Coronel Tirocinado de
Infantaria 'Comando' Rogério Coutinho Ferreira
"Pouco se fala hoje
em dia nestas coisas mas é bom que para
preservação do nosso orgulho como Portugueses,
elas não se esqueçam"
Barata da Silva, Vice-Comodoro
HONRA E
GLÓRIA
Elementos cedidos pelo veterano JC Abreu dos
Santos
Rogério
Coutinho Ferreira
Coronel Tirocinado de Infantaria
'Comando'
na situação de reforma
Guiné:
Chefia do 2.º Grupo de Combate da
3.ª Companhia de Comandos (3ªCCmds)
«A SORTE PROTEGE OS AUDAZES»
Período: Jun1966 a 29Abr1968
Angola:
Integra as
Companhias de Instrução do Centro de Instrução de
Comandos da Região Militar de Angola(CIC/RMA) dos
seguintes cursos de comandos: 21º
(08Mar a Jun1971)
22º
(14Jul a 29Out1971);
23º
(16Nov1971 a 07Mar1972);
24º
(21Abr a 10Ago1972);
25º
(01Set a 20Dez1972);
26º
(25Jan a 17Mai1973),
27º
(23Jun a 12Out1973); e
28º
(07Nov1973 a 28Fev1974);
Período: Mar1971 a 05Mar1974
Medalha da Cruz de Guerra de 1.ª classe
Prémio Governador da Guiné
Medalha da Ordem Militar de Avis, grau Cavaleiro
Medalha da Ordem Militar de Avis, grau ComendadorRogério Coutinho
Ferreira, Coronel Tirocinado de Infantaria ‘Comando’
na situação de reforma.
Nascido no ano de 1942, na freguesia de Maceira,
concelho e distrito de Leiria. Em
Julho de 1965 cadete-aluno da Academia Militar,
conclui o curso de infantaria sendo colocado na
Escola Prática de Infantaria (EPI – Mafra) para
efeitos de tirocínio; Em
23 de Dezembro de 1965 aspirante-a-oficial (n/m
06993063), promovido a alferes (com antiguidade a 1
de Novembro de 1965);
Em 28 de Fevereiro de 1966 colocado no Regimento de
Artilharia Ligeira 1 (RAL1 - Sacavém), a fim de
constituir subunidade destinada a servir na
Província Ultramarina da Guiné;
Em 12 de Abril de 1966 apresentado no Centro de
Instrução de Operações Especiais (CIOE – Lamego);
Em 6 de Maio de 1966 conclui a 1ª fase de preparação
física e militar do 1º curso de comandos ministrado
no quartel de Penude;
Em 5 de Junho de 1966 conclui a 2ª fase; Em 16 de Junho de 1966 regressa ao Regimento de
Artilharia Ligeira 1 (RAL1 - Sacavém);
Em
24 de Junho de 1966 embarca em Lisboa no N/M 'Manuel
Alfredo' rumo ao porto de Bissau;
Em 2 de Novembro de 1966 conclui a fase operacional
do curso de comandos, sendo-lhe atribuída a chefia
do 2.º grupo de combate da 3.ª Companhia de Comandos
(3ªCCmds);(A 3.ª Companhia de
Comandos, distinguida em 30 de Maio de 1968 com a
Cruz de Guerra de 1ª classe, colectiva (conforme
Diário do Governo n.º 129 - 1.ª série - decreto n.º
48409)
Em 26 de Setembro de 1967 agraciado com a
Cruz de Guerra de 1ª
classe,
por distintos feitos em combate; Alferes de
Infantaria ROGÉRIO COUTINHO
FERREIRA 3ªCCmds
— RAL1
GUINÉ
1.ª CLASSE Transcrição da Portaria publicada na Ordem do
Exército n.º 21 — 2.ª série, de 1967.
