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PROCURA
de ex-CAMARADAS que estiveram na GUERRA COLONIAL

2007/04/26
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Mensagem do Raul Sobreira
Caetano
"Manuel de
Jesus Rodrigues Sobreira Alferes do RAP 2 /
CArt1612 Morto na Guiné em 24/02/1968
Motivo: Versão Oficial - Acidente
Agradecia informações sobre o meu tio, temos
muitas dúvidas em relação à sua morte."
Contacto:
E-mail:
caetano.raul@gmail.com
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Para visualização dos
conteúdos clique nas palavras sublinhadas
Informação de
2008/09/02
(enviada por José
Martins)
Informação de
2007/04/26
------------------------------------------------------------------------------------
Informação de
2008/09/02
(enviada por José Martins)
-----Mensagem original-----
De: josesmmartins@sapo.pt [mailto:josesmmartins@sapo.pt]
Enviada: terça-feira, 2 de Setembro de 2008 10:18
Para: luisgracaecamaradasdaguine; Luís Graça (3); Carlos
Vinhal; Virgínio Briote; ultramar; caetano.raul;
sobreirito@gmail.com; jcofreire@gmail.com
Assunto: Alferes Sobreiro
Caro Carlos Vinhal e António Pires
Em anexo segue um texto com a
correspondência trocado entre mim e o Raul Caetano,
acerca do seu tio e nosso eterno camarada de
armas Manuel Sobreiro. Vai para os dois, uma vez que são
elementos dos blogues de referência sobre as coisas do
ultramar.
Caro Raul e Nelson
Não vos conheço pessoalmente, o que tenho
pena. Mas, pelo esforço que têm levado a cabo na
descoberta da verdade do "Sobreirito" é mais
que suficiente para vos considerar, permitam-me, no
mínimo "meus sobrinhos".
Ao Freire, conhecimento recente, um
incentivo para trazer ao conhecimento de todos as
estórias que viveu e tem para contar.
Aos camaradas, cujo nome desconhecemos e
que são muitos, votos de que em breve abram o baú da
memória e transmitam para toda a gente a vivência da
guerra, para que a história se possa fazer.
A todos um fraternal abraço
José Martins
O anexo que acompanhou a
mensagem supra referenciada:
Como habitualmente, e
já se conta por anos, depois de ver a caixa de correio
electrónico – profissional e pessoal – passo pelas
páginas dedicadas à Guerra do Ultramar/Colonial, para
ver os textos que vão sendo apresentados, graças não só
a quem os escreve, mas, sobretudo, a quem os vai
editando dia após dia.
O pedido supra
encontrava-se na página de ultramar.terraweb.biz, do
nosso amigo e camarada António Pires, que cumpriu o
serviço militar em Moçambique. Não podia deixar de dar a
minha colaboração!
Mensagem enviada:
Data
hora
27 de
Abril de 2007 às 19:51:39
Destinatário Raul Sobreira Caetano
Caro Raul Caetano
Vi a mensagem
solicitando informações sobre o seu tio MANUEL DE JESUS
RODRIGUES SOBREIRO.
Estes assuntos,
mesmo para nós que lá estivemos, são sempre dolorosos e
difíceis de abordar. No entanto, consultei os meus
arquivos sobre OS QUE CAIRAM EM CAMPANHA, e encontro que
o acidente, na versão oficial, acrescenta que o acidente
foi com arma de fogo e, nas observações, indica que
ocorreu na verificação de uma armadilha colocada pelas
Nossas Tropas em Leroiel. A Cart 1612 era comandada pelo
então Capitão de Artilharia Orlando Ventura de Mendonça,
que, provavelmente, hoje é Coronel na reforma.
Infelizmente,
estes infaustos acontecimentos, eram frequentes.
No entanto, este
mail vai com conhecimento ao editor do blogue "Luís
Graça e Camaradas da Guiné", pois pode acontecer que
entre os nossos tertulianos ou entre os nossos
visitantes do blogue, que sabemos serem muitos, haja
alguém que se possa adiantar mais informações.
Louvo a iniciativa
da busca de um maior conhecimento sobre um facto
ocorrido na Guerra de Africa, pois que contribuirá para
que a mesma seja lembrada e, com estes pequenos factos,
se coloque [bem alto] o nome dos nossos camaradas que
levaram até às últimas consequências, o juramento
prestado perante a Bandeira Nacional.
Um abraço do
José Martins
Fur.Mil. Trms.Inf.
C.Caç 5 /CTIGuiné
Junho/68 a
Junho/70
Mensagem recebida:
Data
hora
28 de
Abril de 2007 às 12:59:08
Remetente Raul Sobreira Caetano
Sr. José Martins
Fico muito feliz
pelo seu mail, o qual desde já agradeço.
Sei que se deve
lidar com muito cuidado com estes assuntos, pois como o
Sr. mencionou "são sempre dolorosos e difíceis de
abordar", mas acho que as famílias dos que por lá caíram
têm o direito à verdade.
A morte do meu tio
sempre foi um assunto tabu, primeiro porque a minha avó
no espaço de dois anos ficou sem o marido e o filho mais
velho. Segundo porque na altura as informações que nos
chegavam eram contraditórias, como se vivia numa
ditadura talvez não se procurasse a fundo a verdade.
Havia a verdade oficial e uma vez por ano vinha um
pelotão ao cemitério homenagear os nossos mortos (entre
os quais o meu tio), com salvas de tiro. Provavelmente
isto fazia esquecer a procura da verdade.
Sei que alguém da
minha família tentou saber mais, mas acho que não o
conseguiram.
Há relativamente
pouco tempo, veio parar às minhas mãos por acaso um
caderno do Expresso com os soldados mortos no Ultramar e
por minha surpresa não encontrei o nome do meu tio. Não
tenho a certeza se realmente não está ou se eu não
consegui encontrar, pois a lista é muito longa e poderia
ter-me escapado, já providenciei para a obter. Mas este
episódio, despertou a minha curiosidade, e agarrei-me
aos meios que possuo, nomeadamente a Internet e encontro
uma lista de combatentes que morreram na Guiné, creio
que foi o Sr. que a elaborou, na página do
Ultramar.terraweb (anexa) [Listagem Guiné - Tombados em
Campanha, página 21] onde o nome do meu tio aparece e o
motivo acidente. Como queremos ir sempre mais além,
enviei uma mensagem para tentar saber mais informações
da morte do meu tio. No dia seguinte recebo um mail para
consultar os sites
www.cart1525.com
e o
blogueforanada.blogspot.com (do Sr. Luís
Graça e Camaradas da Guiné). No primeiro site não
encontrei nada, mas no segundo encontrei, para grande
surpresa minha um artigo escrito pelo Sr. José Neto a
descrever pormenorizadamente a morte do meu tio (em
anexo) [reproduzido no final deste mail, em itálico].
