1.ª edição

título: "A Companhia de Caçadores
2418 na Guerra em Moçambique,
1968-1970"
autor: Fernando Carvalho
editor: 5livros.pt
1ªed. Porto, Jul2018
288 págs (ilustrado)
24x16 cm
ISBN: 989-8929-03-7
contacto: cacadores2418@gmail.com
Da
contracapa:
COMPANHIA
DE CAÇADORES 2418
Esta é a nossa história, vivida
na missão da C. Caç. 2418 em
MOÇAMBIQUE.
História que é nossa, que a nós diz
respeito, que só nós a
compreendemos... porque só nós a
vivemos. Se a queremos recordar, nos
seus bons e maus momentos, façamos
isso enquanto estamos VIVOS! Os
nossos filhos, netos e amigos nunca
compreenderão (na sua maior parte)
este nosso sentimento, esta nossa
vivência
e apenas terão acesso a alguma
informação sobre a História da
Guerra de África, entre 1961 e 1974,
onde não estás tu, não estou eu, nem
está a C.Caç. 2418. Somos nós que
temos de "gritar" que a guerra
existiu... Porque o silêncio que nos
envolve, sobre este período, é
ensurdecedor!
A C.Caç. 2418 foi constituída em
Chaves, no Batalhão de Caçadores 10,
em 25 de Junho de 1968, aquando da
I.A.O. (Instrução de Aperfeiçoamento
Operacional), com o nomeado
comandante Capitão Miliciano Acácio
Gomes Tomás. Foi destinada a
Moçambique, como Companhia
Independente.
Saímos de Chaves em 22 de Julho de
1968, embarcamos em Lisboa, no
paquete Vera Cruz, no dia 23 de
Julho de 1968 e regressamos no
paquete Niassa, que atracou em
Lisboa no dia 16 de Setembro de
1970.
Citamos todos locais onde iniciou e
nos levou a nossa missão: Chaves,
Massangulo, Maniamba, Catur, Sone,
Canxixe, Tambara, Furancungo, Vila
Gamito e, em cada local recordamos
os momentos que ainda ocorrem nas
nossas memórias.
Motivos de orgulho:
Trabalhámos muito, sacrificámo-nos,
sofremos.
Cumprimos a nossa missão.
NOTA DO
AUTOR:
Perguntei a mim mesmo por
que me atrevi a escrever este livro.
Foram muitas as respostas, mas elegi
as que se me afiguram de maior
relevância.
A primeira: pelos meus
camaradas.
Criei um Blogue exclusivamente
dedicado à nossa Companhia
(cc2418.blogspot.pt), inspirado no
Facebook, de iniciativa do
ex-Alferes Carlos Neto, que, para
além de relatar a história da
Companhia, possui inúmeras
fotografias, não só dos locais por
onde passámos em missão, mas também
de todos os convívios realizados e
álbuns individuais. Das muitas
visitas registadas no Blogue, poucas
incluem os nossos camaradas. Muitas
dessas visitas são de militares que
passaram pelos mesmos locais,
confirmando as suas recordações e
comentando a sua passagem.
Pude confirmar, especialmente nos
convívios, que a maioria dos meus
camaradas não acediam a computadores
e, assim, um livro seria uma forma
de recordarem a sua própria
história.
A segunda: o registo de uma
história.
A história desta Companhia é parte
da História da Guerra de África —
1961/1974.
Não é uma história do autor, nem da
Guerra em Moçambique, nem, muito
menos, da Guerra de África. É
simplesmente a história de 16
dezenas de homens que, integrados
numa Companhia de Caçadores, foram
obrigados a cumprir e cumpriram a
sua missão.
A terceira: a indiferença e o
esquecimento.
Para além dos qualificados
historiadores, que muito me ajudaram
a enquadrar as políticas
governamentais e militares com a
decorrência do nosso tempo de
campanha, são os ex-combatentes da
Guerra de África que continuam a ser
o motor do "não esquecimento",
publicando livros e artigos. Também
as diversas instituições
organizadas, tais como o Movimento
Cívico dos Antigos Combatentes, a
Associação dos Combatentes do
Ultramar, a Liga dos Combatentes, e
muitas mais, fazem com que aquela
guerra que deixou cicatrizes, ainda
vivas, não seja ignorada e remetida
para o "caixote" do esquecimento.
Um outro extraordinário exemplo é o
Monumento aos Combatentes do
Ultramar, construído junto da Torre
de Belém em Lisboa e inaugurado em
1994, cuja ideia nasceu em
Guimarães, em 1984, no seio da
Associação dos ex-Combatentes do
Ultramar. Mais tarde, na sede da
Liga dos Combatentes, em Lisboa, foi
constituída a Comissão Executiva,
sob a presidência da Liga dos
Combatentes e participação das:
Associação dos Combatentes do
Ultramar, Associação dos Deficientes
das Forças Armadas, Associação de
Comandos, Associação da Força Aérea
Portuguesa, Associação dos
Especialistas da Força Aérea
Portuguesa, entre outros.
Ainda outro exemplo, de intolerável
esquecimento e indiferença, são os
mais de 1.000 militares que ainda
não foram transladados, dos diversos
teatros de guerra para as suas
terras de origem, mais de cinquenta
anos depois. São os diversos
movimentos dos ex-combatentes que
continuam a desenvolver esforços
para limpar esta crueldade e
vergonha, porém sem grande sucesso.
As promessas dos diversos governos e
dos seus ministros, e também da
própria Assembleia da República...
são vãs, claramente vãs, e vão
"palrando" este dever do Estado de
Portugal. E a alta hierarquia
militar? Alguma vez os ouviram
comentar? Conhecem alguma diligência
para com aqueles que foram seus
subordinados e lá continuam
sepultados? Eu não ouvi...! Fomos só
carne para canhão?
Em breve estaremos todos mortos... o
que será um alívio para todos os que
nos ignoram e nos querem esquecer.
Acrescento ainda, por que escrevo
este livro?
Para que não se esqueça que a nossa
juventude foi amargamente
prejudicada com todo este processo
sem objectivo.
Para que a nossa geração não seja
ignorada, nem ignorados os
sacrifícios dos nossos familiares
que, amargamente, pagaram e
sustentaram esta guerra, sem
vencedores nem vencidos, que teve
como resultado para as nossas tropas
8.831 mortos, mais de 100.000
feridos e doentes, mais de 30.000
evacuados, mais de 15.000
deficientes e ainda cerca de 50.000
neuróticos de guerra.
Para que os nossos filhos, netos,
família, os vindouros, possam
conhecer um importante e dramático
período da História de Portugal em
que o seu antecessor, seu familiar
ou amigo foi interveniente.
Em todos os textos procurei os
fundamentos da realidade dos factos,
das sensações vividas e sofridas.
Impedi-me de romancear ou especular
qualquer tema ou situação.
Privilegiei o rigor da informação
pessoalmente vivida, da que foi
recebida e confirmada nas diversas
entrevistas realizadas, dos
testemunhos de diversos camaradas e
em textos de credibilidade
histórica.
Em consciência... cumpri a minha
missão.
Fernando Carvalho
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