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Documentário

 

 

"A Outra Guerra" - documentário

Um filme realizado por Elsa Sertório e Ansgar Schäfer produzido pela Kintop

 

De Elsa Sertório a 4 de Janeiro de 2011 às 18:49

A Kintop tem o prazer de informar que o documentário "A OUTRA GUERRA", estreado em Outubro no festival Doclisboa, será emitido pela RTP2 no dia 23 de Janeiro, às 21 horas.

Fonte: http://caxinas-a-freguesia.blogs.sapo.pt/212935.html?view=214215

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Fonte:

http://tv1.rtp.pt/programas-rtp/index.php?p_id=27210&e_id=&c_id=1&dif=tv 

Uma viagem no Crioula recordando as fainas do bacalhau em plena guerra colonial

Nas décadas de sessenta e setenta, em plena guerra colonial, os jovens portugueses podiam “oferecer-se” para a pesca do bacalhau para escapar à guerra colonial. Através de uma viagem, hoje, a bordo do último lugre português da pesca do bacalhau – o Creoula –, três antigos pescadores da grande faina contam as razões das suas escolhas. Recordam as campanhas de seis intermináveis meses nas águas geladas dos bancos da Terra Nova e as duras condições de vida e de trabalho da sua juventude. Seleccionado para o DocLisboa 2010 Estreia Televisiva.

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Fonte: http://caxinas-a-freguesia.blogs.sapo.pt/212935.html?view=214215

Sinopse do filme:

"Durante a guerra colonial jovens portugueses tinham de escolher entre as forças armadas ou a frota nacional de pesca do bacalhau. Ao longo de uma viagem no “Creoula” - o último lugre português da pesca do bacalhau - três antigos pescadores, sendo que um deles é natural de Aver-o-Mar, relembram as difíceis condições de trabalho da sua juventude, as razões das suas escolhas de vida e os constrangimentos nos seus destinos."

 

Elsa Sertório  

Nasceu em Lisboa em 1956. É licenciada em Sociologia pela Universidade de Paris VIII, Paris.

Autora e realizadora do documentário A outra Guerra, produção Kintop. Tem trabalhado como produtora na Kintop e anteriormente em teatro e dança contemporânea. Foi produtora executiva dos documentários Natureza Morta-Visages d'une Dictature e 48.

É autora dos seguintes livros: Mulheres Imigrantes, com Filipa Sousa Pereira, editora Ela Por Ela, 2004; Livro Negro do Racismo em Portugal, Edições Dinossauro, 2001.

 

Ansgar Schäfer

Nasceu em 1959. Licenciou-se em Literatura e Língua alemã e Ciências Políticas.  Trabalha como historiador e professor universitário. Co-autor, co-realizador e produtor do documentário Ein Haus der Begegnung. 40 Jahre Goethe-Institut Lissabon.

Autor de dois projectos multimédia sobre a história portuguesa. Produtor dos documentários Natureza Morta/Visages d’une Dictature (2005), 48 (2009) e de Luz Obscura, As Lágrimas de Georgette e  A Outra Guerra. Publicou vários artigos sobre as relações luso-alemães durante a 2.ª Guerra Mundial em revistas nacionais e internacionais.  

Actualmente prepara a sua tese de doutoramento sobre documentário histórico e a publicação de um livro sobre os Refugiados Alemães em Portugal.»

 

 

«Partir para a guerra ou partir para a pesca do bacalhau? Já quase ninguém recorda que os jovens portugueses tinham nesta alternativa uma possibilidade de escapar aos perigos de um conflito militar em três frentes.

 

Os pescadores bacalhoeiros estavam sujeitos a condições especiais, particularmente duras, a uma disciplina muito semelhante à militar. Quando iniciámos este projecto, fascinava-nos, em particular, o dilema imposto pelo regime de os homens terem que escolher entre a guerra colonial e a pesca do bacalhau.

 

Iniciámos o trabalho de pesquisa convencidos de que muitos jovens do interior teriam escolhido partir para a pesca do bacalhau, por ela ter a vantagem sobre a guerra colonial de ser um trabalho remunerado e de gozar da auréola romântica e heróica construída pelo regime. À medida que nos envolvíamos na pesquisa de documentos e de testemunhos, fomos descobrindo que a pesca não tinha esse poder de atracção senão para aqueles que já estavam familiarizados com o mar. Terá sido porque o recrutamento se fazia apenas nos centros piscatórios? Terá sido porque aqueles que iam para a guerra colonial já sabiam que o que os esperava nos bancos do Norte era algo parecido com uma guerra? A nossa ideia de partida começava a ser abalada, o que fazia crescer ainda mais a motivação para fazer deste filme uma oportunidade de investigação «ao vivo». Pelos relatos que tínhamos ouvido sobre a pesca nos bancos da Terra Nova, parecia-nos tratar-se efectivamente da escolha entre duas guerras.