Agora recebo o
seu e cada vez a confusão é maior.
1.º Morreu a
desarmadilhar uma granada defensiva (é uma arma de
arremesso, não de fogo??) ou na verificação da zona foi
alvejado por alguém?
2.º Segundo o Sr.
José Neto ele era o 2.º Comandante da Companhia, porquê
ele a fazer a verificação da zona armadilhada e não um
militar com posto mais baixo?
3.º Segundo os
arquivos que consultou a armadilha foi colocada pelas
nossas tropas, seria treino ou foi tudo premeditado?
Para já são estas
dúvidas que estão no ar, citei só estas pois surgiram
depois da consulta do artigo e do seu mail, mas outras
subsistem que mais tarde talvez, com mais informação,
exporei. O que quero é a verdade, pois só assim a
história da Guerra Colonial poderá ser "lembrada" e
escrita.
Um abraço
P.S. Tentei enviar
um mail ao Sr. José Neto mas sem sucesso. Deve estar
desactivado, se souber maneira de o contactar, agradeço.
[transcreve-se o post mencionado, retirado do blogue
“Luís Graça e Camaradas da Guiné]
12 Janeiro 2006
Guiné 63/74 - CDXLV: As malditas formigas
pretas do José Teixeira
Texto do Zé
Neto:
Luís:
A minha intenção
era ficar aqui caladinho no meu canto para não entupir a
formidável sequência de factos das campanhas da Guiné.
(Creio que estamos a construir um monumento histórico e
inédito). Mas o José Teixeira tem o condão de me
despertar recordações dispersas, pois "fala" de sítios
por onde andei.
Admiro-o muito.
E, a propósito das
"desgraçadas" formigas (1), veio-me à memória a morte
inglória do meu conterrâneo Alferes Miliciano Manuel
Sobreiro (2º comandante da CART 1612, por ser o mais
classificado dos alferes) (2). O Sobreirito (como eu o
tratava na intimidade) tinha a especialidade de Minas e
Armadilhas.
Em Fevereiro de
1968, precisamente na área de Mampatá, foi encarregado
de desarmadilhar uma zona por onde iam alargar uma
picada. Quando já tinha bem presa a alavanca duma
granada defensiva instantânea e se preparava para
introduzir a cavilha foi mordido num artelho por uma
dessas formigas. Ao fazer o gesto de sacudir o insecto
escorregou-lhe a alavanca e... sucumbiu crivado de
estilhaços.
O Alferes
Miliciano de Artilharia nº 0022363, Manuel de Jesus
Rodrigues Sobreiro, natural de Riba de Aves, Souto da
Carpalhosa, Leiria, não morreu em combate. Os senhores
da guerra determinaram que foi "morto por acidente".
Tanta injustiça que se cometeu!!! Um dia hei-de abordar
este tema.
Até breve.
Zé Neto (CART
1613, Guileje, 1967/68, ex-sargento, hoje capitão
reformado)
____________
Notas de L.G.
[Luís Graça]
(1)
Vd post
de 11 de Janeiro de 2006 >
Guiné 63/74 - CDXL: O meu
diário (José Teixeira, CCAÇ 2381) (6): Mampatá,
Setembro-Outubro de 1968 .
(2)
Um das
três companhias operacionais do BART 1896 (As outras
duas eram a 1613 e a 1614). Segundo o Zé Neto, esta
última, a CART 1614 era "a subunidade turista da Guiné
que nunca ninguém do Batalhão conseguiu descobrir a
razão de ficar sempre de fora dos
petiscos
que calharam às outras duas companhias operacionais
(1612 e 1613)". E acrescenta, com ironia: "Eu desconfio,
mas, para misérias do Celestino já basta!"...
Mensagem enviada:
Data
hora
29 de
Abril de 2007 às 01:08:22
Destinatário Raul Sobreira Caetano
Caro Raul
Acabo de chegar de
Pombal, onde se reuniram, pela segunda vez no espaço de
seis meses, alguns elementos que fazem parte do blogue
do Luís Graça, entre os quais me incluo, participando
com alguns escritos e pesquisas, assim como na página de
ultramar.terraweb.biz, onde pretendi com a
listagem enviada, prestar homenagem a todos aqueles que
tombaram. Talvez por ter visto a morte a rondar-me por
três vezes durante a minha estada na Guiné, entre Junho
de 1968 e Junho de 1970.
Curiosamente, depois
de sair de Pombal, estive em Leiria, donde sou natural e
onde ainda tenho família, uma vez que agora resido em
Odivelas. Não sabia que o meu amigo Zé Neto, que além do
blogue conheço pessoalmente, também era da nossa região.
Infelizmente não estive com ele, já que se encontra
doente.
Quanto ao nomes
publicados pelo Expresso em 30 de Abril de 1994, e que
faz parte dos meus arquivos, poderia estar errado por
defeito. Ainda há pouco tempo foram acrescentados nomes
na parede do Forte do Bom Sucesso, em Belém - Lisboa,
por não terem sido incluídos na listagem então
elaborada. No entanto o nome do seu tio aparece na
página 26, desse caderno, na 15ª posição, tendo um
R em vez de Rodrigues.
Mas vamos tentar
aclarar as dúvidas que possam existir:
1º - Foi do 8º volume
da Resenha Histórico-Militar das Campanhas de África
(1961-1974), página 334, que retirei as informações
enviadas. O texto do meu camarada José Neto confirma o
que está no livro. No nosso léxico, arma de fogo é
considerado todo o engenho que actua através de uma
deflagração ou explosão.
2º - No texto do Zé
Neto refere que o seu tio tinha a especialidade de Minas
e Armadilhas, uma das razões porque, apesar de ser o
oficial subalterno mais antigo e, por conseguinte, o 2º
comandante da companhia, ter sido ele a fazer aquele
trabalho. Isto além de, como oficial e como mais
graduado, por altruísmo e para preservar os homens que
estavam sob as suas ordens, logo sob a
sua responsabilidade, serem os mais graduados a executar
as tarefas mais difíceis e arriscadas. Eu próprio, como
Furriel, substituí os meus homens em diversas tarefas
que além de não me serem atribuídas, a tal não ser
obrigado.
3º - Quanto a esta
questão, pelo que lí, tratou-se de uma acção real. Se
fosse um treino decerto teria feito mais vítimas, pois
que teria à sua volta os elementos a quem pretendia
passar os seus conhecimentos. Tanto as nossas tropas
como o inimigo (o PAIGC) recorriam a esta guerra
subterrânea, que tantas vítimas provocaram de ambos os
lados.
