Manuel Ferreira Martins
Furriel Mil.º de
Cavalaria
Companhia de Cavalaria 702
Batalhão de
Cavalaria 705
«CAVALEIROS
MARINHOS»
«SUAVITOR IN MODO
FORTIFER IN RÉ»
Guiné: 24Jul1964 a 14Mai1966
Cruz de Guerra de 2.ª classe
Louvor Individual
2
Louvores Colectivos
Manuel Ferreira
Martins, Furriel Mil.º de Cavalaria.
Mobilizado pelo Regimento de
Cavalaria 7 (RC7 – Ajuda) «QUO TOTA
VOGANT» - «REGIMENTO DO CAIS» para
servir Portugal na Província
Ultramarina da Guiné;
No dia 18 de Julho de 1964, na Gare
Marítima da Rocha do Conde de
Óbidos, em Lisboa, embarcou no NTT
‘Índia’, integrado na Companhia de
Cavalaria 702 (CCav702) do
Batalhão
de Cavalaria 705 (BCav705)
«CAVALEIROS MARINHOS» - «SUAVITOR IN
MODO FORTIFER IN RÉ», rumo ao
estuário do Geba
(Bissau), onde
desembarcou no dia 24 de Julho de
1964;
A sua subunidade de cavalaria na
função de intervenção como reserva
do Comando-Chefe e com a sua base em
Bissau e após cumprir um curto
período
de treino operacional no
sector de Bula, sob orientação do
Batalhão de Caçadores 507 (BCac507),
foi utilizada em diversas operações
de maior vulto, nomeadamente na
operação "Tornado", realizada na
região do Cantanhez, na dependência
do Comando da Defesa Marítima da
Guiné (CDMG), de 19 a 21 de Setembro
de 1964, na operação "Base",
realizada na região do Óio, na
dependência do Batalhão de
Artilharia 645 (BArt645) «ÁGUIAS
NEGRAS» - «BRAVOS SEMPRE FIÉIS», de
4 a 7 de Outubro de 1964 e nas
operações "Rescaldo", "Flores"
e
"Notável", realizadas na região do
Morés-Óio sob comando directo do seu
batalhão, de 4 a 23 de Novembro de
1964;
Para além das operações referidas,
foi ainda atribuída em reforço do
Batalhão de Caçadores 507 (BCac507),
para intervenção na região de Bula,
na operação "Fisga", de 3 a 7 de
Dezembro de 1964 e em reforço do
Batalhão de Caçadores 513 (BCac513)
«CEDER NUNCA», na operação "Espora",
de 15 a 17 de Dezembro de 1964, na
região de lnjassane e operações
"Estribo" e "Selim", de 21 a 24 de
Dezembro de 1964 e 27 e 28 de
Dezembro de 1964, na região de Unal,
após o que recolheu a Bolama;
De 16 de Janeiro a 19 de Fevereiro
de 1965, foi novamente atribuída em
reforço do Batalhão de Caçadores 513
(BCac513) «CEDER
NUNCA», para
operações na região de Buba e
recolheu a Bolama;
Em 8 de Maio de 1965, assumiu a
responsabilidade do subsector de
Contuboel, então criado, com um
pelotão
em Sonaco, ficando integrada
no dispositivo e manobra do Batalhão
de Caçadores 506 (BCac506) e depois
do Batalhão de Cavalaria 757
(BCav757) «ALEGREM-SE! A VITÓRIA
SERÁ NOSSA» - «JUNTOS VENCEREMOS»;
Louvado por feitos em combate,
publicado na Ordem de Serviço n.º
39, de 14 de Maio de 1965, do
Quartel General do Comando
Territorial Independente da Guiné;
Agraciado com a Medalha da Cruz de
Guerra de 2.ª classe, pela Portaria
de 19 de Abril de 1966, publicado na
Ordem do Exército n.º 16 – 3.ª
série, de 1966 e na Revista da
Cavalaria do ano de 1966, pág. 79;
Substituída pela Companhia de
Caçadores 800 (CCac800), foi
deslocada por fracções, de 22 a 30
de Maio de 1965, para Madina do Boé,
com um pelotão em Béli a partir de
25 de Maio de 1965 e onde substituiu
pelotões da 3.ª Companhia de
Caçadores (3ªCCac); em 23 de Maio de
1965, assumiu a responsabilidade do
subsector de Madina do Boé, então
criado na zona de acção do Batalhão
de Caçadores 512 (BCac512) «HONRA E
GLÓRIA» e depois do seu batalhão;
Em 4
de Maio de 1966, foi rendida no
seu
subsector, pela Companhia de
Caçadores 1416 (CCac1416) «BRAVOS
ATÉ AO FIM» do Batalhão de Caçadores
1856 (BCac1856) e seguiu para Fá
Mandinga, onde substituiu,
transitoriamente, a Companhia de
Caçadores 1417 (CCac1417) do
Batalhão de
Caçadores 1856
(BCac1856) «UBI GLORIA, OMNE
PERICULUM DULCE» até à chegada da
Companhia de
Caçadores 1547
(CCac1547) «OS SANTOS» - «NUNCA AD
EPHESIOS» do Batalhão de Caçadores
1887 (BCac1887) «AUDÁCIA FIRMEZA
LEALDADE», após o que recolheu a
Bissau a fim de efectuar o embarque
de regresso.
