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Jerónimo Pamplona

 

Jerónimo Pamplona nasceu em 1942, na aldeia de Padroso, nas proximidades da serra do Larouco, Montalegre, onde viveu até aos onze anos de idade.
 

Para frequentar o ensino secundário foi matriculado no Instituto Militar dos Pupilos do Exército, em Lisboa, que frequentou até aos dezanove anos.
 

Mobilizado pelo BC5-Campolide, em 20Jul1963 embarcou no NTT 'Vera Cruz' integrado na CCS/BCac451;

 

- em 29Jul1963 desembarcou em Luanda;
 

- em 03Ago1963 transportado com o comando e CCS/BCac451 por ferrovia até Malanje e dali por via terrestre para o nordeste distrital da Lunda;
 

- em 13Ago1963 rendido o BCac155 em Veríssimo Sarmento, em cujo subsector do Dundo, no âmbito das atribuições do CmdAgr11 (instalado em Henrique de Carvalho), o comando do BCac451 prosseguiu a missão de controle e apoio das populações, patrulhamentos e pesquisa de informações;
 

- em 14Set1964 rendido pelo BCac532, o comando e a CCS/BCac451 iniciaram deslocação para o sector D da ZIN/RMA;
 

- a partir de 01Out1964 instalado em Zemba, o BCac451 e subunidades orgânicas desenvolveram no respectivo subsector diversas operações, coordenadas pelo CmdAgr10 (instalado no Muxaluando);
- em 24Mai1965 tendo sido rendido pelo BCac770, o BCac451 e subunidades orgânicas recuaram para o Campo Militar do Grafanil;
 

- em 06Jun1965 o BCac451 rendeu no COMDEL, a missão de segurança e controle da zona urbana de Luanda (até então atribuída ao BCac442);
 

- em 28Ago1965 foi aquela missão assumida pelo BArt701 e o BCac451 preparou-se para a torna-viagem;
 

- em 31Ago1965 o BCac451 embarcou no NTT 'Vera Cruz' de regresso à Metrópole, ficando o autor a residir em Angola.

O livro:

 

"Angola Noutros Tempos"

Por terras do Golungo e de Ambaquistas

Fonte: UNICEPE

 

título: "Angola Noutros Tempos - Por terras do Golungo e de Ambaquistas"
autor: Jerónimo Pamplona

editor: PANGELA EDITORA
data edição 01-03-2016
páginas 262
ISBN 9789899910195

Prefácio

Depois de ler o livro Angola Noutros Tempos foi com satisfação que aceitei o ónus de escrever o Prefácio. O livro, segundo o autor, é um livro de crónicas, contos e poemas. A descrição histórica, narrativa, humorística e poética, seguindo uma sequência cronológica, infere, de facto, o género. Todavia, o espaço geográfico e temporal a que nos remete a sua leitura é à África Subsariana, Ocidental, a Angola, entre 1482 / 1974, «pré-colonial», «colonial». Afigura-se-me que, para além das crónicas, contos e poemas que o texto oferece, estarmos perante um livro de reflexão histórica e cariz sócio antropológico. Sobre o relevo, as dimensões e a substância do devir da África nas suas particularidades e particularismos.

A Antropologia tem como postulado a unidade do género humano, tendo como objetivo o estudo do homem como um todo na sua diversidade cultural. Como é que, num determinado local, a relação entre uns e outros é assumida por uns e por outros? Esta relação entre europeus (portugueses) e africanos é uma constante na narrativa de Jerónimo. A “irracionalidade” africana do século XVI daria lugar ao “primitivo” do século XIX, concomitante com uma época de hegemonia europeia, predominantemente evolucionista e uma influência das ciências naturais sobre as sociais. O choque de culturas, a que se refere o autor, o “eu” e o “outro”, renegava o caráter de humanidade aos nativos, e era “por vezes” o justificativo da escravatura e da discriminação entre “civilizados” e “indígenas”, numa aculturação forçada por vezes violenta, é o reflexo do europeu colonizador acentuadamente etnocêntrico.

Dir-se-ia assim que o livro de Jerónimo, de leitura fluida, é um texto de algum modo etnográfico, no sentido em que revela costumes, crenças, tradições e línguas das diferentes etnias que vão aparecendo. É a síntese feliz de dois universos aparentemente distintos, o europeu e o africano, ou ainda, o colono e o colonizado. Opostos, por contraponto com a unidade do género humano. Feliz, porque apesar de um histórico atribulado, repleto de contradições e entropia, a nostalgia que transparece na leitura, resultado de uma intersecção (aculturação) mútua, tanto de europeus como de africanos, são uma evidência, nos contos e poemas descritos na parte final do livro: «porquê o Golungo perguntou-lhe o pai? Ora, porque estarei todos os dias convosco. Por outro lado, entusiasma-me a ideia de contribuir para o desenvolvimento da minha terra de adoção»

Paul Fernandes
Antropólogo

 

Posfácio

Este é um livro de crónicas, contos e poemas que percorre um tempo com início em 1482 e fim em 1974, através das seguintes etapas:

Na Introdução relato a evolução da África antiga, desde o aparecimento do Homo Sapiens passando pelo surgimento da agricultura até à fundição do ferro.

«Certo é que por volta de 400 a.C. a fundição era praticada na área da atual Nigéria e por volta de 1.000 d.C., outros povos da África Ocidental utilizavam igualmente esta tecnologia». Na primeira parte abordo a "chegada" dos portugueses a Angola.

Incidindo sobre o reino do Ndongo, detenho-me um pouco mais sobre a figura mítica da Rainha Njinga. No final da visita o Governador estranhou que a Embaixadora não chamasse a escrava que se mantinha imóvel sobre a almofada. Njinga riu-se. «Deixaria a escrava, retorquiu. Não tinha por habito usar do mesmo assento mais do que uma vez».

Na segunda parte descrevo as personagens e o estatuto dos Ambaquistas e dos Assimilados.

«Escrevo de nenhures. É este o meu solo materno pátrio; no qual busco a felicidade e me consolo».

Na terceira parte centro-me na vida económica e social do Golungo Alto em meados do século XX.

«No dia em que chegava o “homem da máquina” para passar o filme, o pessoal que quisesse assistir tinha que pagar o bilhete e levar um banco de casa, ou então sentar-se no chão.»

Na quarta parte, num estilo em que a paródia prevalece sobre a sátira, revisitando mais de 25 anos, conto 42 “estórias/piadas”, que ocorreram em diferentes lugares de convívio e que são aqui compiladas.

«Para tomar banho?! Claro! Onde é que o Sr. toma banho? Eu?! Eu tomo banho no rio. No rio?! E os Jacarés? Oh, os Jacarés! Não há perigo. Já me conhecem!»

Na quinta parte narro seis contos, no estilo que poderá chamar-se de “short stories”.

«Ó Lia, tu tinhas de lhe dizer que aceitavas o namoro. Sabes, não parece mas, os homens são muito tímidos! Nós, mulheres, temos que, por vezes, tomar a iniciativa.»

Na última parte percorro, num “rally paper imaginário”, as ruas do Golungo Alto visitando lugares que nos fazem recordar afetos e emoções vivenciadas.

«Desde o Luínha para o Golungo lá seguiam;

o comboio, automotora e a grazine assim andavam,

devagar, devagarinho, nos morros e curvas até gemiam.

Algumas vezes, poucas, vejam lá, até descarrilavam!»
 

Jerónimo Pamplona

 

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