Informações e imagens cedidas por um colaborador
do portal UTW
Alexandra Marques
Alexandra Marques, nasceu em 1968. Jornalista desde
1991 e bolseira da Fundação para a Ciência e Tecnologia, é
doutoranda em História no Instituto de Ciências Sociais da
Universidade de Lisboa, onde desenvolveu uma tese epigrafada
«Experiência e Trauma na Descolonização Portuguesa»
Excerto: –
«[...] custódia das FAP [Forças Armadas Portuguesas] até ao Caxito.
"Todo o seu material e armamento seriam entregues pelas Nossas
Tropas ao MPLA, depois do regresso da nossa coluna" [...]».
título:"Segredos da Descolonização de Angola"
autor(a): Alexandra Marques
editor: Dom Quixote
1ªed. Alfragide, 03Mai2013
544 págs (contém ilustrações, bibliografia e fontes consultadas)
preço: 22,90€
ISBN: 972-20-5233-7
Resumo da obra: – «Narrativa histórica, baseada em fundos
militares do Movimento das Forças Armadas de Angola e outros
documentos.»
Nota prévia: – «Embora a expressão "descolonização"
seja recorrente para descrever as transições para as independências,
o termo é inapropriado para definir o que foi uma mera
transferência de poderes para os movimentos armados, num processo
que (como refere Pedro Pezarat Correia) não envolveu "exclusivamente
nem sequer predominantemente o país colonizador". Justifica quem
coordenou o MFA em Angola até Janeiro de 1975 (participante na
maioria das rondas negociais), que a "imperativa necessidade de
negociar previamente um cessar-fogo" implicou "imediatas cedências
políticas" num drama em vários actos, em que o Estado Português não
foi "o único actor, nem sequer o protagonista". Acabou, desta forma,
por ser "fortemente condicionado" pelos angolanos e pela comunidade
internacional, confrontando-se no final com um desfecho que escapou
"totalmente ao seu controlo". A documentação consultada corrobora
esta análise, mas demonstra também a responsabilidade de cada um dos
decisores individualmente e dos colectivos envolvidos.»
Sinopse: – «Que segredos poderão ser revelados
sobre a descolonização de Angola?
O que terá sido discutido na ilha do Sal (em Setembro de 1974),
entre Spínola e Mobutu sobre as condições de transferência do poder
para a FNLA?
Que facilidades concedeu o almirante Rosa Coutinho aos Movimentos de
Libertação, ainda antes do Acordo do Alvor?
Porque insiste Almeida Santos que as reuniões de Argel (em Novembro
de 1974), entre Melo Antunes e Agostinho Neto, resultaram no guião
da Penina?
Porque quiseram os negociadores nacionais manter secreto o
protocolo-anexo ao Acordo, que nunca foi divulgado?
E que posição assumiram, em relação aos bens imóveis dos portugueses
residentes no território?
Qual o papel de Mário Soares enquanto Ministro dos Negócios
Estrangeiros?
Qual a razão do conflito entre a Coordenadora do Programa do MFA
para Angola e o alto-comissário Silva Cardoso?
De que forma Rosa Coutinho ajudou o MPLA (a partir de 11 de Março de
1975), e como se articulou com o apoio logístico soviético e cubano
recebido por este Movimento?
O que levou Lisboa a ordenar às autoridades militares em Luanda, a
permissão ao desembarque na costa angolana de material bélico para o
MPLA, e quis que a tropa portuguesa impedisse a reentrada da FNLA em
Luanda, depois de expulsa da capital pelo MPLA em finais de Julho?
Porque tardou a evacuação dos portugueses e que interesse tinham os
EUA no retorno em massa, para ajudar o Grupo dos Nove a impedir que
Portugal ficasse, como Angola, sob influência soviética?»
Recensão: – «Passados quase 40 anos sobre a
independência dos países africanos de língua portuguesa, começa a
ser desclassificada uma quantidade generosa de fontes históricas, o
que permite fazer luz, quer sobre episódios fundamentais desse
período, quer sobre o cenário geral em que decorrem.
"Segredos da Descolonização de Angola" [...], é um documento notável
que nos ajudará a reconstituir a retirada portuguesa de Angola. Não
se tratou de descolonização, de facto – mas de uma simples
transferência de poderes num palco dominado pelas grandes potências
da época.
Quanto mais documentos deste género forem publicados, mais depressa
terminarão o tabu, os traumas e a versão oficial e
desculpabilizadora, que dominam a explicação desses anos de fogo.
O tempo passa e cura as feridas; mas, para isso, tem de ser
conhecido».
(Francisco José Viegas)
para saber mais...
– «1ª Parte: 1. A Revolução em Angola»
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no sublinhado que se segue:
"Segredos da Descolonização de Angola": a jornalista Alexandra
Marques tenta dar resposta, com este livro, a um conjunto de
perguntas sobre o processo de descolonização angolana.
Na FNAC-Colombo em 06Jun2013 às 18:30, apresentação e moderação do
jornalista Joaquim Vieira, com intervenções dos generais Heitor
Almendra e Pedro Pezarat Correia, do vice-almirante Álvaro Silvino
Guerreiro e do coronel Manuel Moreira Dias.