Por Portaria de 26 de Setembro de 1967:
Condecorado
com a Cruz de Guerra de 1.ª classe, ao abrigo dos
artigos 9.º e 10.º do Regulamento da Medalha
Militar, de 28 de Maio de 1946, por serviços
prestados em acções de combate na Província da Guiné
Portuguesa, o Alferes de Infantaria, Rogério
Coutinho Ferreira, da 3.ª Companhia de Comandos —
Regimento de Artilharia Ligeira n.º 1. Transcrição do louvor que originou a
condecoração.
(Por Portaria da mesma data, publicada naquela Ordem
do Exército):
Louvado o Alferes de Infantaria, Rogério Coutinho
Ferreira, porque, tendo tomado parte na quase
totalidade das operações da Companhia, demonstrou
sempre, e mais uma vez, as suas raras e excepcionais
qualidades como condutor de homens, um inigualável
sentido de missão, uma intransigente noção de
disciplina e uma invulgar coragem moral e física,
nunca desmentidos, fossem quais fossem as situações
de combate em que tomou parte. Modesto nas suas
exteriorizações, agiganta-se, contudo, quando em
combate, pois nunca se exime a ocupar, naturalmente,
as posições de maior perigo e responsabilidade na
equipa de assalto do seu Grupo de Comandos.
Dotado de uma personalidade militar ímpar, conseguiu
imprimir a todos os seus homens uma disciplina que
eles cumprem e compreendem, mesmo nas situações mais
arriscadas e difíceis, e uma agressividade que não
admite hesitações, seja qual for o número e
potencial de fogo do inimigo.
Executante completo, transmitiu ao seu Grupo de
Comandos todas as suas qualidades morais e técnicas.
Ponderado, justo, corajoso e consciente dos altos
valores da moral, é a sua conduta com subordinados e
superiores, e com o próprio inimigo, exemplo vivo e
actuante de como "deve ser" um oficial do Exército
em combate, no convívio, no sacrifício e no
cumprimento da missão.
O seu sangue-frio, a sua decisão, a sua indiferença
pelo perigo, contribuíram em muito para o êxito das
operações "Whisky", "White horse", "White label",
"Xerez" e "Ypanema".
É digna ainda de especial relevo a maneira agressiva
e inteligente como o Alferes Coutinho, na operação "White
horse", conduziu o assalto ao acampamento inimigo,
indiferente à enorme desproporção numérica e de
potencial de fogo existente entre o seu Grupo de
Comandos e um inimigo fortemente fixado em abrigos,
num terreno que nos era desfavorável por ser
descoberto. Com decisão, coragem, total desprezo
pela vida e debaixo de fogo intensíssimo, foi o
primeiro a entrar no acampamento e com serenidade e
sangue-frio foi o último a sair, cobrindo a retirada
do seu grupo, indiferente à densa flagelação de
morteiros, de que resultou o seu ferimento.
O seu extraordinário espírito de sacrifício notou-se
mais uma vez, pois, embora ferido numa perna com um
estilhaço, não deu qualquer publicidade ao seu
ferimento, suportando estoicamente a dor durante um
percurso de mais de 1,5 km para não prejudicar a
velocidade do seu Grupo e permitindo que cinco
feridos fossem evacuados.
O Alferes Rogério Coutinho Ferreira, que comandou o
Grupo durante doze meses em contínua actividade
operacional, com a sua decisão, sangue-frio,
indiferença pelo perigo, coragem moral e física e
total desprezo pela vida debaixo de fogo, ganhou
justo direito a ser apontado entre aqueles que
melhor honram e servem a Pátria e o Exército. Em
Dezembro de 1967 agraciado com o Prémio Governador
da Guiné; Em
29 de Abril de 1968 regressa à Metrópole e à Escola
Prática de Infantaria (EPI – Mafra);
Em 10 de Maio de 1968 promovido a tenente (com
antiguidade a 1 de Dezembro de 1967); Em
17 de Julho de 1968 transferido para o Centro de
Instrução de Operações Especiais (CIOE – Lamego),
onde no quartel da Cruz Alta viria a ser instrutor
em sucessivos cursos de «preparação, formação e
treino» para a especialidade 959-Comandos,
destinados aos Teatros de Operações (TO's)
da
Guiné e de Moçambique, designadamente:
16.ª Companhia de Comandos (16ªCCmds) (11 de Agosto
de 1968 > Comando Territorial Independente da Guiné
-CTIG); 18.ª Companhia e
Comandos 18 (18ªCCmds) (21 de Outubro de 1968 >
Região Militar de Moçambique - RMM); 26.ª
Companhia de Comandos (26ªCCmds) (25 de Março de
1970 > Comando Territorial Independente da Guiné
-CTIG); e
27.ª Companhia de Comandos (27ªCCmds) (11 de Julho
de 1970 > Comando Territorial Independente da Guiné
-CTIG).
Em 20 de Fevereiro de 1971, entretanto promovido a
capitão, tendo sido mobilizado pelo Centro de
Instrução de Operações Especiais (CIOE – Lamego)
para servir Portugal na Província Ultramarina de
Angola, embarca em Lisboa com destino a Luanda, a
fim de fazer parte da Companhia de Instrução do 21º
curso de comandos a ser ministrado no Centro de
Instrução de Comandos da Região Militar de Angola
(CIC/RMA) (de 8 de Março a 26 de Junho de 1971);
Sucessivamente, integra as Companhias de Instrução
dos seguintes cursos de comandos:
22º (de 14 de Julho a 29 de Outubro de 1971);
23º (de 16 de Novembro de 1971 a 7 de Março de
1972);
24º (de 21 e Abril a 10 de Agosto de 1972);
25º (de 1 de Setembro a 20 de Dezembro de 1972);
26º (de 25 de Janeiro a 17 de Maio de 1973),
27º (de 23 de Junho a 12 de Outubro de 1973); e
28º (de 7 de Novembro 1973 a 28 de Fevereiro de
1974); Em
5 de Março de 1974 regressa definitivamente à
Metrópole e fica colocado no Depósito Geral de
Adidos (DGA – Ajuda);
Em 13 de Março de 1974 nomeado pelo Ministério do
Interior para servir em Lisboa no Comando-Geral da
PSP;
Em 8 de Abril de 1974
assume
funções de comandante da 1ª Companhia Móvel da PSP. Em
17 de Julho de 1979, major, agraciado pela Hungria
com a Comenda da Ordem da Bandeira.
Em 17 de Maio de 1980 agraciado com o
grau de Cavaleiro da
Ordem Militar de Avis.
Em 13 de Outubro de 1980 agraciado pela Noruega com
o Oficialato da Ordem Real de Santo Olavo.
Em 3 de Novembro de 1980 agraciado pela Itália com o
Oficialato da Ordem de Mérito.
Em 5 de Janeiro de 1981 agraciado pela República
Federal da Alemanha com a Grã-Cruz da Ordem de
Mérito.
Em 12 de Março de 1982 agraciado pela Venezuela com
a 3ª classe da Ordem Francisco de Miranda.
Em 30 de Março de 1982 agraciado pela República
Federal da Jugoslávia com a Estrela de Ouro da Ordem
da Bandeira.
Em 5 de Agosto de 1982 agraciado pelo Brasil com a
Comenda de Ordem do Rio Branco.
Em 23 de Novembro de 1983 agraciado pela Grécia com
o Oficialato da Ordem da Fénix.
Em 24 de Novembro de 1983 agraciado pela Islândia
com a Cruz de Comendador da Ordem do Falcão. Em
21 de Janeiro de 1986, tenente-coronel, agraciado
pelo Reino Unido com a Comenda da Real Ordem da
Rainha Vitória.
Em 7 de Fevereiro de 1986, agraciado pela Áustria
com a Comenda da Ordem de Mérito. De
3 de Agosto a 31 de Dezembro de 1993, coronel
comandante do Regimento de Comandos (RCmds –
Amadora).
Em 9 de Junho de 1994 agraciado com a
Comenda da Ordem
Militar de Avis.
Desde 26 de Julho de 2003, coronel tirocinado de
infantaria 'comando', na situação de reforma.
Cerimónia da
Condecoração do Coronel Tirocinado de Infantaria
'Comando' no dia 10 de Junho em Coimbra: