Luís M.
Nobreza de Almeida Rainha, Alferes
Mil.º de Infantaria 'Comando' - Cruz
de Guerra, de 2.ª classe
"Pouco se fala hoje
em dia nestas coisas mas é bom que para
preservação do nosso orgulho como Portugueses,
elas não se esqueçam"
Barata da Silva, Vice-Comodoro
HONRA E GLÓRIA
Luís
Manuel Nobreza de Almeida Rainha
Alferes Mil.º
de Infantaria 'Comando'
Comandante de
pelotão da
Companhia
de Cavalaria 704
Batalhão de
Cavalaria 705
«CAVALEIROS
MARINHOS» - «SUAVITOR IN MODO
FORTIFER IN RÉ»
Comandante do
Grupo de Comandos 'Centuriões'
Comando
Territorial Independente da Guiné
Cruz de Guerra de 2.ª classe
Luís
Manuel Nobreza de Almeida Rainha,
Alferes Mil.º de Infantaria
'Comando', nascido a 18 de Janeiro
de 1941;
Em 6 de Janeiro de 1964 Soldado-Cadete 1736/63
do Curso de Oficiais Milicianos (COM) na
Escola Prática de Infantaria (EPI - Mafra)
«AD UNUM»,
promovido a
Aspirante-a-Oficial Miliciano
Atirador de Infantaria com o número
mecanográfico
42159062, colocado no Batalhão
Independente de Infantaria 17 (BII17 - Angra
do Heroísmo) «ANTES MORRER LIVRES
QUE EM PAZ SUJEITOS»;
Em 18 de Julho de 1964, tendo sido
mobilizado pelo Regimento de
Cavalaria 7 (RC7 – Ajuda, Lisboa)
«QUO TOTA VOGANT» - «REGIMENTO DO
CAIS» para servir na Província
Ultramarina Portuguesa da Guiné e
integrado no Batalhão de Cavalaria
705 (BCav705) «CAVALEIROS MARINHOS»
- «SUAVITOR IN MODO FORTIFER IN RÉ» como comandante de pelotão
na Companhia de Cavalaria 704 (CCav704), embarca em Lisboa rumo a
Bissau;
De 19 a 21 de Setembro de 1964 participa na 'Operação
Tornado' (mata do Cantanhez);
De
4 a 7 de Outubro de 1964 participa na 'Operação
Base' (Óio);
De 4 a 23 de Novembro de 1964 participa nas Operações
'Rescaldo', 'Flores' e 'Notável'
(matas do Morés-Óio);
De 2 a 5 de Dezembro de 1964 participa na 'Operação
Desconfiança' (região de Mansoa >
Porto Gole);
De 15 a 17 de Dezembro de 1964 participa na 'Operação
Espora' (Injassane);
De 31 de Maio a 22 de Junho de 1965 no
Centro de Instrução de Comandos (CIC - Brá),
Oficial-Instruendo na Escola de
Quadros destinada a formar o 2.º
Curso de Comandos do Comando
Territorial Indpendente da Guiné (CTIG);
Em 2 de Julho de 1965 qualificado na
especialidade 959-Comandos, recebe o
seu 'crachat';
A partirr de 14 de Julho de 1965 integra o
corpo de instrução do 2.º Curso de
Comandos do Comando Territorial
Indpendente da Guiné (CTIG);
Em 4 de Setembro de 1965 passa a comandar o
Grupo de Comandos 'Centuriões' da
Centro de Comandos do Comando
Territorial Indpendente da Guiné (CTIG);
Desde 21
de Agosto de 1965 até 25 de Abril de
1966
participa em 13 sucessivas operações
de comandos, designadamente:
'Operação Vinga Taco (21 de Agosto
de 1965 no Piai)
'Operação
Treino (29 de Agosto de 1965 em
Flaque Amade e Flaque Cibe),
'Operação Jagudi'
(de 9 a 10 de Setembro de 1965 em
Caii),
'Operação Centopeia'
(14 de Setembro de 1965 em Iracunda),
'Operação Vendaval'