 

«Sem a guerra, não teria havido pesca do bacalhau», diz-nos um dos antigos pescadores do filme. Com efeito, nos anos 50, a PIDE andava pelas praias, a recrutar à força pescadores para os bancos da Terra Nova. Mas, quando rebenta a guerra colonial, e perante a escolha que lhes é imposta pelo regime, são os próprios pescadores que passam a procurar ser contratados nos bacalhoeiros para «fugir à guerra».

 

Neste documentário, tomamos como marcos o início dos anos 60 e o final dos anos 70. É um período de mudanças importantes na política portuguesa da pesca do bacalhau, que coincide com o início e o fim da guerra colonial em África e com um dos grandes fluxos de emigração também relacionado com a guerra e as suas consequências económicas e políticas: por um lado, a pauperização de largas camadas da população; por outro, uma deserção numerosa. Esse período irá prolongar-se até meados dos anos 70 com a queda do regime, em Abril de 1974, e o desmantelamento da frota bacalhoeira.

 

Damos, no nosso trabalho, um especial valor aos contributos orais dos protagonistas, com toda a carga de subjectividade que eles trazem consigo. A história não se faz apenas a partir dos arquivos. É indispensável que no reviver desta parte da história portuguesa participem os actores directos que trabalharam a bordo dos navios bacalhoeiros e que felizmente ainda se encontram entre nós, hoje, para nos poderem transmitir as suas memórias.»

 

 

Uma boa surpresa a apresentação deste novo documentário “bacalhoeiro” na Póvoa. É mais uma dessas pérolas do passado marítimo português que andam guardadas por aí fora. Será muito interessante ver uma campanha do "Creoula" ainda durante a Guerra Colonial, provavelmente a preto e branco, a considerar pelas imagens. Vindo em época natalícia, permitirá mais uma vez mostrar aos interessados que o bacalhau desde há séculos foi muito mais que um pedaço de peixe no prato.

 

 

 

2 comentários:

 

De jaime pontes a 3 de Dezembro de 2010 às 11:52

 

A Outra Guerra, será que o título condiz? eu estou de acordo e com certeza muitos dos que passaram por essa vida ,também não discordarão ,até porque ainda estão vivos muitos dos que passaram por essas vivencias e como eu, sabem que era assim mesmo ,não havia alternativa ,ou guerra colonial ou pesca do bacalhau , claro que quem vivia da pesca preferia ir para o bacalhau sempre se ganhava algum e tinha mais possibilidades de escapar com vida ,então entre as duas guerras se escolhia a menos má, eram tempos difíceis esses ! Cada vês que os pescadores se juntavam para pedir melhores condições ,logo o Sre Tenreiro então Coordenador do Gremio do Bacalhau o tal Paizinho dos pobres enviava a policia DGS antiga PIDE para calar os pescadores e eu tenho dados concretos como uma vês tive quase para ser preso e mandado para o Ultramar ,o que quer dizer frente da Batalha e ,com certeza mais alguns que nunca estivemos de acordo com as condições de então sobre o pouco que se ganhava , nessa altura havia duas propostas em cima da mesa para discutir com o Sre Alves Inspector da Pide DGS do Porto, o Sre Inspector da Pide pediu 3 pescadores que estivessem presos a tropa era esse o nome para quem ainda não tivesse dado as 7 viagens que era de lei livrar a tropa , então como se negaram os mais novos a ir a presença do Sre Alves comigo vieram dois dos mais velhos ja livres o Tio Abraão do Coca já falecido e o Zeca Varandas ,e discutimos essas duas propostas para as novas viagens do bacalhau ,coisa que o Sre Alves nunca nos deixava fazer ,era falar ,o homem realmente era feroz diria mesmo escolhido para amedrontar mas fomos firmes e por dois dias discutimos ,embora ele sempre dizia que os mais novos ião para o Ultramar o que quer dizer Guerra e os mais velhos presos ,isto era de mais ,por aí se via que ele já nem sabia como nos virar ,passados uns 10 dias la conseguimos a mísera vitória ,que era mais 5 coroas como se dizia nessa altura em gíria por quintal de bacalhau e passar a pascoa com as familias e então a partir daí irmos com Deus para o bacalhau ,felizmente conseguimos isso ,mas não sem haver uma luta feroz com o Sre Tenreiro e a PIDE isso tenho eu gravado na minha Memória ...As minhas vivencias do Bacalhau 1963 a 1969 !!!


 

De Elsa Sertório a 4 de Janeiro de 2011 às 18:49

A Kintop tem o prazer de informar que o documentário A OUTRA GUERRA, estreado em Outubro no festival Doclisboa, será emitido pela RTP2 no dia 23 de Janeiro, às 21 horas.

SINOPSE

Nas décadas de 60 e 70, em plena guerra colonial, os jovens portugueses tiveram de optar entre a guerra ou a pesca do bacalhau.
Através de uma viagem, hoje, a bordo do último lugre português da pesca do bacalhau – o Creoula –, três antigos pescadores da grande faina contam as razões das suas escolhas.
Recordam as campanhas de seis intermináveis meses nas águas geladas dos bancos da Terra Nova e as duras condições de vida e de trabalho da sua juventude.

Um filme realizado por Elsa Sertório e Ansgar Schäfer, produzido pela Kintop

 

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