Francisco Mateus Solipa, Soldado de
Cavalaria, n.º 110/64, do ERec693
"Pouco se fala hoje
em dia nestas coisas mas é bom que para
preservação do nosso orgulho como Portugueses,
elas não se esqueçam"
Barata da Silva, Vice-Comodoro
HONRA E GLÓRIA
Francisco
Mateus Solipa
Soldado de Cavalaria, n.º 110/64
Esquadrão
de Reconhecimento 693
«SEMPRE
CAVALEIROS»
Guiné: 02Jul1964 a 14Mai1966
Cruz de Guerra de 3.ª classe
Louvor Colectivo
Francisco Mateus Solipa, Soldado de
Cavalaria, n.º 110/64;
Mobilizado pelo Regimento de
Cavalaria 8 (RC8 - Castelo Branco)
«DRAGÕES DA BEIRA BAIXA» - «DULCE ET
DECORUM EST PRO PATRIA MORI» para
servir Portugal na Província
Ultramarina da Guiné;
No dia 15 de Julho de 1964, na Gare
Marítima da Rocha do Conde de
Óbidos, em Lisboa, embarcou num
navio de transporte de tropas,
integrado no Esquadrão de
Reconhecimento 693 (ERec693) «SEMPRE
CAVALEIROS», rumo ao estuário do
Geba (Bissau), onde desembarcou no
dia 2 de Julho de 1964;
A sua subunidade de cavalaria:
• Após o desembarque, seguiu para
Bafatá, a fim de substituir o
Esquadrão de Reconhecimento 385
(ERec385) como subunidade de reserva
móvel do sector do Batalhão de
Caçadores 506 (BCac506) e depois do
Batalhão de Cavalaria 757 (BCav757)
«ALEGREM-SE! A VITÓRIA SERÁ NOSSA» -
«JUNTOS VENCEREMOS»;
• De 8 de Novembro de 1964 a 7 de
Abril de 1966, destacou um pelotão
para Farim, onde reforçou o
dispositivo do Batalhão de Cavalaria
490 (BCav490) «SEMPRE EM FRENTE» e
depois o Batalhão de Artilharia 733
(BArt733) «VALOROSOS, AUDAZES,
CORAJOSOS»;
• Por períodos variáveis, destacou
pelotões para reforço de outros
sectores, nomeadamente para Mansoa,
de 14 de Janeiro a 31 de Maio de
1965, em reforço do Batalhão de
Artilharia 645 (BArt645) «ÁGUIAS
NEGRAS» - «BRAVOS SEMPRE FIÉIS», ou
para reforço temporário das
guarnições de Canquelifá, de 11 de
Agosto a 6 de Setembro de 1964 e de
24 de
Fevereiro a 29 de Março de
1965, Piche e Sare Ganá;
• A partir de 1 de Junho de 1965,
passou á dependência operacional do
Comando de Agrupamento 24 (CmdAgr24)
«PREVISÃO E ACÇÃO», mantendo a
anterior missão de patrulhamento,
escoltas, emboscadas e protecção,
segurança e limpeza de itinerários e
intervenção em operações
destacando-se a operação "Início",
na região de Dunane, em 18 de Julho
de 1965, a operação "Aurora" na
região de Banjara, de 27 a 9 de Maio
de 1966, entre outras;
• Continuou a ceder pelotões para
reforço de diversos sectores,
nomeadamente do Batalhão de
Cavalaria 757 (BCav757) «ALEGREM-SE!
A VITÓRIA SERÁ NOSSA» - «JUNTOS
VENCEREMOS» e depois do Batalhão de
Caçadores 1856 (BCac1856) «UBI
GLORIA OMNE PERICULUM DULCE», em
Bafatá, desde princípios de Janeiro
de 1966 e do Batalhão de Cavalaria
705 (BCav705) «SUAVITOR IN MODO
FORTITER IN RE» em Piche, desde
finais de Março de 1966;
• Em 13 de Maio de 1966, foi
substituído pelo Esquadrão de
Reconhecimento 1578 (ERec1578)
«ADEANTE» e recolheu seguidamente a
Bissau, a fim de efectuar o embarque
de regresso;
Louvado por feitos em combate,
publicado na Ordem de Serviço n.º
87, de 22 de Outubro de 1965, do
Quartel General do Comando
Territorial Independente da Guiné e
na Revista da Cavalaria do ano de
1966, página 106;
Louvor Colectivo, publicado na Ordem
de Serviço n.º 56, de 10 de Maio de
1966, do Comando de Agrupamento 24 e
na Revista da Cavalaria do ano de
1966, páginas 175 e 176;
No dia 14 de Maio de 1966, embarcou
no NTT ‘Uíge’ de regresso à
Metrópole, onde desembarcou no dia
20 de Maio de 1966;
Agraciado com a Medalha da Cruz de
Guerra de 3.ª classe, pela Portaria
de 23 de Setembro de 1966, publicado
na Ordem do Exército n.º 29 – 3.ª
série, de 1966.