(de 25 a 27 de Outubro de 1965 em Bugula e Catafe),
'Operação
Estoque' (11 de Novembro de 1965 em Cutia),
'Operação
Milésimo' (11 d Dezembro de 1965 em Samoji),
'Operação
Trajectória' (15 de Dezembro de 1965 em Jambacunda,
Mampatás no Casamance senegalês),
'Operação
Cleópatra' (de 22 a 23 de Fevereiro
de 1966 na área de
Catunco),
'Operação Hermínia' (6
de Março de 1966 em
Galecunde região Jabadá-Beafada)
[1],
'Operação Vamp' (28
de Março de 1966 área de Faquina-Fula),
'Operação Zenaida' (de
7 a 9 de Abril de 1966 em Sitató),
e
'Operação Virgínia' (de 24
a 25 de Abril de 1966 na Canja
região Sinchã-Mamadu);
Em 9 de Maio de 1966 recolhe a Brá onde
aguarda embarque de regresso à
Metrópole;
Em 14 de Maio de 1966 inicia em Bissau a
torna-viagem a bordo do NTT 'Uíge',
desembarcando a 20 de Maio de 1966 em Lisboa.
Agraciado com dois louvores: o
primeiro, quando ao serviço da
Companhia de Cavalaria 704 (CCav704), atribuído pelo comandante
do Batalhão de Cavalaria 705 (BCav705); o segundo, em 26
de Maio de 1966,
relacionado com o seu desempenho nos
Comandos do Comando Territorial
Indpendente da Guiné (CTIG), atribuído pelo
Comando-Chefe das Forças Armadas da
Guiné (CCFAG);
Em 17 de Junho de 1966 considerado pelo
Regimento de Cavalaria 7 (RC7 –
Ajuda, Lisboa) «QUO TOTA VOGANT» -
«REGIMENTO DO CAIS»
na situação de disponibilidade;
Em 17 de Janeiro de 1967 agraciado com a Cruz
de Guerra de 2ª classe, por
distintos feitos em combate.
Cruz de Guerra de 2.ª classe
Alferes
Miliciano de Cavalaria [Infantaria
'Comando']
LUÍS MANUEL NOBREZA DE ALMEIDA
RAINHA
BCav 705 - RC 7
GUINÉ
2.ª CLASSE
Transcrição da Portaria publicada
na OE n.º 5 - 2.ª série, de 1967.
Por Portaria de 17 de Janeiro de
1967:
Condecorado com a Cruz de Guerra de
2.ª classe, ao abrigo dos artigos
9.º e 10.º do Regulamento da Medalha
Militar, de 28 de Maio de 1946, por
serviços prestados em acções de
combate na Província da Guiné
Portuguesa, o Alferes Miliciano de
Cavalaria [Infantaria 'Comando'],
Luís Manuel Nobreza de Almeida
Rainha, do Batalhão de Cavalaria n.º
705 - Regimento de Cavalaria n.º 7.
Transcrição do louvor que
originou a condecoração.
(Publicado na OS n.º 21, de 26 de
Maio de 1966, do QG/CTIG):
Louvado o alferes Mil.º de Cav [Inf
'Cmd'] (42159062), Luís Manuel
Nobreza de Almeida Rainha, do BCav
705 e Comandante do Grupo de Comando
"Os Centuriões", pela sua actuação
na defesa de um aquartelamento em 27
de Outubro de 1965 e pelo modo como
conduziu o seu Grupo nas operações
"Cleópatra" e "Vamp".
Na primeira situação, quando o seu
Grupo se encontrava de reforço a uma
guarnição em sector e ao sofrer esse
Destacamento um forte ataque do In,
que durou 55 minutos, organizou a
defesa na parte que competia ao seu
Grupo, conseguiu retirar debaixo de
fogo uma viatura da zona incendiada,
ajudou a transportar feridos para o
posto de socorros e a levar munições
para os abrigos.
