Joaquim João Palmeiro Mosca,
Alferes Mil.º Graduado, nascido na
vila do Redondo, sede do concelho do
Redondo, filho de Inácia Maria
Palmeiro e de Eliseu Zeferino Mosca.
Em 7 de Maio de 1969,
Aspirante-a-Oficial Miliciano de
Cavalaria (n/m 19516168) com o curso
de operações especiais, tendo sido
mobilizado em regime de rendição
individual pelo Regimento de
Cavalaria 3 (RC3 – Estremoz) «…NA
GUERRA CONDUTA MAIS BRILHANTE» para
servir Portugal na Província
Ultramarina da Guiné, embarca em
Lisboa no NTT 'Niassa' rumo ao
estuário do
Geba
(Bissau), como alferes miliciano
graduado, a fim de comandar o
Pelotão de Caçadores 59 do Comando
Territorial Independente da Guiné
(PelCac59/CTIG), instalado em
Jolmete (noroeste do território);
No final de Setembro de 1969
colocado em Vila Teixeira Pinto,
onde assume o cargo de adjunto do
chefe da 2.ª Repartição do Comando
de Agrupamento Operacional «ONDE
NECESSÁRIO» do Comando Territorial
Independente da Guiné
(2ªRep-CAOP/CTIG);
Em 20 de Abril de 1970 morre em
combate no noroeste da Guiné:
Alferes
Miliciano de Cavalaria
JOAQUIM JOÃO PALMEIRO MOSCA
BCav2868 - RC7
GUINÉ
1.ª CLASSE (Título póstumo)
Transcrição da Portaria publicada
na Ordem do Exército n.º 12 - 2.ª
série, de 1970.
Por Portaria de 2 de Junho de 1970:
Manda o Governo da República
Portuguesa, pelo Ministro da Defesa
Nacional, condecorar, a título
póstumo, por proposta do
Comandante-Chefe das Forças Armadas
da Guiné, o Alferes Miliciano de
Cavalaria, Joaquim João Palmeiro
Mosca, do Batalhão de Cavalaria n.º
2868 - Regimento de Cavalaria n.º 7,
com a medalha de Cruz de Guerra de
1.ª classe, ao abrigo dos artigos
9.º e 10.º do Regulamento da Medalha
Militar, de 28 de Maio de 1946.
Transcrição do louvor que
originou a condecoração.
(Por Portaria da mesma data,
publicada naquela Ordem do
Exército):
Louvado, a título póstumo, por
proposta do Comandante-Chefe das
Forças Armadas da Guiné, o Alferes
Miliciano de Cavalaria, Joaquim João
Palmeiro Mosca, morto em combate no
"Chão Manjaco", da Província da
Guiné, pela forma valorosa como
desempenhou as funções de adjunto do
oficial de informações, do Comando
do
Agrupamento
Operacional.
Tendo comandado, inicialmente, o
Pelotão de Caçadores Nativos n.º 59,
do Batalhão de Cavalaria n.º 2868,
participou em várias operações, onde
demonstrou elevado espírito de
determinação e agressividade.
Dotado de invulgares qualidades
humanas e raro entusiasmo pelos
problemas do âmbito
da
acção psicológica, foi nomeado, por
escolha, para as funções de adjunto
do oficial de informações, do
Comando do Agrupamento Operacional,
com vista à realização dos trabalhos
de promoção sócio-económica do "Chão
Manjaco", a que deu inestimável
contributo e onde revelou notáveis
qualidades de competência, dedicação
e alto sentido do dever.
Integrado perfeitamente na elevada
missão que lhe competia desempenhar
e firmado nos mais sólidos
princípios de justiça, honra e
dignidade, contribuiu sensivelmente
para os resultados espectaculares
obtidos no campo psicológico,
concretizados pela conquista das
populações, que muito o admiravam e
respeitavam.
Tomou parte em várias acções do mais
alto interesse para o Teatro de
Operações, numa actividade exaustiva
e prolongada, arriscando-se corajosa
e serenamente em missões de
reconhecimento e contacto,
frequentemente de noite e sem
protecção, contribuindo para o
desequilíbrio psicológico, altamente
favorável à causa nacional,
tornando-se objectivo de primordial
importância para o inimigo, que, em
reacção desesperada, o imolou quando
cumpria uma nobre missão em prol da
paz.
O Alferes Mosca, pelo conjunto raro
de qualidades humanas e militares
que nele se cruzavam e pelos dotes
de coragem, serena energia, decisão
e sangue-frio que revelou em
campanha, frente ao inimigo, sempre
com alto risco da própria vida,
ganhou jus ao agradecimento da
Pátria, que devotadamente serviu e
em cujo altar, abnegadamente, depôs
a sua vida.