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Monumentos aos Combatentes e Campas

Em memória daqueles que tombaram em defesa de

Portugal na Guerra do Ultramar

 

Manteigas

 

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Listagem dos mortos naturais do concelho de Manteigas

 

Manteigas

 

Monumento aos Combatentes

 

Imagem cedida por João Azevedo

 

Inaugurado no dia 15 de Agosto de 2007

 

DISCURSO DO PRESIDENTE DA LIGA DOS COMBATENTES GENERAL JOAQUIM CHITO RODRIGUES EM MANTEIGAS A 15 DE AGOSTO DE 2007

 

72.º Aniv.º do Núcleo de Manteigas - Inauguração do Mon. Aos combatentes

 

Exmo. Senhor Presidente da Câmara Municipal de Manteigas

 

Exmo. Senhor Bispo de Coimbra Excelência Reverendíssima

 

Exmos. Senhores Presidentes das Juntas de Freguesia

 

Exmas. Autoridades Civis e Militares

 

Exmo. Senhor Presidente do Núcleo de Manteigas

 

Minhas Senhoras e Meus Senhores

 

Caros Combatentes

 

Como várias vezes tem acontecido, no desempenho destas minhas funções, uma vez mais me encontro no Portugal profundo. Aquele que melhor sabe enfrentar as dificuldades e os desafios que se colocam à sua terra e aos seus, quando se trata de compreender os seus sacrifícios ou de defender o bem comum.

 

Hoje em Manteigas, nesta natural sentinela serrana, de perfil singular, que a tradição aponta como um dos últimos refúgios dos guerreiros dos Hirmínios e em que a História testemunha a passagem de Júlio César, lugar afundado em falésias e desfiladeiros, no meio dos flancos do antigo vale glaciário do Zêzere, Portugal mais uma vez acontece.

 

Acontece entre gente forte, serrana, dominadora da sua própria geografia e que sempre soube encontrar novas alternativas de vida perante as dificuldades e as circunstâncias.

 

Os Homens e Mulheres de Manteigas, com a presença e apoio de entidades altamente responsáveis, tocados pelo mesmo sentimento que une a generalidade dos portugueses, decidiram praticar um acto de reconhecimento para com conterrâneos seus, por actos praticados em determinado momento das suas vidas.

 

Actos de grandes sacrifícios e heroicidade que a uns tirou as vidas e a outros permitiram que possam ainda hoje ser testemunhas directas ou indirectas desses factos e possam vir aqui hoje e afirmar:

 

Temos muito orgulho e honra em ter defendido Portugal e as suas populações, num momento difícil da sua História.

 

Sempre que foi necessário e o poder político entendeu estarem os interesses vitais de Portugal em perigo, alguém teve que estar disponível, como hoje igualmente acontece, para de armas na mão, defender os seus interesses, a sua história, a sua cultura. a sua identidade, a sua integridade.

 

Quem mais do que nós Combatentes odeia a Guerra?

Quem mais do que nós anseia pela Paz?

Quem mais do que nós ficou marcado por tais circunstâncias?

Quem mais do que nós se recusa a definir as guerras de justas ou injustas, se nós, combatentes, sabemos bem o que ela é.

 

Ao contrário do que alguns pretendem fazer crer, não fizemos a guerra pela guerra, nem aquilo que nos trás aqui hoje evoca qualquer saudosismo desses momentos ou vanglória.

 

Testemunha-se hoje aqui e mais uma vez no país, com o regozijo e reconhecimento da população de Manteigas e seus responsáveis, uma profunda gratidão.

 

Através de uma simples obra moldada pelo saber, arte e técnica com que os artistas procuram fotografar os sentimentos mais profundos que tocam as gentes, nos momentos difíceis da sua existência como povo, ergue-se um monumento. Um monumento de granito, arrancado aos blocos de granito da serra e a que o homem deu formas de soldado e nós queremos que seja para sempre um monumento vivo.

Que os pais e avós saibam explicar aos filhos e netos e estes transmitir aos seus vindouros, por forma a que a história se faça naturalmente, sem esquecimentos, sem omissões e fundamentalmente sem deturpações ou acusações aos que simplesmente cumpriram um dever

 

A Liga dos Combatentes que no próximo dia 16 de Outubro vai comemorar os seus 84 anos é a instituição do País responsável por todos os Monumentos erguidos em honra dos combatentes da primeira Grande Guerra e da Guerra do Ultramar e são já cerca de 200.

 

Contrariamente ao que alguns afirmam, estas manifestações que brotam do sentimento profundo das gentes, não são nenhum revivalismo colonialista. Trata-se de revivalismo patriótico e do mais saudável portuguesismo.

 

O respeito pelas memórias é a garantia do futuro de um povo

 

Hoje, em Manteigas homenageamos os que se viram em determinado momento das suas vidas, obrigados a deixarem as suas terras, estes montes e vales com mil socalcos de hortejos, estes povoados de vales pirenaicos adormecidos entre tenebrosas falésias e despenhadeiros, ou entre penhas douradas ou águas sulfurosas, para enfim, em desconhecidas regiões longínquas, tropicais e em ambiente de conflito, darem testemunho do seu portuguesismo e do seu patriotismo, nos melhores momentos das suas vidas: a sua juventude.

 

 A esta estátua de beleza natural que é a Serra da Estrela, que a natureza transformou na serra mais elevada de Portugal Continental, junta-se hoje mais um elevado marco espiritual que amplia a sua estatura geográfica, humana e cultural e testemunha serem os homens de Manteigas tão grandes como os maiores que deram e darão a vida se necessário for, por Portugal.

 

É por isso que, o Presidente da Liga dos Combatentes tem muita honra em ser testemunha ocular desta homenagem aos melhores homens de Manteigas e aqui trás o sentimento de todos os combatentes:- O sentimento do dever cumprido e por isso o desejo de que, em permanência, lhes seja garantida a dignidade que merecem.

 

Muito obrigado a todos por terem vindo.

Muito obrigado a todos os que possibilitaram este momento, nomeadamente ao senhor Presidente da Câmara de Manteigas.

Muito obrigado a todos por terem ajudado a, mais uma vez, acontecer História de Portugal, em Manteigas.

 

Manteigas, 15 de Agosto de 2007

 

                                                       O Presidente da Liga dos Combatentes

                                                         General Joaquim Chito Rodrigues 

 

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