Louvor Colectivo – Companhia de
Cavalaria 702 (CCav702) – publicado
na Ordem de Serviço n.º 107, de 6 de
Maio de 1966 do Comandante Militar
da Guiné e na Revista da Cavalaria
do ano de 1966, pág. 178;
Louvor Colectivo – Batalhão de
Cavalaria 705 (BCav705) – publicado
na Ordem de Serviço n.º 57, de 11 de
Maio de 1966, do Comando de
Agrupamento 24 (ComAgr24) e na
Revista da Cavalaria do ano de 1966,
pág.s 173 e 174;
No dia 14 de Maio de 1966, embarcou
no NTT 'Uíge' de regresso à Metrópole,
onde desembarcou no dia 20 de Maio
de 1966.
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Cruz de Guerra de 2.ª classe
Furriel Miliciano de Cavalaria
MANUEL FERREIRA MARTINS
CCav702/BCav705 - RC7
GUINÉ
2.ª CLASSE
Transcrição da Portaria publicada na Ordem do
Exército n.º 16 – 3.ª série, de 1966.
Por Portaria de 19 de Abril de 1966:
Manda o Governo da República Portuguesa, pelo Ministro
do Exército, condecorar com a Cruz de Guerra de 2.ª
classe, ao abrigo dos artigos 9.º e 10.º do Regulamento
da Medalha Militar, de 28 de Maio de 1946, por serviços
prestados em acções de combate, na Província da Guiné
Portuguesa, o Furriel Miliciano de Cavalaria, Manuel
Ferreira Martins, da Companhia de Cavalaria n.º 702 do
Batalhão de Cavalaria n.º 705 - Regimento de Cavalaria
n.º 7.
Transcrição do louvor que originou a
condecoração.
(Publicado na Ordem de Serviço n.º 39, de 14 de Maio de
1965, do Quartel General do Comando Territorial
Independente da Guiné):
Louvado o Furriel Miliciano, Manuel Ferreira Martins, da
Companhia de Cavalaria n.º 702 do Batalhão de Cavalaria
n.º 705, pela forma excepcional como tem desempenhado
todas as missões de combate de que tem sido encarregado,
tornando-se notável a sua grande coragem e desembaraço.
Embora tenha estado duas vezes dispensado pelo médico de
tomar parte nas operações, em consequência dum
rebentamento de uma granada de mão inimiga, durante uma
emboscada, voluntariamente tem sempre comandando a sua
Secção, dando assim um belo exemplo de sacrifício e de
uma exacta noção dos seus deveres.
É de distinguir particularmente o seu comportamento na
operação "Rádula" em que num contacto com o inimigo, de
noite e tendo o rebentamento de uma granada de mão
ferido um homem que seguia junto de si, apesar de ter
ficado combalido conseguiu pela sua presença de espírito
e pronta acção, que não houvesse mais consequências para
as nossas tropas.