Os endereços
electrónicos do meu camarada José Neto, de que disponho,
são
zeneto@netcabo.pt
ou
netoze@clix.pt.
Mais uma vez me
congratulo por a vossa geração querer saber a verdade
sobre a guerra que nós travamos, mas que durante anos
escondemos, como se tivéssemos praticado um pecado
capital. Hoje, 37 anos depois de ter deixado o teatro de
operações, já falei mais da guerra ao meu neto, que
tem 11 anos, do que o que falei aos meus três filhos.
Sabemos que nada
poderá mudar o rumo que as coisas do passado tiveram,
mas estamos cientes de que quanto mais se souber sobre
aquele período da nossa história, pois de história se
trata, se poderá melhorar, compreender e ajudar todos
aqueles que, a sua participação na guerra afectou, a
ponto de os inutilizar, em termos físicos e
psicológicos, para o resto das suas vidas.
Como é óbvio e faz
parte do nosso (blogistas) código de conduta, este mail
vai com conhecimento ao editor Luís Graça, pois que
assim também é possível obter outros elementos que
possam ser do conhecimento e interesse geral.
Termino, mantendo-me
ao dispor para o que possa ser útil, com um abraço
José Martins
Mensagem recebida:
Data
hora
02 de
Maio de 2007 às 10:34:41
Remetente Raul Sobreira Caetano
Mais uma vez
agradeço a atenção dispensada.
Saudações de um
leiriense (dos arredores) para outro que não esqueceu as
suas raízes.
Embora eu não seja
natural de Leiria, porque nasci na Alemanha, razão pela
qual nunca conheci o meu tio, embora quando ele morreu
eu também só tivesse dois anos. Sei que ele uns meses
antes do trágico acontecimento esteve em Portugal.
Mas já agora
depois de ter lido as suas explicações, que me deixaram
completamente esclarecido. Surge ainda uma dúvida, no
léxico das forças armadas qual a diferença entre morrer
em combate e morrer por acidente? Pois segundo o que li
no texto do Sr. José Neto e na sua explicação, acho
que o meu tio morreu em combate, ou será que estou
errado. Dúvida esta que o Sr. José Neto também levantou
no seu texto.
Agradeço
informação sobre os endereços do Sr. José Neto, mas não
consigo entrar em contacto os mails vêm todos
devolvidos.
Um abraço
Mensagem enviada:
Data
hora
03 de
Maio de 2007 às 15:07:17
Destinatário Raul Sobreira Caetano
Caro Raul
A pergunta que me é
colocada, tem lógica e tem razão de ser.
O que se segue é
apenas, e apenas a minha opinião, apesar de dar alguns
tópicos que, acredito eu, serem a dita versão oficial.
Na Guiné, desde que
púnhamos o pé naquela terra, saudosa para muitos e
também para mim, apesar de haver recordações menos boas
e/ou mesmo más, até que a deixávamos, o nosso tempo
passava a contar pelo dobro. Isto é: eu que estive
exactamente 2 anos (2 de Junho de 1968 a 2 de Junho de
1970), o tempo que lá estive, para efeito de antiguidade
e reforma, vale por quatro. Toda aquela terra era terra
de 100%, ou seja, enquanto em Angola e Moçambique, para
falar das três principais, havia zonas de diferente
valor percentual, a Guiné era toda igual. Tanto contava
no interior do mato como nas Repartições do ZIAC (termo
adoptado pelos militares que designava a Zona de
Intervenção com Ar Condicionado).
Por estas razões,
acrescidas de que um militar se encontrava naquele local
por força de uma guerra, e tinha que estar sempre
disponível e alerta para qualquer emergência, tudo
girava em torno da actividade operacional, ou seja,
sempre em estado de prontidão para o combate.
Assim, para mim,
qualquer baixa, fosse qualquer que fosse a causa, foi e
será baixa em combate.
No entanto, era mais
agradável para as estruturas de comando, quer nos
teatros de operação quer aqui na metrópole, apresentar
as baixas como acidente, sem mais qualquer explicação,
havendo quem dissesse que havia mais mortes em Portugal
Continental por acidentes de automóvel, do que em
combate no Ultramar. Era isto que servia os interesses
instalados, e que ainda são uma mola real e justificação
para tudo: as estatísticas.
Portanto, para mim, o
meu camarada Alferes Manuel Sobreiro morreu pela Pátria,
em combate, levando ao extremo aquilo que jurou perante
a Bandeira Nacional: lutar até ao sacrifício da própria
vida.
Foi o que aconteceu,
por isso, todos os que lá estivemos, lamentando as
baixas acontecidas, curvamo-nos perante os factos e
respeitamos a memória, não só do Sobreiro mas de todos,
como Herói Nacional e colocamo-lo ao lado de um qualquer
HERÓI PORTUGUÊS, lembrado na História que nós, todos os
dias, ajudamos a cumprir e que foi ensinada aos nossos
filhos e agora é ensinada aos nossos netos.
Eu próprio, sempre
que o tempo e os meios me permitem, procuro obter dados
sobre o que foi a vida de um tio paterno que, depois de
ter sido incorporado no Batalhão do Regimento de
Infantaria 7, de Leiria, e ter combatido em França, ao
lado do meu avô materno, na I Grande Guerra, foi parar a
Angola onde, apesar dos seus 65 anos, não hesitou em
tornar-se o primeiro comandante das milícias civis, que
foram criadas em S. Salvador do Congo em 1962.
Concluindo: O Alferes
Miliciano de Artilharia Manuel de Jesus Rodrigues
Sobreiro, morreu em combate. RIP
José Martins
Apesar de não estar
no contexto desta troca de mensagens, a que segue tem
grande importância. O “nosso Zé Neto” talvez tivesse as
respostas para este caso. A notícia, que apesar de já
esperada, caiu como uma bomba no nosso correio
electrónico.
Mensagem da Leonor [Léo
Neto], neta do Zé Neto, com data de hoje (29
de Maio de 2007), enviada às 7h29.
Assunto: Notícias
tristes.
Caros amigos:
É com enorme dor que
vos escrevo para comunicar o falecimento do meu querido
avô, Zé Neto.
(...)
Um abraço, Leonor.
De
imediato enviei a seguinte mensagem
Data
hora
03 de
Maio de 2007 às 15:07:17
Destinatário Leonor (neta do Zé Neto)
Caros amigos
Recebi a noticia.
Sinto a vossa dor, e
se vos pode servir de alguma coisa, também vos acompanho
na dor.
Conheci o Zé,
permitam-me a forma como me exprimo, e apenas alguns
momentos bastaram para se cimentar uma amizade que,
creio, também era recíproca.
Mais um partiu,
quiçá, para preparar a nossa chegada.
