TRABALHOS, TEXTOS
SOBRE OPERAÇÕES MILITARES ou LIVROS
Abreu dos Santos
Apresenta-se à consideração da
leitura, de todos os camaradas-de-armas e muito especialmente à
atenção das mais novas gerações que visitam este portal UTW – a cujo
fundador/editor publicamente agradeço o continuado e profícuo
trabalho em prol dos Veteranos da Guerra do Ultramar –, uma
sequência de quatro ensaios historiográficos, os quais constituem, sob a
genérica epígrafe "Rumores de Guerra", modesto contributo para um
melhor entendimento de quem eram e como manobravam – entre Janeiro
de 1955 e Junho de 1961 –, alguns dos interesses anti-portugueses,
da guerra-fria à qual então estávamos, todos, sujeitos.
«Rumores
de Guerra – um conjunto de textos, dedicado a Cada um Português que,
sem reserva mental nem expectativas de ganho pessoal ou
reconhecimento público, aceitou cumprir, e cumpriu, todos os seus
espinhosos Deveres, em vista da defesa de interesses nacionais
permanentes desta nossa Pátria.»
Para visualização dos conteúdos
clique em cada um dos sublinhados que se seguem:
"Rumores
de Guerra - 1955
> 1959"
(publicado:17 de
Dezembro de
2010)
[...]
1959 -
Outubro.12
Em Lisboa o CEME
general Câmara
Pina, na
sequência da
recente
publicação do
decreto-lei
42564 - que
promulgou a
reorganização
geral do
Ministério da
tutela -, emite
uma directiva
sobre a «definição
de política
militar do
Exército»1,
para o
levantamento e
accionamento das
forças
metropolitanas
destinadas a
servir no
Ultramar, em
caso de
emergências ou
de operações
prolongadas:
organização de
um centro de
instrução de
guerra
contra-revolucionária
e de operações
no Ultramar (CIGCR-CIOE),
e a sua
instalação no
próximo ano,
devendo
[...]
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"Rumores
de Guerra - 1960"
(publicado: 27 de
Dezembro de
2010)
[...]
Junho.6
No cais fluvial
de Lisboa larga
rumo a Luanda o
navio Uíge1,
com as primeiras
3 companhias de
caçadores
especiais
mobilizadas pelo
BC5-Campolide, e
que recentemente
concluíram no
CIOE-Lamego o
seu treino em
guerra
contra-subversiva,
cujo lema é
Mais Alto e Mais
Além: a
1ªCCE destina-se
a Cabinda, a
2ªCCE ao Toto e
a 3ªCCE a
Malanje2,
como reforço à
guarnição normal
no noroeste de
Angola e
prevenção da
previsível
agitação
indígena,
subsequente às
previstas
independências
dos vizinhos
Congo Belga e
Congo Francês;
seguem também 1
Companhia de
Telegrafistas e
1 Destacamento
de Engenharia,
que em Luanda
vai formar o
futuro BEng da
RMA.
[...]
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"Rumores
de Guerra > 1961 - Cassanje e Luanda"
(publicado: 3 de
Fevereiro de
2011, 23H40)
Janeiro.1
Na Baixa do Cassanje, em manobra
orquestrada pelos clandestinos agitadores vindos do vizinho
Congo-Léo, cerca de 20 mil indígenas são levados a alterar os
protestos levantados há duas semanas e iniciam a «recusa em
prosseguir trabalho nas condições impostas pela concessionária
algodoeira», com uma vaga de tumultos entre Belo Horizonte a
norte e Marimba-N'guengo a leste, concentrando-se em grupos nas
cercanias dos principais mercados e fábricas da Cotonang.
Naquela região norte de Angola, o que até há pouco constituíam
fortuitas alterações da passividade tradicional dos autóctones que
trabalham nas actividades [...]
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"Rumores
de Guerra
de Março a Junho de 1961 - nos Dembos"
(publicado: 14 de
Março de
2011, 11H40)
Um dos aspectos do
documento «Rumores de Guerra, nos Dembos» – em primeira mão
publicado no portal UTW, na véspera do exacto meio século sobre
o início dos hediondos massacres terroristas no noroeste de
Angola –, incide sobre as precisas datas em que os sucessivos
reforços das FA's metropolitanas foram enviados para Luanda, e
os meios de transporte a que o Estado recorreu – de urgência –,
para concretizar o seu obrigatório e premente auxílio às
populações e povoações atacadas e assediadas.
Ao longo de quase duas décadas de investigações
em diversíssimos domínios do conhecimento da história
contemporânea portuguesa, não logrei obter em publicação alguma
(livro, jornal ou revista, quer castrense quer civil e tanto
oficial como particular), informação condensada – sequer
tipificada, nem concreta e muito menos fidedigna –, no que
respeita aos factos supra aludidos, os quais são de capital
importância para que se entenda – de uma vez por todas –, que o
Governo português tudo fez ao seu alcance no sentido de cumprir
o que era (é) seu irrevogável dever, ou seja, proteger todos e
quaisquer cidadãos em território(s) jurisdicionalmente - e
moralmente - sob a sua guarda.
Aguardei pela circunstância das infaustas
efemérides que se aproximam, para partilhar uma súmula
cronológica de acontecimentos e testemunhos, que creio merecem a
mais ampla divulgação, tendo em vista essencialmente: lembrarmos
todos e cada um, português europeu ou africano, que então foi
selvaticamente assassinado, todos e cada um, português europeu
ou africano, que foi sujeito a inenarráveis sevícias e
indescritíveis transes; prestarmos as nossas homenagens aos
milhares de seus descendentes, incógnitos portugueses, europeus
ou africanos; dignificarmos os ciclópicos trabalhos de todos e
cada um dos portugueses, europeus ou africanos – tanto os civis
como os militares -, que, impreparados para enfrentar, na selva
tropical, ululantes bandos de assassinos, nunca viraram a cara à
luta e deram de si o seu melhor, a solidariedade e imediato
apoio prático e com elevadíssimo risco da própria vida; e,
resumidamente, honrarmos a nossa memória colectiva, que não
apenas a dos veteranos de guerra e suas famílias mas, sobremodo,
a de Portugal.
J. C. Abreu dos Santos