.

 

Início O Autor História A Viagem Moçambique Livros Notícias Procura Encontros Imagens Mailing List Ligações Mapa do Site

Share |

Brasões, Guiões e Crachás

Siga-nos

Fórum UTW

Pesquisar no portal UTM

Livros

Trabalhos, textos sobre operações militares ou livros

Elementos cedidos por um colaborador do portal UTW

 

Cesário Costa

 

António Cesário Guedes da Costa, nasceu a 27Abr1945 na freguesia de Canelas (Vila Nova de Gaia).


- em 05Ago1967 embarcou em Lisboa no NTT 'Vera Cruz' rumo a Luanda, como 1º Cabo operador-cripto da CCac1738 mobilizada pelo BII17-Angra do Heroísmo e destinada a render a CCac1607 no M'Pozo (região fronteiriça do noroeste de Angola);


- ao início da tarde de 14Ago1967 desembarcou em Luanda e seguiu para o Grafanil;


- a partir de 23Ago1967 ficou aquartelado no M'Pozo, integrado no dispositivo da quadrícula do BCac1900 (e, após 28Dez1967, do sucessor BCac1930);


- em 09Fev1969 chegou com a sua subunidade à Fazenda São José (subsector do Quitexe), deslocada para reforço temporário ao dispositivo da CCav1706 (Zalala) e integrada na quadrícula do BCav1917 (e sucessor BCac2873);


- em 29Set1969 regressou ao Grafanil;


- em 14Out1969 no porto de Luanda, iniciou no NTT 'Vera Cruz' a torna-viagem à Metrópole.

 

Para visualização do conteúdo clique no sublinhado que se segue:

 

...sobre as memórias de um veterano da CCac1738:

 

Da Guerra (e da gente) Comum

 

O livro:

 

"Morto por te ver: cartas de um soldado à namorada

(Angola, 1967-1969)"

 

 

título: "Morto por te ver: cartas de um soldado à namorada (Angola, 1967-1969)"
autor: Cesário Costa

editor: Afrontamento
1ªed. Porto, 24Nov2007
245 págs (ilustrado)
24x16cm
ISBN: 972-36-0934-9

 

Sinopse (do editor):


Encontramos neste livro a memória viva dos tempos da Guerra colonial: as famílias separadas, as famílias adiadas, os namoros interrompidos...


Através das cartas de Cesário Costa à sua namorada, hoje sua esposa, conhecemos um pouco da outra história destes tempos sombrios: a radical experiência humana.

Excertos:

- «M'Pozo, Angola, 6-12-67


Querida Lourdes!


Acabo de receber duas cartas tuas e nem sabes quanta alegria me trouxeram.


O facto de teres estado em minha casa deixou-me enternecido e feliz.


Pequenina, não sei se reparaste que agora ponho os dias que vão faltando, tal como a numeração das cartas. Vou escrever-te uma carta – ou parte – todos os dias e, no dia em que seguirem, metê-las-ei num só subscrito. Assim vais ficando a par do meu estado de alma no dia a dia.


Chegou hoje uma lembrança de meus pais para eu festejar o Natal. Brindarei à tua saúde com este Vinho do Porto! Fiquei enternecido pela oferta, pois não contava. Devo estar também a receber o tabaco que me enviaste. Estou desejoso de saborear e recordar os deliciosos momentos em que me acendias os cigarros na tua boca e depois sopravas os fósforos para que te roubasse um beijo: "É moda, atrevida!"


Engraçado! Minha tia, esposa do meu tio Manuel – aquele que me levou de carro no penúltimo dia em que estive em tua casa, lembras-te? –, escreveu-me dizendo que também tinha enviado uma encomenda para que pudesse comemorar o Natal. Mas ao que achei mais graça, foi o facto de ela dizer que não pode vir uma lata de salpicão devido ao excesso de peso que implicaria na encomenda. Não se preocupando, voltou novamente a casa, abriu a lata e lá conseguiu meter alguns desses enchidos no meio do restante, que ainda não sei o que é. Coitada, como lhe fico agradecido!


Amanhã prossigo, amor. Já é tarde e preciso de descanso.»

- «M’Pozo, Angola, 19-9-1968


Querida Lourdes!


Ontem, quarta-feira, recebi duas cartas. Uma continha as fotos que te tinha pedido e outra que tiraste na praia.


Sobre o Salazar: as notícias da rádio dizem que o seu estado de saúde piora e talvez não escape desta?!...


Os ministros – ou "abutres" - já se reuniram, mas não sei o que andam a tramar. Espero que, depois da sua morte, a situação do País melhore. Mas não creio. Há tantos interesses instalados, tanto cá como aí, que nem sei se lhe deseje, para já, a morte. A Guerra acaba? Ou vai ser pior?


As notícias do outro lado: há uma Rádio (do MPLA), que consegui sintonizar, onde fala a denominada "Maria Turra" e ouço-a, quando posso, à 1 da manhã. Dizem: "É a hora de abandonardes esta terra, que não é vossa, e irdes para as vossas casas, para junto das vossas famílias, porque não faz sentido a vossa permanência aqui. Vós, soldados Portugueses, sois também vítimas do Regime Salazarista e não devereis lutar por uma causa que não é vossa… ".


Sente-se alguma acalmia nesta guerra. Talvez estejam na espectativa de uma viragem, não sei…


Quanto a doenças, não te preocupes! Ainda não tive quaisquer sintomas de paludismo desde quando vim daí de férias. Não me esquecerei de tomar os medicamentos preventivos, mas compreendo e agradeço os teus cuidados.»

 

 


 

 

© UTW online desde 30Mar2006

Traffic Rank

Portal do UTW: Criado e mantido por um grupo de Antigos Combatentes da Guerra do Ultramar

Voltar ao Topo