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Louvor Colectivo
ESQUADRÃO DE RECONHECIMENTO N.º
693
(Ordem de
Serviço n.º 56 de 10 de Maio de 1966
do Comando de Agrupamento 24)
Louvo
o Esquadrão de Cavalaria n.º 693,
porque durante cerca de um ano em
que constituiu reserva deste Comando
revelou ser uma Unidade coesa,
disciplinada, moral elevado, óptima
preparação operacional,
voluntariosa, forte espírito
combativo, sempre pronta a acorrer
onde a situação requeresse sua
presença mesmo em cumprimento de
missões não específicas do seu
emprego.
Se bem que poucas vezes tivesse
tomado parte globalmente em
Operações e nessas não tivesse
havido oportunidade para demonstrar
suas reais possibilidades, estas não
deixam de ser sempre bem
evidenciadas quando a qualquer dos
seus pelotões isolados essa
oportunidade se ofereceu, sendo
justo destacar a actuação de um
deles na operação «Início», a 18 de
Julho de 1965, e de outro na
operação «Lumiar», a 2 de Maio de
1966.
Mercê da qualidade dos seus
Oficiais, Sargentos e Praças, com
relevo para o espírito de
compreensão, dedicação, entusiasmo e
proficiência do seu Comandante, o
Esquadrão de Reconhecimento 693
conquistou no Sector Leste um
ambiente de confiança e reputação
digno de registo e que na hora da
despedida me apraz realçar, certo de
que honrou em terras da Guiné a Arma
de Cavalaria e prestigiou o
Exército.
(in Revista
da Cavalaria do ano de 1966, páginas
175 e 176)
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Cruz de Guerra de 3.ª classe
Soldado
de Cavalaria, n.º 110/64
FRANCISCO MATEUS SOLIPA
ERec693 - RC8
GUINÉ
3.ª CLASSE
Transcrição da Portaria publicada na
Ordem do Exército n.º 29 – 3.ª
série, de 1966.
Por Portaria de 23 de Setembro de
1966:
Manda o Governo da República
Portuguesa, pelo Ministro do
Exército, condecorar com a Cruz de
Guerra de 3.ª classe, ao abrigo dos
artigos 9.º e 10.º do Regulamento da
Medalha Militar, de 28 de Maio de
1946, por serviços prestados em
acções de combate na Província da
Guiné Portuguesa:
O Soldado n.º 110/64, Francisco
Mateus Solipa, do Esquadrão de
Reconhecimento n.º 693 adstrito ao
Batalhão de Cavalaria n.º 705 -
Regimento de Cavalaria n.º 8.
Transcrição do louvor que originou a
condecoração.
(Publicado na Ordem de Serviço n.º
87, de 22 de Outubro de 1965, do
Quartel General do Comando
Territorial Independente da Guiné):
Louvado, o Soldado n.º 110/64,
Francisco Mateus Solipa, do
Esquadrão de Reconhecimento n.º 693,
porque durante a emboscada sofrida
pelo seu Pelotão, na operação
"Início", ainda dentro do seu
granadeiro e ao verificar que se lhe
encravara a arma, tomou a
metralhadora ligeira dum seu
camarada ferido, abatendo um inimigo
no preciso momento em que este se
preparava para lançar uma granada
para dentro da sua viatura.
Posteriormente, verificando que dois
outros elementos inimigos fugiam com
uma metralhadora ligeira, abateu-os,
já a uma razoável distância, após o
que saltou para o chão prestando
socorros aos seus camaradas feridos
e, sabendo da existência na mata, do
corpo de um elemento inimigo, nela
se embrenhou corajosamente, sozinho,
tendo regressado com uma espingarda
"Simonov" com a qual abateu outro
inimigo instalado numa árvore, para
o que não teve outra alternativa
senão a de ocupar uma posição
fortemente batida pelo fogo inimigo,
o que fez com a maior serenidade e
desprezo pelo perigo.
Mais tarde, quando abrandou a
intensidade do fogo inimigo,
embrenhou-se novamente no mato donde
trouxe além de muitas munições, uma
espingarda "Mauser".
Este militar deu provas de
excepcionais qualidades de valentia,
coragem, altruísmo, decisão e
serenidade debaixo de fogo,
demonstrando com o seu procedimento
que jamais se perderão as virtudes
do nobre, generoso e valente Soldado
Português.