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Trabalhos,
textos sobre operações militares ou livros
José Machado Dray
Coronel de Engenharia
Os distintivos:
Agrupamento de Engenharia de Moçambique (AEM)
1.ª Companhia de Engenharia de Moçambique (1ª CEng)
2.ª Companhia de Engenharia de Moçambique (2ª CEng)
Quando em início de Janeiro de 1967,
então Tenentes, chegaram a Lourenço Marques os oficiais de Engº Sá Viana
Rebelo e Machado Dray, existia uma 1ª CEngª já levantada e com pessoal e
uma 2ªCEngª também levantada, porém unicamente com algumas praças e
poucos quadros.
O
Tenente Sá Viana assumiu o comando da 1ªCEngª, iniciando quase de
imediato deslocações por Moçambique em missões individuais, diversas.
Também um dos seus pelotões rumou a Tete.
A 2ª
CEngª, por mim comandada, começou a agregar subalternos, oficiais,
furriéis e cabos milicianos, se os alferes eram da Metrópole o restante
pessoal era de Moçambique. Os soldados, com o 1º ciclo de instrução
tirado em Boane, foram colocados na 2ª CEngª, que se transformou,
também, em Companhia de Instrução. A meio de 1967 a 2ª CEngª já tinha
destacado o 2º e 3º pelotão. O 2º na área do Lunho, o 3º em acção
específica da operação Roaz (transporte de lanchas, por terra, para o
Lago Niassa).
Alguns meses depois toda a companhia seguiu para o Niassa-Lunho, quartel
preparado pelo 2º pelotão. Este preâmbulo prende-se com os símbolos das
companhias como veremos.
Sendo a 1ª CEngª e a 2ª CEngª, Unidades da província, integradas no
Agrupamento de Engenharia de Moçambique, julgou-se oportuno seguir
algumas acções similares às que tinham as companhias formadas na
Metrópole. Foram criados os símbolos da 2ª CEngª e da 1ª CEngª,
respectivamente “COM JEITO VAI” e “A GENTE FAZ”. Estes distintivos não
eram oficiais, embora aceites por toda a hierarquia. Sobre a 1ª CEngª o
“A GENTE FAZ” veio a transformar-se em “ABRINDO VIAS”, contudo manteve,
sempre, o “TRACTOR”, como base de desenho. A 2ª CEngª não alterou os
dísticos, contudo surgiram 2 representações distintas da “Pá carregadora
944”, uma com um esboço de operador outra sem operador. Este facto
deve-se a que quando no Lunho, foi executado com suporte do “pau da
bandeira”, uma pequena estrutura onde os pedreiros fizeram a
representação do distintivo, sem operador, que por sua vez veio a ser
modelo de várias cópias.
Quanto aos guiões, sei, que na deslocação da 2ª CEngª para o Niassa,
algumas senhoras de Lourenço Marques, iniciaram a execução do guião da
Companhia, tendo por base o guião do Agrupamento de Engenharia de
Moçambique, Unidade com muitos anos de existência e onde se pode
verificar que, nos seus cantos, estão representados serviços de
Engenharia e Especialidade de Arma.
Interpreto eu, sem garantia de que assim seja:
Canto superior esquerdo, Sapadores e Pontoneiros; superior direito
Obras; inferior esquerdo Equipamento de Engenharia; inferior direito
Serviços de Manutenção.

Guião do Agrupamento de Engenharia de
Moçambique
Quando se iniciou a preparação
do guião da 2ª CEngª, escolheu-se um “Campo de Prata” e que todos os
cantos tivessem a referência à Companhia 2ª CEngª . Este guião chegou a
Vila Cabral em 1968 e veio a desaparecer quando do regresso do espólio
de Companhia, para Portugal, em 1975. A 1ªCEngª, nunca chegou a receber
o seu guião, que aliás estava projectado igual ao da 2ª CEngª, com
diferença unicamente na referência à Companhia nos cantos.

Guião da 2ª Companhia
de Engenharia
Em Portugal, vieram os dois guiões a ser
refeitos e estão actualmente no Regimento de Engª 1.
José
Machado Dray
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