João Amaral
(desenho) e Miguel Peres
(argumento)
O livro:
«Cinzas da
Revolta»

editor: ASA
1ªed. Rio Tinto, 28Out2012
48 págs (banda desenhada, cores)
26,5x19,5cm (cartonado)
preço: 13,90 €
Resumo -
Angola, 1961. Durante um ataque a
uma fazenda de portugueses, o casal que lá habita é
assassinado e a sua filha adolescente levada por um dos
assaltantes.
Angola, 1963. Um comando de soldados portugueses é
enviado, supostamente para encontrar a rapariga
desaparecida dois anos antes.
As mudanças por ela sofridas, o questionar da missão –
eventualmente do interesse de uma alta autoridade
nacional –, e da própria guerra, pelos soldados, são
outros dos motes que orientam a narrativa.
Desenvolvimento
-
A surpresa maior acaba por ser o
argumento do estreante Miguel Peres, apesar de algumas
pontas soltas, uma ou outra oscilação de ritmo e,
principalmente a falta de explicação para a(s)
mudança(s) de atitude da cativa. A sensação que fica é
que faltaram páginas para a justificar, bem como para
aprofundar a sua relação com o seu captor e para
explorar o tempo (e as respectivas consequências) que os
soldados passaram no mato.
Destaca-se, mesmo assim, a coragem para abordar uma
temática – a guerra colonial –, que a diversos níveis
ainda continua a ser tabu entre nós. O que se lamenta,
pois é extremamente rica a diversos níveis, permitindo
abordagens em registos de acção, intimistas,
ideológicos, históricos…
A Miguel Peres, serviu para questionar as razões por
detrás das guerras e os efeitos que elas provocam,
naqueles que mais directamente estão a ela associados –
sejam os soldados que combatem, ou as "vítimas
colaterais" hoje tanto na moda.
Dessa forma, Cinzas da Revolta, inegavelmente, indica e
trilha um caminho que a BD nacional pode percorrer com
originalidade, para exorcizar fantasmas e para chegar a
leitores habitualmente avessos aos quadradinhos.
(Pedro Cleto, in
http://asleiturasdopedro.blogspot.pt/2012/11/cinzas-da-revolta.html
)