Não deixem perder a
memória do vosso pai ou avô. É a maior homenagem que se
lhe pode prestar.
Para mim, perdurará
na minha amizade.
José Martins
Fur.Mil.Trms.Inf.
Canjadude – Guiné
1969 a 1970
Mensagem enviada, com a mensagem anterior em anexo:
Data
hora
03 de
Maio de 2007 às 15:07:17
Destinatário Raul Sobreira Caetano
Caro Raul
É com tristeza que
reencaminho o mail que hoje enviei à família do nosso
amigo José Neto, já que ele não mais responderá às
questões que lhe ainda queríamos colocar.
Um abraço
José Martins
Mensagem recebida:
Data
hora
30 de
Maio de 2007 às 16:02:51
Remetente Raul Sobreira Caetano
Sr. José Martins
Agradeço a sua
atenção.
É com
dupla tristeza que recebo a notícia que me enviou,
primeiro pela morte do Sr. José Neto e depois porque, o
Sr. José escreveu que um dia falaria sobre a morte do
meu tio, e assim a sua voz calou-se.
Agradeço que caso
venha a ter novidades deste assunto, quiçá talvez o Sr.
José Neto tenha deixado algo escrito (agora não é altura
ideal para averiguar), me informe.
Eu tenho um
rascunho de um mail escrito para lhe enviar, mas estou
numa fase muito complicada do ano, pois é a altura do
fecho de contas e não tenho tido tempo de o corrigir nem
de falar com a minha avó sobre alguns dos pormenores
conhecidos da morte do meu tio.
Um abraço
Raul Caetano
Mensagem enviada:
Data
hora
31 de
Maio de 2007 às 10:51:43
Destinatário Raul Sobreira Caetano
Caro Raul
Estive ontem com a
família do Zé Neto e tomei conhecimento de que ele tem
um livro escrito. Não sei se sobre a Guiné se sobre a
sua vida militar, já que era de carreira e esteve em
Macau (antes de 1961), Norte de Angola (1962/1963),
Guiné (1966 a 1968) e novamente Angola (1970/1971).
Não era ocasião de se
falar muito sobre isto. No entanto incentivamos, os
netos a entrar no nosso blogue, e eles aceitaram. Vamos
ver o que vai aparecer.
Outra novidade, no
mail, é de que somos colegas. Sou TOC, mas nesta altura
já não tenho problemas com as contas. Apesar de as ter
de fechar com data de 31 de Dezembro, tenho que ter as
contas, já auditadas, ainda no mês de Fevereiro, já que
a maioria do capital da empresa e Norueguês, e eles não
perdoam.
Entretanto vamos
mantendo o contacto.
Um abraço
José Martins
Mensagem recebida:
Data
hora
01 de
Junho de 2007 às 09:55:33
Remetente Raul Sobreira Caetano
Sr. José
Mais uma vez agradeço
a sua atenção, fico a aguardar novidades.
Quanto à
contabilidade, infelizmente em Portugal, deixamos sempre
tudo para o fim.
Um abraço
Mensagem enviada:
Data
hora
15 de
Junho de 2007 às 10:42:27
Destinatário Raul Sobreira Caetano
Caro Raul
Acabo de ler o post
nº 1849 de Luís Graça & Camaradas da Guiné sobre o seu
tio e de autoria de Nelson Domingues, da Monte Real, que
presumo ser seu primo.
Já trocaram
impressões sobre o que foi apurado na nossa troca de
mensagens?
Um abraço
José Martins
(Post publicado em
blogueforanadaevaotres.blogspot.com)
Quinta-feira, 14 de
Junho de 2007
Guiné 63/74 - P1849: Quero prestar a
devida homenagem ao meu tio, o Alf Mil Manuel Sobreiro,
da CART 1612, morto em Mampatá em 1968 (Nelson
Domingues)

Guiné > Guileje > BART 1896 > CART 1612 (1967/69) > O
Alf Mil de Minas e Armadilhas, Manuel Sobreiro, natural
de Leiria, morto numa acidente com um granada defensiva,
em Mampatá, em Fevereiro de 1968. Alguém se lembra dele
e das circunstâncias em que morreu?
Fonte: Nelson
Domingues > Blogue >
As Verdades do Sobreirito (2007).
(com a devida vénia...).
1. Mensagem de Nelson
Domingues:
Boa noite!
Espero que se
encontre de boa saúde.
(i) Sou sobrinho de Manuel Sobreiro, Manuel Jesus Rodrigues Sobreiro (1942-1968).
(ii) Tombou a 24 de Fevereiro de 1968.
(iii) Causa (oficial ou oficiosa): Acidente .
(iv) Unidade Mobilizadora: RAP 2.
(v) Ramo das Forças Armadasa: Exército.
(vi) Naturalidade: Chã da Laranjeira, Sto. Carpalhosa.
(vii) Posto e nº mecanográfico: Alferes Miliciano de Artilharia nº 0022363.
(viii) Unidade a que pertencia no CTIG: Alferes Miliciano Manuel Sobreiro – 2º comandante da CART 1612.
Eu e a minha família
sempre ouvimos falar de muitas verdades sobre o acidente
que vitimou o meu tio, mas por mais histórias que haja,
o meu desejo é recolher o máximo de informação sobre o
meu tio para o homenagear condignamente no dia 28
Fevereiro de 2008, no 40º aniversário do seu
desaparecimento.
Não o vou maçar mais,
agradeço desde já a sua amabilidade para consultar o
humilde blogue que estou a iniciar.
Os meus cumprimentos,
Nelson S S Domingues
Mensagem recebida:
Data
hora
21 de
Julho de 2007 às 10:30:24
Remetente Raul Sobreira Caetano
Sr. José Martins
Acabo de receber
um mail do Coronel Mendonça, com poucas palavras somente
a apresentar-se como ex-comandante da 1612. A informar
que conheceu o meu tio, que ele faleceu nos seus braços
e que era um amigo que não pode esquecer.
Estou a preparar
um mail para enviar mas, nunca sabemos da receptividade
por parte dos superiores, por isso vou com cuidado.
Um abraço
Mensagem recebida:
Data hora
19 de Agosto de 2008 às 11:40:17
Remetente Raul Sobreira Caetano
Bom dia Sr. José
Martins
Acabo de chegar de
umas merecidas férias, sem telemóveis nem computadores
por perto, quando vou consultar o meu mail, dou com esta
mensagem de um ex-colega do meu tio, que lhe envio para
seu conhecimento.
Á primeira vista
coincide com a narração do Sr. José Neto, mas vou entrar
em contacto para melhores esclarecimentos.
