Trabalhos, textos sobre a Guerra do
Ultramar ou livros
Elementos cedidos
pelo veterano
Ilídio Costa


Manuel Martins
Manuel Pereira Martins,
ex- Furriel Miliciano de Reconhecimento
de Cavalaria do Esquadrão de Cavalaria 2, em Mueda
(Moçambique)

O livro:
"Memórias de um tempo perdido"
Texto in "Memórias
de um tempo perdido"
A LENDA DA FILHA DO “CHINA”
Mueda
era considerada na gíria militar, em Moçambique, a
“Capital da Guerra”!!!
As sucessivas gerações de combatentes ou “apoiantes"
(entenda-se por “apoiantes”, militares das companhias de
apoio, não combatentes, ou simplesmente “básicos”),
deixaram as suas “marcas”, desde as “bananeiras”,
primeira zona de perigo real para quem demandava Mueda,
vindo de coluna, oriundo de Porto Amélia ou Nampula,
depois de passar pelo cruzamento da “Viúva, Montepuez,
que era o centro de formação de comandos, Moirite,
Nairoto e Nancatari percurso de rara beleza que tive a
dita de conhecer, zona de perigo real, dizia, por ser
zona de infiltração, para sul, dos guerrilheiros da
frelimo, onde tantos bravos perderam a vida em
traiçoeiras emboscadas.
A seguir às "bananeiras" vinham as "águas”, local de
captação de água para toda a cidadela militar.
Nesse local começava-se a manter contacto com o espírito
mordaz e bonacheirão, próprio da maneira de estar no
mundo dos portugueses, que nem os perigos decorrentes da
guerra conseguiam minar.
Quem chegava, deparava logo com uma placa que nos
informava estar Mueda a 2 Kms e Lisboa a 2 anos. Humor a
raiar o sarcástico!!!
Ou aqueloutra, dirigida inteirinha aos “checas”, que,
para quem não está a par da terminologia militar,
significava novato, que transmitia a seguinte mensagem:
« - “Checa”, vais entrar em Mueda, capital da guerra.
Aqui luta-se, vive-se, trabalha-se e morre-se!!!»
Quem fosse às “águas” poderia deleitar a sua vista pela
imagem da “Musa de Mueda”, autêntica obra de arte
representando uma escultural figura de mulher, desenhada
na parede da casa que protegia a estação de bombagem de
água para aquela cidadela militar.
Finalmente, eis Mueda!!! Logo à entrada, do lado
esquerdo, o aldeamento, onde “Macuas” e “Macondes”, duas
das diversas etnias desse imenso Moçambique, viviam num
precário convívio, muitas vezes “reposto” à custa de
meios persuasivos extremos.
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Os elementos
que se seguem foram extraídos do sítio:
Esquadrão de Cavalaria 1 - Mueda - na
Operação "Nó Górdio"
Do livro “Memórias
de um tempo perdido”
de
Manuel Pereira Martins,
que na época era Furriel Miliciano de Reconhecimento
de Cavalaria no Esquadrão de Cavalaria Nº 2 em Mueda,
onde se conta o incidente em que morreram os
seguintes militares:
Clique em cada um dos sublinhado que se seguem para visualização do conteúdo
Jaime Anselmo Alvim de Faria Afonso, Capitão de
Cavalaria, do Esquadrão de Cavalaria 1, natural da
freguesia do Lumiar, concelho de Lisboa, tombou em
combate no dia 17 de Julho de 1970;
Carlos Alberto Martins Almeida Dias, Furriel de
Cavalaria, do Esquadrão de Cavalaria 1, natural da
freguesia de Nossa Senhora da Conceição, concelho de
Lourenço Marques, tombou em combate no dia 17 de Julho
de 1970;
Duarte Tomás Bramão Miranda, Soldado, do Esquadrão de
Cavalaria 1, natural da freguesia de Santa Maria,
concelho de Bragança, tombou em combate no dia 17 de
Julho de 1970;
José Manuel Jorge Matos, Soldado, do Esquadrão de
Cavalaria 1, natural da freguesia de Socorro, concelho
de Lisboa, tombou em combate no dia 17 de Julho de 1970;
Victor Manuel Vieira Silva, Soldado, do Esquadrão de
Cavalaria 1, natural da freguesia de Santa Maria de
Belém, concelho de Lisboa, tombou em combate no dia 17
de Julho de 1970;
Daniel Vicente Viegas, Soldado, do Esquadrão de
Cavalaria 1, natural da freguesia e concelho de Olhão,
tombou em combate no dia 17 de Julho de 1970;
José Manuel Mangas Pereira, Soldado, do Esquadrão de
Cavalaria 1, natural da freguesia e concelho de Ourém,
tombou em combate no dia 17 de Julho de 1970;
"Uma
das Panhards que accionou as duas minas ligadas a uma
bomba Napalm provocou a morte dos
7 (sete) bravos
soldados de Cavalaria"
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Do livro “Memórias
de um tempo perdido”
de
Manuel Pereira Martins:


