Luís
Manuel Ramos de Carvalho
Alferes Mil.º de Infantaria
Companhia de Caçadores 1503
Batalhão de Caçadores 1878
«CONDUTA NOBRE E BRAVA»
Angola: 06Fev1966 a 27Fev1968
Cruz de Guerra, de 1.ª classe
(Título póstumo)
Luís Manuel Ramos Carvalho, Alferes
Miliciano Atirador, n.º 05275163,
natural da freguesia da Campanhã,
concelho do Porto, filho de Hernâni
Ferreira Carvalho e de Elisa Tavares
Nogueira Ramos Carvalho.
Casado com Maria Emília Mano
Cerqueira de Carvalho.
Mobilizado pelo Regimento de
Infantaria 16 (RI16 - Évora) para
servir Portugal na Província
Ultramarina de Moçambique integrado
na Companhia de Caçadores 1503
(*)
do Batalhão de Caçadores 1878
«CONDUTA NOBRE E BRAVA».
Faleceu no dia 4 de Novembro de 1967
na enfermaria do Sector "B", em
Mueda, vítima de ferimentos em
combate (accionamento de armadilha
do inimigo), ocorrido na região de
Miteda.
Está sepultado no cemitério de
Agramonte, no Porto
(*)
-
Comandante da Companhia de Caçadores
1503: Capitão de Infantaria Diniz
Joaquim Brás Sebastião.
A Companhia de Caçadores 1503
(CCac1503) desembarcou [6 de
Fevereiro de 1966] na Beira e foi
colocada em Errego, onde rendeu a
Companhia de Cavalaria 568
(CCav568). Guarneceu Namarrói com 1
pelotão.
A 29 de Maio de 1966 foi rendida em
Errego, pela Companhia de Caçadores
1558 do Batalhão de Caçadores 1891
(CCaç1558/BCaç 1891), e transferida
para o Chire. Destacou um pelotão
para Metola.
De 1 de Novembro de 1966 a 12 de
Janeiro de 1967, reforçou a
Companhia de Caçadores de Milange (CCaç
de Milange) com 1 pelotão.
De
Fevereiro de 1966 a Janeiro de 1967,
efectuou patrulhamentos e contacto
com a população. Tomou parte nas
operações "Sentinela Vigente" e
"Bate-Bate".
Em Janeiro de 1967, permutando com a
Companhia de Cavalaria 1509 do
Batalhão de Cavalaria 1880 (CCav
1509/BCav 1880), foi colocado em
Nancatari.
De 17 de Maio a 6 de Novembro de
1967, reforçou, com 1 pelotão, a
Companhia de Comando e Serviços
(CCS) do batalhão.
De Janeiro de 1967 a Novembro de
1967, efectuou abertura de
itinerários, escoltas a colunas
logísticas, patrulhamentos e
nomadizações, designadamente as
operações "Linhas Paralelas", (entre
os rios Namagati e Tcheve), "Gazela"
(nascentes do rio Muiro), "Javali"
(entre os rios Nandana e Nido),
"Charneca" (entre os rios Mambole,
Missinge e Homba) e "Ágata" (entre
os rios Chicunge e Muiro).
Participou nas operações "Pente
Ralo", "Hiena", "Leão Manhoso",
"Leão Desconfiado" e "Coruja".
Em Novembro de 1967, foi rendida em
Nancatari, pela Companhia de
Caçadores 1805 do Batalhão de
Caçadores 1937 (CCaç 1805/BCaç
1937), e transferida para Toma do
Nairoto, onde rendeu a Companhia de
Artilharia 1627 (CArt 1627).
Guarneceu Luma, com 1 pelotão.
Foi rendida em Toma do Nairoto
(Fevereiro de 1968), pela Companhia
de Artilharia 1599 (CArt1599)
Paz à sua Alma
Cruz
de Guerra, de 1.ª classe
(Título póstumo)
Alferes
Miliciano de Infantaria
LUÍS MANUEL RAMOS DE CARVALHO
CCac 1503/BCac 1878 - RI 16
MOÇAMBIQUE
1.ª CLASSE (Título póstumo)
Transcrição da Portaria publicada
na OE n.º 16 - 2.ª série, de 1968.
Por Portaria de 30 de Julho de 1968:
Condecorado, a título póstumo, com a
Cruz de Guerra de 1.ª classe, ao
abrigo dos artigos 9.º e 10.º do
Regulamento da Medalha Militar, de
28 de Maio de 1946, por serviços
prestados em acções de combate na
Província de Moçambique, o Alferes
Miliciano de Infantaria, Luís Manuel
Ramos de Carvalho, da Companhia de
Caçadores n.º 1508/Batalhão de
Caçadores n.º 1878 — Regimento de
Infantaria n.º 16.
Transcrição do louvor que
originou a condecoração.
(Por Portaria da mesma data,
publicada naquela OE):
Louvado, a título póstumo, o Alferes
Miliciano de Infantaria, Luís Manuel
Ramos de Carvalho, da Companhia de
Caçadores n.º 1503/Batalhão de
Caçadores n.º 1878 — Regimento de
Infantaria n.º 16, pela forma
valorosa e meritória como sempre
comandou o seu Grupo de Combate, em
operações, escoltas e patrulhamentos
durante os vinte e um meses que
serviu em comissão em Moçambique.
Dotado de decisão, coragem e noção
do dever invulgares, sempre marchou
na frente do seu Pelotão,
especialmente em situações em que se
previa maior perigo, incutindo, pelo
seu exemplo, coragem e
agressividade, entusiasmo, desprezo
pelo perigo e espírito de missão ao
seu pessoal.
Muito leal para com os superiores e
subordinados, dotado de excelente
sentido de justiça, animado de
extraordinário espírito de
camaradagem, voluntarioso, sempre
disposto e sempre pronto para o
desempenho de qualquer missão,
contagiava o pessoal do seu Pelotão,
que muito o estimava e considerava.
No dia 04 de Novembro de 1967,
comandando o seu Pelotão numa das
muitas patrulhas que realizou em
zona de terrorismo intenso,
no planalto dos Macondes, foi
accionada uma armadilha inimiga. Com
a coragem e abnegação que sempre o
caracterizavam, ao ouvir o estampido
do detonador, deu o alarme e não se
quis abrigar sem se certificar de
que todo o pessoal estava abrigado,
preocupando-se com a segurança dos
outros em prejuízo da sua própria.
Tendo sido atingido gravemente por
estilhaços de que veio a falecer
horas depois, deu provas de
invulgar coragem moral, mantendo
extraordinária calma e serenidade,
menosprezando os seus próprios
ferimentos e insistindo para que
fossem primeiro socorridos os
restantes feridos, que eram de menos
gravidade, embora estivesse
mortalmente ferido, a todos
impressionando com a sua atitude.
Pelas qualidades que revelou durante
a sua actuação na Região Militar de
Moçambique, e principalmente pelo
seu comportamento nesta acção, em
que perdeu a vida, classificou-se o
Alferes Ramos de Carvalho como um
oficial muito corajoso e valoroso,
sendo os serviços que prestou de
muito mérito e muito brilho para o
Exército e para a Nação.