Na segunda situação provocou a
operação e planeou-a de um modo que
resultou pleno êxito para as NT no
ataque a importante acampamento In.
Da sua orientação resultou uma
progressão para o objectivo
indetectável pelas sentinelas e um
desencadear da acção perfeito. Tendo
o inimigo reagido de maneira
extraordinária, com intenso fogo de
fora para dentro do acampamento,
quando as NT lá se encontravam,
continuou a acção com a finalidade
de capturar material e documentos,
que se vieram a mostrar de grande
valor para o conhecimento da
organização do In naquela zona.
Na terceira situação soube
transformar, com grande
inteligência, uma missão de
emboscada com golpe de mão a um
acampamento encontrado pelas 11h00
da manhã, conseguindo um êxito
notório tanto pelas 10 armas
capturadas, como pelas baixas
causadas ao In, provocando ainda um
abrandamento da pressão do In sobre
as NT, no Sector.
Em todas estas situações de combate
frente ao inimigo, demonstrou grande
serenidade, coragem, sangue frio,
espírito de sacrifício e desprezo
pelo perigo e pela vida debaixo de
fogo, que o creditam como exemplo a
apontar em situações de combate a
todo o CTIG, merecendo por isso o
reconhecimento do Exército e da
Nação.
[1]1ª operação helitransportada das
NT para assalto a reduto IN,
efectuada na Província Ultramarina
Portuguesa da Guiné:
Vídeo e texto de António Silva,
no Youtube:
Em 6 de Março de 1966 realizou-se a
1ª heliportagem de assalto na Guiné.
A zona, seleccionada através de
reconhecimento aéreo, foi em Jabadá,
Tite.
6 Allouettes - III transportaram até
às portas do acampamento do PAIGC,
30 comandos do CTIG, 15 do Gr
"Centuriões" e 15 do Gr
"Diabólicos".
Comandou a operação no terreno o
então capitão Garcia Leandro, na
altura cmdt da CCmds.
A tripulação dos All - III foi
comandada pelo MajPilAv Mendonça e
da tripulação fazia parte, entre
outros excelentes pilotos, o Tenente
Velez Caldas.
Era um domingo.
Às 13h00 descolaram da BA12 e às
13h20 estavam no solo.
Às 13h25 morreu o Soldado António A.
Maria da Silva, vítima do tiroteio
que se seguiu após o lançamento.
O acampamento estava dividido em
duas partes. Uma albergava a
população, a outra a guerrilha.
Aos "Centuriões", por moeda ao ar,
calhou atacar o acampamento da
guerrilha, ao outro grupo cercar e
recuperar a população. Nada disto
sucedeu. A guerrilha estava
misturada com a população nos dois
abarracamentos. Depois de um
lançamento sem qualquer reacção, o
gr "Diabólicos", com uma equipa
lançada um ou dois minutos depois do
grupo, viu-se envolvido por fogo
cruzado.
A evacuação foi pedida com os helis
de regresso a Bissau. Imediatamente,
um dos helis, protegido por uma
parelha de T 6, aproximou-se da
zona, pedindo sinalização. Foi
lançada uma granada de fumos laranja
e o capim da pequena lala começou a
arder. De um momento para o outro,
só havia uma saída para a equipa que
estava a proceder à evacuação, o
caminho para o Geba.
O heli no ar, a equipa progrediu em
direcção à mata, ao encontro das
duas equipas que já lá se
encontravam.
Foram transportadas para o
aquartelamento de Jabadá as pessoas
que se conseguiram subtrair à
guerrilha.
Por volta das 16h00, os dois grupos
reunidos, rumaram para o
aquartelamento e, às 16h30, foram
transportados de heli para Bissau.