Na operação "Estribo", tomando o Comando de uma Secção
de Milícia, o que fazia pela primeira vez, voltou a
demonstrar todas as suas qualidades de comando e
valentia, dignas de realce, pois apesar das dificuldades
que a missão comportava, conseguiu cumpri-la com
eficiência.
Na operação "Papaia", tendo competido à sua Secção
montar a segurança quando do assalto a um acampamento
inimigo, deu mais uma vez provas das suas qualidades de
comando e coragem, impulsionando-a de forma que o
inimigo, que esperava as nossas tropas, foi obrigado a
retirar-se sem qualquer êxito, pela pronta reacção
verificada, que o obrigou a abandonar o local.
O seu permanente comportamento em combate, do qual tem
dado sobejas provas, torna-o merecedor do maior apreço,
consideração e confiança dos seus superiores, camaradas
e inferiores e digno de ser apontado como exemplo a
seguir.
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Louvor Colectivo:
COMPANHIA DE CAVALARIA N.º 702
(Ordem de Serviço n.º 107, de 6
de Maio de 1966, do Comandante Militar da Guiné)
Louvo
a Companhia de Cavalaria n.º 702, porque quer durante o
período em que actuou como força de intervenção em
reserva do Comando-Chefe, quer durante o período em que
actuou como força em Sector, mostrou ser uma Companhia
de uma grande regularidade operacional.
Graças a preparação que lhe foi imposta pelo seu
Comandante com a colaboração dos seus subalternos foi
possível conseguir contar por êxitos as acções em que
tomou parte. Tendo ocupado uma área vasta, ainda com um
destacamento bastante afastado, em que durante a época
das chuvas se tornou difícil o reabastecimento nunca a
Companhia de Cavalaria 702 apesar disso deixou de
explorar imediatamente qualquer informação que chegasse
ao seu conhecimento, conseguindo assim que o inimigo não
se fixasse no seu Sector e conquistar a confiança da
população.
É pois digna de realce a actuação da Companhia de
Cavalaria 702.
Durante a sua actuação na Província da Guiné pode ser
apontada como uma boa Companhia com a qual o Comando
sempre pôde contar.
(in Revista da Cavalaria, do
ano de 1966, pág. 178)
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Louvor Colectivo
BATALHÃO DE CAVALARIA N.º 705
(Ordem de Serviço n.º 57, de 11
de Maio de 1966, do Comando de Agrupamento 24)
Louvo o Comando do Batalhão de Cavalaria n.º 705 pela
forma proficiente e a todos os títulos exemplar como
organizou e accionou os diversos serviços que se
processaram ou correram através dele.
Comando em que todos os seus órgãos revelaram o melhor
interesse no exercício das suas funções específicas, a
que cabalmente satisfizeram, constituiu um todo
homogéneo à altura da missão recebida não obstante a
complexidade inerente ao grande número de subunidades a
orientar, accionar e a controlar, o que lhe mereceu
encómios e o testemunho da sua eficiência por parte das
diferentes Chefias e Comandos das Armas do Comando
Territorial Independente da Guiné, e foi motivo para
receber, no campo social, a solidariedade das
autoridades administrativas, e o agradecimento e
consagração por parte das populações e autoridades
nativas, pela assistência moral, religiosa, sanitária,
educativa e económica prestadas, em reconhecimento da
protecção que sempre lhes foi garantida.
Comando que concebeu e impulsionou uma actividade
operacional a todos os títulos notável, perseguindo o
inimigo e impedindo-lhe sua fixação no sector, em tudo
fez aflorar a qualidade dos seus oficiais, sargentos e
praças havendo-se de dar relevo muito justamente à
pessoa do seu Comandante, Tenente-Coronel de Cavalaria,
Manuel Maria Pereira Coutinho Correia de Freitas,
oficial com dotes excepcionais de Comando, que conseguiu
galvanizar à sua volta compenetradas vontades e o melhor
espírito de cooperação dos seus subordinados no que
constituíram um todo digno de apreço e de muita
simpatia, marcando uma presença exemplar na Guiné que me
apraz referir e apontar à consideração das Unidades do
Sector Leste.
(in Revista da Cavalaria do ano
de 1966, pág.s 173 e 174)
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Notícia:
Partida do NTT 'Índia' para a Província Ultramarina da
Guiné, no dia 18Jul1964