título: Retalhos
da Guerra Colonial Angola 1965 - 1967
autor: Artur
Osório
capa: Nitah
edição: Edições
Esgotadas / 1.ª edição - Colecção Pátria
ISBN:
978-989-8502-02-5
Depósito Legal:
328712/11
Execução Gráfica:
Tipografia Exemplo. Lda.
© Artur Osório - Todos os
direitos reservados de acordo com a
legislação em vigor
E-mail:
geral@edicoesesgotadas.com
www.edicoesesgotadas.com
http://www.facebook.com/retalhosdaguerracolonial
Os “Retalhos” são
simplesmente relatos descritivos dos
episódios reais vividos pelo autor e
seus camaradas de armas, durante os dois
anos da comissão em Angola, de 1965 a
1967.
Não são a totalidade das
histórias da guerra vividas, mas são um
conjunto significativo e ilustrativo do
muito que constituiu o dia a dia nos
aquartelamentos e no mato, nas diversas
operações efectuadas.
Foram escritos, de
memória, quarenta anos após o regresso
do autor, (1967-2007), depois de um
longo silêncio. E como parece ser “um
absurdo fingir que se esqueceu o que a
memória ainda não cessou de nos lembrar”
e porque a história não se apaga, o
autor quis dar o seu testemunho honesto,
para que o juiz histórico possa produzir
o seu veredicto justo sobre a Guerra
Colonial.
Não é um livro de
aventuras, muito menos de heroísmos. São
as misérias e grandezas dos
ex-combatentes, com alguns sentimentos à
mistura e algumas fotos para ilustrar.
O autor procurou, neste
50.º aniversário do início da guerra,
homenagear todos os seus camaradas do
BArt.753, em especial os da sua
CArt.751, com realce para o seu
camarada, Alf. Mil. Marques, morto em
combate, no dia 4 de Setembro de 1966,
na operação Quissondo, perto do Dange,
em pleno coração dos Dembos.
São pois episódios reais,
verdadeiros, aos quais apenas se
acrescentou um ou outro facto que
resultou de investigação posterior.
«E
pronto, ao fim de largos dias de mar,
aportámos a Lisboa e daí seguimos de
comboio para a estação das Devesas, em
Vila Nova de Gaia, onde tive a
felicidade de encontrar os meus pais e
julgo que o meu irmão mais velho na
gare. Houve abraços de alegria,
naturalmente, e seguimos para o
Regimento de Artilharia da Serra do
Pilar, quartel a que o batalhão
pertencia»
Dedicatória
Recordar os
momentos marcantes da nossa
juventude, vividos e
sofridos em terras de
África, na guerra colonial,
em Angola, à distância de
quase meio século, mais do
que revisitá-los sem traumas
ou exercício de catarse, é
fundamentalmente prestar uma
homenagem imensa aos velhos
ex-camaradas de armas, Oficiais,
Sargentos e Praças, do BART.
753, em especial aos da CART.
751 e aos do meu Pelotão, o
1°., com os quais se
construiu uma camaradagem e
amizade indestrutíveis que
perduram ainda hoje.
Dedico especialmente, este
trabalho, ao meu ex-camarada
Alferes Miliciano, Marques,
Fernando Rodrigues Marques,
morto em combate, ao início
da tarde de Domingo, dia 4
de Setembro de 1966, na mata
dos Dembos, na operação Quissonde, bem como aos
outros militares que, na
mesma ocasião, tombaram
mortos ou ficaram gravemente
feridos (nota).
E também aos outros
ex-camaradas que, após a
primeira baixa da Companhia,
com a evacuação do soldado
gravemente ferido, na
operação levada a cabo, na
quadra natalícia, no
Quifusse, na margem norte do
rio Onzo, sofreram feridas
indeléveis da guerra, quer
físicas, quer psíquicas.
Igualmente, em geral, a
todos os que, nas terras dos
Dembos, cumpriram a sua
missão, no triângulo difícil
da Beira Baixa, Nabuangongo,
Zala, suportando a base do
inimigo, Canacassala, na mata de
S. Paulo, e ainda na Maria
Fernanda e na operação
Quissonde.
Neste ano em que decorre o
50°. aniversário do início
da guerra colonial, em
Angola, esta singela
lembrança fica também como
legado às gerações dos
nossos filhos e netos que,
felizmente, vivem em paz!
O meu obrigado a todos!
Janeiro de
2011
Nota:
Fernando Rodrigues Marques
Fernando
Rodrigues Marques, Alferes
Mil.º Atirador, n.º C 11963,
nascido no lugar do Campo,
na freguesia e concelho de
Viseu, filho de José
Rodrigues Marques e de
Adelaide Marques Rodrigues,
casado com Maria de Fátima
Fernandes Prata Marques.
Mobilizado
pelo Regimento de Artilharia
Pesada 2 (RAP2 - Vila Nova
de Gaia) para servir
Portugal na Província
Ultramarina de Angola
integrado como comandante de
pelotão da Companhia de
Artilharia 751 do Batalhão
de Artilharia 753.
Faleceu no
dia 4 de Setembro de 1966 em
Maria Manuela, ocorreu na
abertura de trilho na mata
durante a 2.ª fase da
operação "Quissonde".
Está inumado
no cemitério Municipal de
Espinho.
Manuel do Vale Rodrigues
Manuel do
Vale Rodrigues, 1.º Cabo
Atirador, n.º 3132/64,
natural do lugar de São
Sebastião, da freguesia de
Figueiredo, concelho de
Amares, filho de António
Joaquim Rodrigues e de Maria
Joaquina do vale, solteiro.
Mobilizado
pelo Regimento de Artilharia
Pesada 2 (RAP2 - Vila Nova
de Gaia) para servir
Portugal na Província
Ultramarina de Angola
integrado na Companhia de
Artilharia 751 do Batalhão
de Artilharia 753.
Faleceu no
dia 4 de Setembro de 1966 em
Maria Manuela, ocorreu na
abertura de trilho na mata
durante a 2.ª fase da
operação "Quissonde".
Está inumado
no cemitério da freguesia da
sua naturalidade.
Tomás Antunes Gomes
Tomás Antunes
Gomes, Soldado Atirador, n.º
3137/64, natural do lugar do
Monte, da freguesia de São
Paulo da Pousada, concelho
de Braga, filho de Manuel
Custódio Gomes e de Adelaide
Conceição Antunes, solteiro.
Mobilizado
pelo Regimento de Artilharia
Pesada 2 (RAP2 - Vila Nova
de Gaia) para servir
Portugal na Província
Ultramarina de Angola
integrado na Companhia de
Artilharia 751 do Batalhão
de Artilharia 753.
Faleceu no
dia 4 de Setembro de 1966 em
Maria Manuela, ocorreu na
abertura de trilho na mata
durante a 2.ª fase da
operação "Quissonde".
Está inumado
no cemitério de Aveleda,
Braga.
-----------------------------------------------------------
Índice:
O Menino de Sua Mãe
Dedicatória
Introdução
Quicabo
As abelhas
As noites
A descida
O Freitas
O condutor
A Maria Fernanda
O Ferreira
O Madeira e as cobras
O Novo Mundo
O batismo de voo
O leste de Angola
Na barraca
A injeção
O fazendeiro
Na Quissonde
A mão do homem
O aerograma
A tragédia
O comandante "reza-reza"
O "Totobola"
O aniversário
A baixa psiquiátrica
A ordem ou o capricho
O regresso
Nota
Biográfica
Apêndice
As granadas
Os milicianos
As unidades militares em
Quicabo

Vista aérea de Quicabo

Vista aérea de Quicabo

O hastear
da bandeira em Quicabo.
Difundido num programa da
rádio, intitulado «As
abelhas».
«As
abelhas»