Força Aérea Portuguesa.
Segundo o autor, os efectivos sul-africanos levavam a
cabo operações de transporte de material e "das forças
da ordem", e tinham "instruções precisas para não se
envolver nas escaramuças dos guerrilheiros do MPLA e da
UNITA".
A "estreita colaboração" entre as forças dos dois
países, começou com encontros regulares entre oficiais
sul-africanos e o general Costa Gomes (comandante-chefe
das Forças Armadas em Angola), e mais tarde o general
Luz Cunha, em Luanda.
Sobre Costa Gomes, o autor cita um veterano oficial
português, que "fez o claro reparo" de que fora enviado
para Angola para "preparar terreno com vista à
transmissão de poderes. Depois de ter levado a cabo
alguma investigação não-oficial (…), descobri que Costa
Gomes se envolvera num golpe abortado contra o governo
de Salazar (golpe de Botelho Moniz/1961), pelo que as
dúvidas se mantiveram", escreve o antigo oficial militar
sul-africano.
O livro, segundo o autor, pretende também colocar os
"factos em perspectiva e dar respostas a algumas das
questões levantadas por muitos soldados sul-africanos
que defenderam o Sudoeste Africano (Namíbia), e as
"legítimas preocupações da UNITA de participar no
governo de uma Angola independente".
(excertos de notícia da Lusa, 01Jun2015)
e-book - "Guerra
e Paz - Portugal/Angola 1961-1974"
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2ª edição
title: "Portugal's War in Angola 1961-1974"
author: Van Der Waals, W. S.
publisher: Protea Boekhuis
2nd ed. South Africa, 15Mar2012 (language English)
320 pages (illus., color and b&w photographs; maps)
22,3x15,7 cm
ISBN: 978-1-86919-351-5
Sinopse da 2ª edição
em língua inglesa:
– «On 4 February 1961, the day regarded
by the MPLA as the start of its national revolution, the
storm broke.
Taken unawares by the shock of the uprisings in Angola,
and the subsequent bloody Bacongo insurrection on 15
March 1961, Portugal was to plunge its armed forces,
untested since World War I, into an urgent
counteroffensive.
In January 1961, Angola, one of Portugal s most thriving
overseas provinces was in the eye of a storm. A period
of sustained growth in the 1950s, a golden decade of
Portuguese African history, had led to Angola becoming
one of Portugal s most prized possessions. National
development plans were embarked on with zeal; new roads,
railways, factories, harbors, airfields and settlements
were built and exports increased dramatically. While the
rest of Africa was in turmoil, Angola and Portuguese
Mozambique seemed like oases of peace and progress.
Couched between its high-sounding principles and its
policy of Luso-Tropicalism, Portugal marched ever
onwards to the beat of its own drum, seemingly oblivious
to its impending fate.
Portuguese Prime Minister, Dr. Salazar, had ruled over
Portugal's colonies with an iron fist for over thirty
years, enforcing a draconian racial policy on the
African territories, whereby the population of the New
State was categorized into native, white and assimilated
groups, and the colonies as a whole, with their
burgeoning economies, were bound to the dictates of the
European state.
The Angolan war has been described as the bloodiest
colonial insurgency in the history of Africa south of
the Sahara. But it was to become a conflict that
Portugal would lose not on the battlefield, but in the
hearts of its own citizens.
After a thirteen-year war of attrition in Angola, and
facing increasing setbacks in two of its other war-torn
territories, an enervated Portugal with its weary armed
forces would deal the final blow to itself.»
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1ª edição
title: "Portugal's War in Angola 1961-1974"
author: Van Der Waals, W. S.
publisher: Ashanti
1st ed. Rivonia, 12Dec1993 (language English)
324 pages (illus., color and b&w photographs; maps)
22,8x15,3 cm
ISBN: 978-1-86919-351-5
- «Authoritative account of the little-known conflict
that ended Portuguese rule in Angola.»
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Origem do livro
"Angola 1961-1974: 'n studie in rewolusionere oorlog"
autor: Willem Stephanus van der Waals
editor: Universiteit van die Oranje-Vrystaat,
Bloemfontein 1990
dissertação: Proefskrif (D.Phil.) - Universiteit van die
Oranje-Vrystaat, 1990
assuntos: Angola -- Geskiedenis -- Revolusie, 1961-1975
formato/tese: Afrikander