Obrigado por toda
a sua ajuda
(Mensagem referida no texto anterior)
Mensagem recebida por Raul Sobreira Caetano:
Data hora
02 de Agosto de 2008
Remetente Jorge Freire
Subject: Informação
sobre a morte do alferes Manuel de Jesus Sobreiro
Boa tarde.
Acabei de ver uma
página da Internet onde manifestava o desejo de saber as
circunstâncias da morte do seu tio Manuel de Jesus
Sobreiro (de Monte Real, Leiria).
O meu nome é Jorge
Paes da Cunha Freire e fui alferes da C.Art 1612. Estive
com o seu tio na formação da Companhia em Vila Nova de
Gaia, em 1966, e depois na Guiné, em Bissorã e em Buba.
Entretanto, em Agosto de 1967, fui transferido para
Bissau. Aquando do falecimento do seu tio, eu estava de
férias em Lisboa e recebi uma carta do comandante da
companhia, capitão Orlando Ventura de Mendonça a
relatar-me o sucedido e que realmente me deixou muito
chocado. O que se passou foi o seguinte, (em Aldeia
Formosa, perto de Buba, onde a companhia estava
destacada na altura) presenciado por soldados da
companhia, que me confirmaram o sucedido. O seu tio
tinha a especialidade de minas e armadilhas, tirada em
Tancos, depois do 2º ciclo do curso de oficiais
milicianos, tirado em Vendas Novas. A origem do
acidente que lhe causou a morte foi a circunstância em
que teve de desmontar uma armadilha. Quando estava a
proceder a essa operação, foi instantaneamente coberto
por um tipo de formigas muito comum na Guiné, designado
localmente por «correcção» ou também por «marabunta».
Essas formigas cobrem uma pessoa em segundos e, quando
mordem, se as arrancamos ficam as cabeças agarradas à
pele, pelos ferrões. Ora isso aconteceu exactamente
quando o seu tio tinha a armadilha na mão e que
explodiu, quando ele sacudiu as formigas, cuja picada
dói bastante. Foi isto que realmente sucedeu.
Espero ter
contribuído para o esclarecimento do que se passou,
manifestando o meu pesar, pelo desaparecimento do meu
companheiro de armas, Manuel Sobreiro, que continua vivo
na minha memória ao fim de 41 anos.
Aproveito a
oportunidade para lhe apresentar os meus cumprimentos,
pondo-me ao seu dispor se quiser contactar-me.
Jorge Freire
A correspondência com
o Raul Caetano, para já, está transcrita acima. O seu
primo – Nelson Domingues – também procura obter a
verdade dos factos. Criou, inclusivamente, uma página –
sobreirito.blogspot.com – cuja leitura aconselho
vivamente e onde tenta mostrar, por testemunhos e outros
textos, a admiração que tem pelo seu tio que, se chegou
a conhecer, devia ser muito novo.
Por mim, e em leito
de homenagem, transcrevo o que tenho em arquivo sobre o
Batalhão de Artilharia nº 1896 e as Companhias que o
compunham, assim como os militares que deram o máximo
que se lhes podia pedir: a própria vida!
Elementos retirados
do 7º e 8º volume da Resenha Histórico-Militar das
Campanhas de África (1961-1974)
Batalhão de Artilharia nº 1896
Unidade Mobilizadora:
RAP 2 – Vila Nova de Gaia
Comandante: Tenente-coronel Artilharia
Celestino da Cunha Rodrigues
2º
Comandante: Major Artilharia José de Carvalho
Pereira
Of.Inf.Op/Adjunto:
Capitão Graduado Artur Olímpio de Sá Nunes
Capitão de
Artilharia Rui Manuel Viana de Andrade Cardoso
Comandantes de Companhia:
CCS
Capitão SGE Manuel Américo David
Capitão SGE Joaquim José
Garcia
Capitão Miliciano de Artilharia
Eduardo de Oliveira e Silva
CArt 1612
Capitão Artilharia Oliveira Ventura de Mendonça
CArt 1613
Capitão Miliciano de Artilharia Fausto Manteigas da
Fonseca Ferraz
Capitão de Artilharia Eurico de
Deus Corvacho
CArt 1614
Capitão de Artilharia Luís João Ferreira Marques Jorge
Divisa: “Bravos e sempre leais”
Partida Embarque em 12Nov66; desembarque em
18Nov66
Regresso Embarque em 18Ago68
Síntese da Actividade Operacional
Inicialmente ficou
colocado em Bissau na situação de reserva do
Comando-Chefe, até 29Mar67, data em que seguiu para
Buba, tendo as suas subunidades sido atribuídas em
reforço de outros batalhões em quadrícula.
Em
05Abr67, rendendo o BCaç 1861, assumiu a
responsabilidade do Sector S2, com sede em Buba e
englobando os subsectores de Sangonhá, Gadamael,
Camecande, Guilege, Aldeia Formosa e Buba e ainda uma
companhia em Mejo, até 28Mai68, para actuação continuada
no corredor do Guilege. Em 09Abr68, foi criado o
subsector de Gandembel, e, em 12Jun68, a sua zona de
acção foi reduzida da área de Aldeia Formosa, que foi
atribuída à responsabilidade do COSAF [Comando
Operacional do Sector de Aldeia Formosa], então criado.
Desenvolveu intensa actividade operacional, exercendo o
esforço sobre o corredor do Guilege e região de Forreá,
planeando e controlando a execução de continuadas acções
de vigilância da fronteira, de intercepção de colunas de
reabastecimento e de grupos inimigos, de protecção e
segurança de itinerários e ainda de recuperação das
populações. Pelos resultados obtidos e pelo esforço
desenvolvido e meios utilizados, destacam-se as
operações “Bola de Fogo”, “Rembrant”, “Pôr Termo”, “Novo
Rumo”, e “Nora”, entre outras.
Dentre o
material capturado mais significativo, salienta-se: 2
metralhadoras ligeiras, 2 pistolas metralhadoras, 2
espingardas, 1 lança granadas foguete, 37 minas
antipessoal e anticarro e 106 granadas de armas
pesadas.
Em
25Jun68, foi rendido no sector de Buba pelo BCaç 2834,
recolhendo a Bissau, a fim de aguardar embarque de
regresso.
A
CArt 1612
seguiu em 13Dez66 para Bissorã, a fim de efectuar a
segurança protecção dos trabalhos de reabertura do
itinerário Bissorã-Bula, ficando na situação de reforço
do BCAç 790 e depois do BCaç 1876, tendo ainda efectuado
diversas operações nas regiões de Insumeté, Insantaque e
Iusse, entre outras.
Após substituição em
Bissorã, pela CArt 1746, rendeu, em 27Jul67, a CCaç 1488
na função de intervenção e reserva do sector do seu
batalhão, instalando-se em Buba, sendo empenhada em
diversas operações nas regiões de Nhala, Darsalame e
Buba Tombo, entre outras e destacado ainda, por períodos
variáveis, pelotões para reforço temporário de outras
subunidades do sector.
