.

 

Início O Autor História A Viagem Moçambique Livros Notícias Procura Encontros Imagens Mailing List Ligações Mapa do Site

Share |

Brasões, Guiões e Crachás

Siga-nos

Fórum UTW

Pesquisar no portal UTM

Livros

 Elementos cedidos por um Veterano

Carlos Ganhão

Carlos Augusto Rodrigues Ganhão: nasceu em 18Nov1948 em Lisboa; com dois anos de idade foi para Angola;

 

Em Jan69 foi incorporado na EAMA-Nova Lisboa, onde fez o CSM e a especialidade de atirador de infantaria;

 

Em Jul69 foi colocado no RI21 em Nova Lisboa, como cabo-miliciano instrutor na 1ªCI/ER; em 14Nov69 foi integrado na CCac2603, com destino a Zala;

 

Em 02Dez71 passou à situação de disponibilidade

 

 

"Dembos, A Floresta do Medo, Angola – 1969 a 1971"

 

 

“Dembos - A Floresta do Medo (Angola, 1969 a 1971)

autor: Carlos Ganhão *

 editor: Terramar <geral@terramar.pt>

1ªed. Lisboa, 10Mar2007
321 págs
23,5x16cm

preço: 15€ (unitário com envio por correio, incluindo portes)

dep.leg: PT-258130/07

ISBN: 972-710-406-2
 

- «Um olhar de um jovem euro-africano que viveu em Angola durante 27 anos (não apenas o tempo de uma comissão), que conhece bem a temática que foi a guerra encomendada pelas grandes potências e que nos foi imposta em Angola e o seu verdadeiro historial. Relata episódios e acontecimentos vividos na guerra contra a guerrilha no Norte de Angola, do qual foi protagonista. São realçados temas como o racismo, o medo, a traição, assim como o choque de mentalidades entre os quadros militares da Metrópole e os quadros angolanos, quer fossem homens brancos, negros ou mestiços. Há uma abordagem profunda dos sonhos e das utopias da sua geração, principalmente na classe de Sargentos e Oficiais da Escola Militar de Angola, companheiros com quem conviveu na frente de combate.»

 

(o autor <jacarecatum@gmail.com>, em 08Nov2008)

in: http://blog.dembos.net/2007/03/10/ola/#comment-112

 

Recensão:

 

- «O medo, catalizador de bravura e de cobardia, encarregava-se de separar os animicamente preparados para combater, ainda que numa guerra ambígua e os que, possuidores de uma estrutura psicológica auto-impeditiva, arriscavam a sua aniquilação às mãos do inimigo, bem como a de todo um grupo de homens dependentes entre si.

 

«A Floresta dos Dembos, personifica de forma palpável a invisibilidade do medo que, de uma forma ou outra, arrebatou cada um daqueles homens, ora em abismos profundos de vegetação tão densa que era impossível caminhar, ora em esparsas clareiras onde o inimigo os emboscava numa infindável perseguição em que aquele que hoje perseguia, amanhã era perseguido.

 

«Mas não é só o medo a criar divisões no seio do exército português. Estávamos perante uma tropa mista no sentido em que, de um lado possuíamos combatentes vindos e formados em Portugal, profundamente marcados pela coacção ao livre-pensamento, norma no Portugal daquele tempo, do outro perfilavam-se jovens nascidos ou criados em Angola (os Euro-Africanos como o autor os apelida e em cujo grupo se enquadra) com uma mentalidade diversa, porque não sujeitos às numerosas restrições experimentadas na metrópole. Já dominados pelo medo na terra natal, o seu posicionamento num palco de guerra distante, não raras vezes, não divergia muito desse primitivo instinto de sobrevivência que os impelia a manter a cabeça baixa e a não ter opinião. Os Angolanos, por sua vez, insurgiam-se contra os tiques ditatoriais das patentes superiores, habituadas que estavam a dominar sem contestação. Tentou-se a contaminação, o mergulho no estado de medo em que Portugal vivia submerso, mas em zona operacional, a probabilidade de desmandos ilógicos descambarem em motim, não era absurda pelo que, estancou-se, em certa medida, o absolutismo militar de homens de carácter e moral duvidosos que pretendiam subir na vida com a circunstância trágica da guerra.

 

«Carlos Ganhão denuncia a ausência de humanidade e respeito pela vida humana evidenciados por muitos protagonistas da Guerra em Angola, sobretudo pelos que conduziam a guerra a partir de gabinetes e observando mapas, enquanto toda uma juventude se perdia ou perdia a inocência face aos horrores vividos.

 

«No labirinto de significados ou inexistência deles (até porque uma guerra apresenta sempre como principal motivação a irracionalidade de alguns pela qual uma maioria se sacrifica), o autor conduz o leitor ao longo dos dois anos de duração da sua comissão, nas memórias mais genuinamente escritas que já tive oportunidade de ler. Trata-se de uma referência histórica sobre um período com tanto ainda por desvendar.

 

«Retirem-se as máscaras, chegou o momento da Verdade. Sem medos.»

 

Carla Milhazes Gomes (13Jan2008)

in: http://amargemblog.blogspot.com/2008/01/dembos-floresta-do-medo-angola-1969.html

 

© UTW online desde 30Mar2006

Traffic Rank

Portal do UTW: Criado e mantido por um grupo de Antigos Combatentes da Guerra do Ultramar

Voltar ao Topo