José Eduardo Reis de Oliveira, Furriel
Mil.º Enfermeiro, da CCac675
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Nota de óbito |
Elementos cedidos por um
colaborador do portal UTW |
Faleceu no dia 26 de Janeiro de 2021 o
veterano

José Eduardo Reis de
Oliveira
Furriel Mil.º Enfermeiro
Companhia de Caçadores
675
«NUNCA CEDERÁ»
Guiné: 13Mai1964 a
27Abr1966
José
Eduardo Reis de Oliveira, Furriel Mil.º Enfermeiro,
nascido no dia 4 de Abril de 1940 em Alcobaça.
Em
8 de Maio de 1964, tendo sido mobilizado pelo Regimento
de Infantaria 16 (RI16 - Évora) para servir Portugal na
Província Ultramarina da Guiné, embarcou em Lisboa no
NTT
'Uíge' rumo ao estuário do Geba (Bissau), como furriel
miliciano enfermeiro integrado na Companhia de Caçadores
675 «NUNCA CEDERÁ».
Em 27 de Abril de 1966 embarcou no NTT 'Uíge' de
regresso à Metrópole.
Faleceu no dia 26 de Janeiro de 2021 em Alcobaça.
Paz à sua Alma
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O livro
"Golpes
de Mão's - Memórias de Guerra"

título: "Golpes
de Mão's - Memórias de Guerra"
autor: José Eduardo Reis de Oliveira
editor: (o autor)
1ªed: Alcobaça, Mai2009
440 págs (com 190 fotos e mapas)
assunto: Guiné, 1965-66
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11 de Maio de 2009
Fonte: "Tinta
Fresca"
“Golpes de Mão’s – Memórias de Guerra”
apresentado na Biblioteca Municipal de Alcobaça
José Eduardo Reis de Oliveira apresenta livro de paz em
tempo de guerra
José
Eduardo Reis de Oliveira (JERO) apresentou, no dia 2 de
Maio, o seu livro “Golpes de Mão’s – Memórias de
Guerra.” O Auditório da Biblioteca Municipal de Alcobaça
encheu-se de familiares, amigos e ex-combatentes da
Companhia de Caçadores 675, que durante dois anos
permaneceu em Binta, na Guiné, que assim quiseram
participar neste momento importante da vida do
jornalista.
Marcaram também presença Gonçalves Sapinho, presidente
da Câmara Municipal de Alcobaça, Rui Rasquilho, que
apresentou o livro, o tenente-general Alípio Tomé Pinto,
comandante da C.C. 675 e autor do prefácio do livro,
além de João Turé, um amigo guineense que em 1964 tinha
8 anos.

Segundo JERO, este livro, que demorou cerca de dois anos
a escrever, é um livro de memórias de guerra, escrito em
“dois tempos”: em 1964-65, tendo como fonte um “Diário
de Guerra” (Confidencial), de sua autoria, que registou
a vida dos militares da Companhia de Caçadores 675,
então em “quadrícula” no Norte da Guiné (zona de Binta e
Guidage), e em 2007-08 num Portugal em tempo de paz, mas
com feridas de guerra ainda mal cicatrizadas, ouvindo e
registando memórias de ex-combatentes.
José Eduardo Reis de Oliveira considerou que “guerra
todos fazem”, mas o que destaca com mais emoção e de
diferente durante a sua estadia em Binta “foi a
possibilidade de recuperar uma aldeia” e ter um contacto
directo com os habitantes, dos quais destaca o “miúdo
João Turé”, que na altura tinha oito anos, e que veio a
encontrar no ano de 2000 em Évora, num encontro da
Companhia 675.

JERO dedicou o seu livro aos “pais, às
pessoas que mais sofreram com a guerra e a todos os que
fizeram parte da companhia e já partiram”. A
reintegração das pessoas que vêm da guerra é, segundo o
autor, “muito difícil”, e no seu caso, destaca o apoio
familiar que o ajudou a ultrapassar essa fase. O
jornalista alcobacense referiu que este “livro foi feito
com paixão” e que “é preciso compreender o passado para
ter uma visão de futuro”.
Na ocasião, Gonçalves Sapinho lembrou que este livro
presta homenagem a todos os que estiveram na guerra, e
felicitou o autor pelo livro, uma vez que se “trata de
um documento histórico da máxima importância.”
Por sua vez, Rui Rasquilho salientou que “o livro do
JERO não é ficção, este livro é uma memória. É um
exercício da memória, expressa pela palavra e pela
imagem”. O ex-director do Mosteiro de Alcobaça
classificou ainda o 2º capítulo do livro como “um
documento”, visto retratar muito bem o que se passou na
altura.
Por fim, o tenente-general Alípio Tomé Pinto agradeceu a
oportunidade que lhe foi dada para escrever o prefácio
do livro, e de assim poder recordar muitas das suas
vivências da altura. O
então comandante da Companhia de Caçadores 675
considerou que o autor traduziu para o livro “a sua
memória e afectos” que vivenciou, uma vez que “foi feito
com o coração e com muita f é.”
Tomé Pinto, uma das vítimas da guerra, aparece
classificado no livro pelo autor como “um doente não
fácil”, dado que, apesar de ter sido atingido em combate
“não deixava de dar ordens.” O militar considerou que o
livro tem “um conteúdo rico de sentimentos” e
classificou como “curioso” o facto de, apesar “de ser um
livro de guerra, nos fala mais de paz”. O antigo
comandante da 675 considerou ainda que este livro é “um
testemunho real e verdadeiro” daquilo que a companhia
passou durante a sua estadia em Binta, na Guiné Bissau.
O livro, de 438 páginas, teve como responsável pela capa
e design gráfico o alcobacense Marco Correia. O designer
revelou que a capa foi feita “de modo a dar algum
dramatismo” ao livro, destacando também o empenho do
autor na escolha das fotos a publicar e o entusiasmo
posto na conclusão deste trabalho.