Em
18Nov67, por rotação com a CCaç 1591, assumiu a
responsabilidade do subsector de Aldeia Formosa, no
mesmo sector, tendo destacado pelotões para instalação,
por períodos variados, em Colibuia, Chamarra e Porto
Balana.
Em
13Jul68, foi substituída no subsector de Aldeia Formosa
pela CCaç 2382 e recolheu a Bissau, onde permaneceu na
situação de reserva de Comando-Chefe até ao embarque de
regresso.
* * *
A
CArt 1613
seguiu em 03Dez66 para a região de S. João, onde
permaneceu até 15Jan67, afim de efectuar uma instrução
de adaptação operacional sob orientação do BCaç 1860 e
tomar parte em operações realizadas naquela área.
Em
02Fev67, seguiu para Teixeira Pinto, tendo sido
atribuída em reforço do BCav 1905, instalando-se, de 08
a 13Fev67, em Jolmete com vista à realização de uma
operação naquela zona de acção, após o que recolheu a
Bissau; em 05Mar67, seguiu novamente para o sector do
BCav 1905 a fim de efectuar operações na região do Jol,
até 28Mai67.
Em
30Abr67, seguiu para Buba, a fim de reforçar o
dispositivo do seu batalhão com vista à intensificação
do esforça da região do Forreá e actuar sobre a linha de
infiltração do Guilege, com um pelotão destacado em
Cumbijã, em reforço da guarnição local; em 02Ma67,
mantendo o pelotão em Cumbijã, foi instalada em Colibuia,
dentro da mesma missão anterior e onde substituiu um
pelotão da CCaç 1622.
Em
30Jun67, foi transferida para Guilege, para onde já se
deslocara o pelotão de Cumbijã, em 17Jun67, rendendo
naquele subsector a CCaç 1477; em 13 e 28Mai68, após
substituição da CCaç 2316, foi transferida para Buba, a
fim de colmatar a saída anterior da CCaç 1591 na missão
de subunidade de intervenção e reserva do sector e
destacando um pelotão para guarnecer Nhala.
Em
14Jul68, vindo a ser substituída mais tarde pela CCaç
2381, seguiu para Bissau, onde colaborou na segurança e
protecção das instalações e das populações da área, em
reforço dos efectivos da BCaç 2834 até ao seu embarque
de regresso.
* * *
A
CArt 1614
seguiu em 09Dez66 para Bula, onde permaneceu até
15Jan67, a fim de efectuar uma instrução de adaptação
operacional sob orientação do BCav 790 e tomar parte em
operações nas regiões de Ponta Ponate, Encherte e
Choquemone.
Em
27Jan67, seguiu para Ingoré a fim de reforçar o BCaç
1894 e realizar uma operação na região de Sano, após o
que recolheu a Bissau em 31Jan67; em 19Fev67, reforçou o
BCav 1897 em operação realizada ena região de Changalana
até 25Fev67.
Em
30Mai67, foi deslocada para Cabedú, afim de assumir a
responsabilidade do respectivo subsector, em
substituição da CCaç 1427, ficando integrada no
dispositivo de manobra da BArt 1913.
Em
06Jan68, foi substituída, transitoriamente, pela CArt
1689 até à chegada da CCaç 1788, tendo seguido para o
subsector de Nhacra, com destacamentos em Safim e Dugal,
afim de render a CArt 1648 no dispositivo de manobra do
BArt 1904 e depois do BCaç 2834 e ainda do BArt 1911.
Em
02Ago68, após ser substituída no subsector de Nhacra
pela CArt 1682, recolheu a Bissau, a fim de aguardar o
embarque de regresso.
Mortos em Campanha
Companhia de Comando e Serviços
JOÃO GOMES,
Soldado Atirador com o número mecanográfico 82120664,
pertencente ao recrutamento da província e colocado no
Batalhão de Artilharia nº 1896, mobilizado no Regimento
de Artilharia Pesada nº 2 – Vila Nova de Gaia.
Era casado com Clara
Gomes, filho de Vicente Gomes e Clara Gomes, sendo
natural da freguesia de Calequissé e concelho de Cacheus.
Vítima de acidente
(outros motivos) ocorrido em Buba quando transportava um
garrafão de água destilada, ferindo-se com os cacos de
vidro, faleceu em 16 de Junho de 1967 no Hospital
Militar 241 em Bissau. Foi inumado no Cemitério Bissau.
MALAN BALDÉ,
Soldado Atirador com o número mecanográfico 82097364,
pertencente ao recrutamento da província e colocado no
Batalhão de Artilharia nº 1896, mobilizado no Regimento
de Artilharia Pesada nº 2 – Vila Nova de Gaia.
Era casado com Taco
Ainé, filho de Nhaco Balde e Sali Só, sendo natural de
lugar de Tumaná de Cima, freguesia de Santa Isabel e
concelho de Gabú.
Vítima de acidente
com arma de fogo ocorrido em Buba entre as tabancas de
Manpantá e Uame, faleceu em 04 de Fevereiro de 1968 no
Hospital Militar Principal em Lisboa. Foi inumado no
Cemitério do Alto de São João em Lisboa.
ANTÓNIO
PEREIRA NUNES, 1º Cabo
Escriturário com o número mecanográfico 18370666,
pertencente ao Batalhão de Artilharia nº 1896,
mobilizado no Regimento de Artilharia Pesada nº 2 – Vila
Nova de Gaia.
Era solteiro, filho
de António Nunes Brito e Aldina Pereira Antunes, sendo
natural da freguesia de Pinheiro de Coja e concelho de
Tábua.
Vítima de ferimentos
em combate ocorrido em Buba no ataque ao aquartelamento
em 11 de Maio de 1968, faleceu em 12 de Maio de 1968 no
Hospital Militar 241 em Bissau. Foi inumado no Cemitério
Paroquial de Pinheiro da Coja.
Companhia de Artilharia nº 1612
MANUEL DE
JESUS VIGÁRIO, Soldado
Atirador com o número mecanográfico 05351166,
pertencente à Companhia de Artilharia nº 1612 / Batalhão
de Artilharia nº 1896, mobilizada no Regimento de
Artilharia Pesada nº 2 – Vila Nova de Gaia.
Era solteiro, filho
de Álvaro Batista e Matia de Jesus Vigário, sendo
natural da freguesia de Guiães e concelho de Vila Real.
Vítima de ferimentos
em combate ocorrido no itinerário de Nhacobá - Cumbijã,
faleceu em 01 de Dezembro de 1967. Foi inumado no
Cemitério de Guiães.
MANUEL DE
JESUS RODRIGUES SOBREIRO,
Alferes Miliciano de Artilharia com o número
mecanográfico 0022363, pertencente à Companhia de
Artilharia nº 1612 / Batalhão de Artilharia nº 1896,
mobilizada no Regimento de Artilharia Pesada nº 2 – Vila
Nova de Gaia.
Era solteiro, filho
de Manuel Rodrigues Sobreiro e Maria de Jesus, sendo
natural da freguesia de Souto da Carpalhosa e concelho
de Leiria.
Vítima de acidente
com arma de fogo ocorrido em Liroiel na verificação de
uma armadilha das NT, faleceu em 24 de Fevereiro de
1968. Foi inumado no Cemitério de Souto da Carpalhosa.
EDUARDO
GUILHERME TEIXEIRA MONTEIRO,
Alferes Miliciano de Artilharia com o número
mecanográfico 08979964, pertencente à Companhia de
Artilharia nº 1612 / Batalhão de Artilharia nº 1896,
mobilizada no Regimento de Artilharia Pesada nº 2 – Vila
Nova de Gaia.
Era solteiro, filho
de Eduardo António Monteiro e Maria Julieta Monteiro,
sendo natural da freguesia de Longonjo e concelho de
Caala - Angola.
Vítima de ferimentos
em combate ocorrido no itinerário de Aldeia Formosa –
Guileje motivado por fornilho activado por tracção,
faleceu em 15 de Maio de 1968. O corpo não foi
recuperado.
APARICIO DE
SOUSA MIRANDA, Soldado
Apontador de Metralhadora com o número mecanográfico
9203866, pertencente à Companhia de Artilharia nº 1612 /
Batalhão de Artilharia nº 1896, mobilizada no Regimento
de Artilharia Pesada nº 2 – Vila Nova de Gaia.
Era solteiro, filho
de Mário Miranda e Maria de Jesus Sousa, sendo natural
da freguesia de Maximinos e concelho de Braga.
Vítima de ferimentos
em combate ocorrido pelo rebentamento de mina anticarro
seguida de emboscada na estrada de Manpatá – Uare ,
faleceu em 20 de Maio de 1968. Foi inumado no Cemitério
Municipal de Braga.
JOÃO ANTÓNIO
MACEDO DA ROCHA, Soldado
Atirador com o número mecanográfico 05222566,
pertencente à Companhia de Artilharia nº 1612 / Batalhão
de Artilharia nº 1896, mobilizada no Regimento de
Artilharia Pesada nº 2 – Vila Nova de Gaia.
Era solteiro, filho
de Augusto Rocha e Preciosa Alves Macedo, sendo natural
da freguesia de S. Pedro e concelho de Vila Real.
Vítima de ferimentos
em combate ocorrido pelo rebentamento de mina anticarro
seguida de emboscada na estrada de Manpatá – Uare ,
faleceu em 20 de Maio de 1968. Foi inumado no Cemitério
de Santa Iria – Vila Real.
MÁRIO
GONÇALVES MACHADO, Soldado
Atirador com o número mecanográfico 4950766, pertencente
à Companhia de Artilharia nº 1612 / Batalhão de
Artilharia nº 1896, mobilizada no Regimento de
Artilharia Pesada nº 2 – Vila Nova de Gaia.
Era solteiro, filho
de Manuel Joaquim Gonçalves e Celeste Gonçalves Fontes,
sendo natural de lugar de Macieira, freguesia de Limões
e concelho de Ribeira de Pena.
Vítima de ferimentos
em combate ocorrido pelo rebentamento de mina anticarro
seguida de emboscada na estrada de Manpatá – Uare ,
faleceu em 20 de Maio de 1968. Foi inumado no Cemitério
Paroquial de Macieira.
UMARU JULDÉ
DJALÓ, Soldado Atirador com o
número mecanográfico 82060167, pertencente à Companhia
de Artilharia nº 1612 / Batalhão de Artilharia nº 1896,
mobilizado no Comando Territorial Independente da Guiné.
Era solteiro, filho
de Mamajam Djaló e Achatu Djaló, sendo natural de lugar
de Bedanda, freguesia de Nossa Senhora de Fátima e
concelho de Catió.
Vítima de ferimentos
em combate ocorrido pelo rebentamento de mina anticarro
seguida de emboscada na estrada de Manpatá – Uare ,
faleceu em 20 de Maio de 1968. Foi inumado no Cemitério
de Aldeia Formosa - Guiné.
Companhia de Artilharia nº 1613
FAUSTO
MANTEIGAS DE FONSECA FERRAZ,
Capitão Miliciano de Artilharia com o número
mecanográfico 1036/C, pertencente à Companhia de
Artilharia nº 1613 / Batalhão de Artilharia nº 1896,
mobilizada no Regimento de Artilharia Pesada nº 2 – Vila
Nova de Gaia.
Era casado com Maria
Fernanda Ferreira da Costa, filho de Manuel Fonseca
Ferraz e Ana Rosa Manteigas, sendo natural da freguesia
de Pousofoles e concelho de Sabugal.
Vítima de acidente
com arma de fogo ocorrido no aquartelamento de S. João -
Cachil, faleceu em 24 de Dezembro de 1966 no Hospital
Militar 241 em Bissau. Foi inumado no Cemitério da
Conchada em Coimbra.
ANTÓNIO DE
SOUSA OLIVEIRA, Soldado
Atirador com o número mecanográfico 6399965, pertencente
à Companhia de Artilharia nº 1613 / Batalhão de
Artilharia nº 1896, mobilizada no Regimento de
Artilharia Pesada nº 2 – Vila Nova de Gaia.
Era solteiro, filho
de Casimiro Lopes Oliveira e Delfina Sousa, sendo
natural de lugar da freguesia de Ribas e concelho de
Celorico de Basto.
Vítima de ferimentos
em combate ocorrido em Guileje na lala do rio Tenheje,
faleceu em 28 de Dezembro de 1967. Foi inumado no
Cemitério de Vale do Douro em Celorico de Basto.
NUNO DA
COSTA TAVARES MACHADO, Alferes
Miliciano de Artilharia com o número mecanográfico
07349365, pertencente à Companhia de Artilharia nº 1613
/ Batalhão de Artilharia nº 1896, mobilizada no
Regimento de Artilharia Pesada nº 2 – Vila Nova de Gaia.
Era solteiro, filho
de Deolindo de Sousa Machado e Alzira Assis Teixeira da
Costa Tavares Machado, sendo natural da freguesia de Sé
Nova e concelho de Coimbra.
Vítima de ferimentos
em combate ocorrido em Guileje na lala do rio Tenheje,
faleceu em 28 de Dezembro de 1967. Foi inumado no
Cemitério de Agramonte no Porto
.
