Trabalhos, textos ou livros sobre a Guerra do Ultramar
Elementos cedidos por um Veterano
António Egídio Fernandes Loja, ex-capitão
miliciano de infantaria, comandante da CCac1622, Guiné
18Nov66-18Ago68
"As ausências de
Deus: no labirinto da guerra colonial"
título: "As
ausências de Deus: no labirinto da guerra colonial"
autor: António Loja
editor: Notícias
1ªed. Lisboa, 2001
124 págs
23cm
dep.leg: PT-174456/01
ISBN: 972-46-1328-3
Recensão:
– «É com agrado que, actualmente, registo a produção de
muitas obras literárias que abordam o tema da Guerra
Colonial. É de todo proveitoso que não deixemos para
esquecimento um período tão difícil e tão controverso da
nossa História recente e cuja memória tem sido muito
deturpada.
Infelizmente, nem todas essas obras são merecedoras de
aparecerem nos escaparates das livrarias. Estas são, na
generalidade, derrotistas. Quiçá escritas por pessoas
complexadas e mal informadas, o objectivo parece ser o
sensacionalismo barato, com fins meramente comerciais.
Quem tiver a pouca sorte de as ler, ficará com uma ideia
completamente errada do que se passou em África de 1961
a 1974. Sobre o assunto, dediquei uma nota neste blogue
intitulada “Lixo”.
Parece-me, portanto, proveitoso que, sempre que
possível, dedique este espaço de divulgação a prestar
uma ajuda a quem se interesse pelo tema.
Um amigo meu ofereceu-me há dias um exemplar da
“narrativa” de António Loja, escritor madeirense,
intitulada “AS AUSÊNCIAS DE DEUS – No labirinto da
Guerra Colonial”.
Por ter sido escrito por um ex-capitão miliciano que
acabou por cumprir cinco anos de serviço militar
obrigatório, seria de esperar que o autor não resistisse
a pintar o seu quadro com cores demasiado carregadas, às
quais não faltasse uma certa dose de azedume. Mas não.
António Loja, embora com a crueza que o tema merece,
escreve com isenção e elegância, mesmo quando emprega
linguagem dita “vernácula”. Com uma prosa magnífica e
empolgante, descreve-nos as suas vivências nas matas da
Guiné, onde percorreu as picadas mais mortíferas e
esteve aquartelado em locais inimagináveis, onde quase
todos os dias ocorriam chuvas diluvianas de metralha.
Toda a narrativa foi habilmente construída em torno das
memórias que lhe vieram à mente durante um internamento
num hospital de Coimbra, onde fora sujeito a uma
intervenção cirúrgica… ».
(Fernando Vouga, 10Dez2008 23:48)
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