A aldeia de
Amioso, no concelho da Sertã foi uma das muitas que viu
partir os filhos da terra para lutar pela Pátria na 1ª
Grande Guerra, 1914-1918. Muitos regressaram mas alguns
não e foram esses que a Acramioso, Associação Cultural e
Recreativa da localidade, homenageou no passado
fim-de-semana. Porque um povo sem memória é um povo sem
história, a associação decidiu perpetuar o nome de
Isidro Barata e António Fernandes, num monumento
instalado numa rotunda à entrada da aldeia.
Fernando Nunes
presidente desta coletividade, lembrou o sofrimento dos
que partiram mas também dos que ficaram. “Como pai
imagino essa despedida regada em lágrimas com profundo
sofrimento, quem sabe até breve ou para sempre”,
referiu, dando assim valor aos que, do Amioso, partiram
em defesa da pátria. Este tributo pretende “deixar os
seus nomes gravados no monumento como forma de trazer os
seus nomes de novo à aldeia já que pessoalmente não foi
possível”, acrescentou Fernando Nunes.
A par destes,
também na década de 60 e 70 outros partiram para as
ex-colónias, sendo que todos regressaram vivos à sua
terra natal. Esta cerimónia estava também preparada para
reconhecer José Luís, um conterrâneo que naquele dia
faria 100 anos, mas quis o destino que não chegasse a
esta data.
Quem também se
associou a esta cerimónia foi o presidente da Câmara
Municipal da Sertã, José Farinha Nunes. Também ele um
ex-combatente no ex-Ultramar, enalteceu o trabalho desta
coletividade que proporcionou à aldeia viver “mais uma
página bonita nos seus dias”. Ao realizar esta
iniciativa “esta terra mostra que tem memória, o carinho
que tem pelos seus filhos, o seu valor e humanismo”,
demonstrou.