SEBASTIÃO DA
COSTA DIONISIO, Furriel
Miliciano Atirador com o número mecanográfico 03686865,
pertencente ao Pelotão de Caçadores Nativos nº 51 do
CTIG, mobilizado na metrópole e adido à Companhia de
Artilharia nº 1613 / Batalhão de Artilharia nº 1896,
mobilizada no Regimento de Artilharia Pesada nº 2 – Vila
Nova de Gaia.
Era solteiro, filho
de Vítor Dionísio e Maria da Glória da Costa, sendo
natural da freguesia de São Vicente e concelho de Braga.
Vítima de ferimentos
em combate ocorrido no itinerário entre Guileje e
Gandembel, faleceu em 11 de Abril de 1968. Foi inumado
no Cemitério Municipal de Braga.
JOSÉ AUGUSTO
DA SILVA LEAL, 1º Cabo
Atirador com o número mecanográfico 8915866, pertencente
à Companhia de Artilharia nº 1613 / Batalhão de
Artilharia nº 1896, mobilizada no Regimento de
Artilharia Pesada nº 2 – Vila Nova de Gaia.
Era solteiro, filho
de Armindo Ferreira Leal e Margarida Caetano da Silva,
sendo natural da freguesia de Vandoma e concelho de
Paredes.
Vítima de ferimentos
em combate ocorrido em Guileje, faleceu em 24 de Abril
de 1968 no Hospital Militar 241 em Bissau. Foi inumado
no Cemitério Paroquial de Vandoma.
FERNANDO
BOTELHO, Soldado Atirador com
o número mecanográfico 06671166, pertencente à Companhia
de Artilharia nº 1613 / Batalhão de Artilharia nº 1896,
mobilizada no Regimento de Artilharia Pesada nº 2 – Vila
Nova de Gaia.
Era casado com Maria
Isabel Pinto, filho de José Botelho e Laurindo da
Conceição, sendo natural da freguesia de Gestaçô e
concelho de Baião.
Vítima de acidente
ocorrido for afogamento no rio Grande de Bula, faleceu
em 26 de Junho de 1968 em Bula. Foi inumado no Cemitério
Paroquial de Tresoura em Baião.
Companhia de Artilharia nº 1614
ILIDIO
RODRIGUES GOMES, Soldado
Apontador de Metralhadora com o número mecanográfico
8969966, pertencente à Companhia de Artilharia nº 1614 /
Batalhão de Artilharia nº 1896, mobilizada no Regimento
de Artilharia Pesada nº 2 – Vila Nova de Gaia.
Era solteiro, filho
de António Fernandes Gomes e Glória Rodrigues, sendo
natural de lugar de Quintães, freguesia de Padroso e
concelho de Arcos de Valdevez.
Vítima de ferimentos
recebidos em combate ocorrido na protecção à abertura de
uma picada, faleceu em 01 de Março de 1967 no Hospital
Militar 241 em Bissau. Foi inumado no Cemitério Padroso.
FRANCISCO
FILIPE DOS SANTOS ENCARNAÇÃO,
Furriel Miliciano Atirador com o número mecanográfico
3590064, pertencente à Companhia de Artilharia nº 161X /
Batalhão de Artilharia nº 1896, mobilizada no Regimento
de Artilharia Pesada nº 2 – Vila Nova de Gaia.
Era casado com Maria
Isabel de Jesus Rodrigues da Conceição, filho de Joaquim
dos Santos Encarnação d Maria José Filipe dos Santos
Encarnação, sendo natural da freguesia de Salvador e
concelho de Beja.
Vítima de ferimentos
em combate ocorrido na operação “Nora”, faleceu em 06 de
Março de 1967 no Hospital Militar 241 em Bissau. Foi
inumado no Cemitério de Rio de Mouro, Sintra.
REBE
CUMATCHA, Soldado Atirador com
o número mecanográfico 82008461, pertencente à Companhia
de Artilharia nº 1614 / Batalhão de Artilharia nº 1896,
mobilizado no Comando Territorial Independente da Guiné.
Era solteiro, filho
de Nhanque Chalá e Iaca Quombancha, sendo natural de
lugar da freguesia de Mansoa e concelho de Bissorã.
Vítima de ferimentos
em combate ocorrido no accionamento de uma mina
antipessoal em Cabedú, na estrada depois do
aquartelamento, faleceu em 03 de Maio de 1967 no
Hospital Militar 241 em Bissau. Foi inumado no Cemitério
de Bissau na Guiné.
TOMÉ SOARES
DA GAMA, 1º Cabo Atirador com
o número mecanográfico 82067566, pertencente à Companhia
de Artilharia nº 1614 / Batalhão de Artilharia nº 1896,
mobilizado no Comando Territorial Independente da Guiné.
Era solteiro, filho
de Francisco Soares da Gama e Juliana Lopes Crato, sendo
natural da freguesia de Nossa Senhora da Candelária e
concelho de Bissau.
Vítima de acidente de
viação ocorrido no transporte de água, faleceu em 04 de
Fevereiro de 1968 no Hospital Militar 241 em Bissau. Foi
inumado no Cemitério Bissau - Guiné.
FORTUNATO DA
SILVA GONÇALVES, Soldado
Condutor Auto / Transmissões com o número mecanográfico
00261366, pertencente à Companhia de Artilharia nº 1614
/ Batalhão de Artilharia nº 1896, mobilizada no
Regimento de Artilharia Pesada nº 2 – Vila Nova de Gaia.
Era solteiro, filho
de António José Gonçalves e Maria da Silva Azevedo,
sendo natural de lugar de Carreira Chã, freguesia de
Santa Eulália de Barrosas e concelho de Lousada.
Vítima de acidente de
viação ocorrido em 8 de Maio de 1968 a 5 quilómetros de
Sanfim, vindo a falecer em 10 de Maio de 1968 no
Hospital Militar 241 em Bissau. Foi inumado no Cemitério
de Santa Eulália de Barrosas.
José Martins
josesmmartins@sapo.pt
2 de Setembro de 2008
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Informação de
2007/04/26
Contacte os responsáveis pelos seguintes sites:
http://www.cart1525.com/ - Contactos em:
http://www.cart1525.com/pagina2.html
No site supra identificado, na sua página -
http://www.cart1525.com/historial.htm descrevem
operações militares em que esteve envolvida a Companhia
de Artilharia 1612.
Por outro lado, no blog "Luís Graça & Camaradas da
Guiné", também falam da C.ART 1612:
http://blogueforanada.blogspot.com/2006/01/guin-6374-cdxxxvii-memrias-de-guileje.html
http://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/2006_07_16_archive.html
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