Trabalhos, textos sobre a Guerra do 
						Ultramar ou livros
						 
						
									
									
						Elementos cedidos por um colaborador 
						do portal UTW
						 
									
									
									
						Nota de óbito: Faleceu, no dia 23 de 
						Setembro de 2011, o veterano
						 
									
						 
						
									
						 
									
						Biografia
									
						 
									
						Fonte:
						
						http://www.macua.org/biografias/joseniza.html
									
						 
									
						
						José Manuel Niza Antunes Mendes nasceu em Lisboa, a 16 
						de Setembro de 1938, e viveu em Portalegre até aos 7 
						anos. Fez a escola primária e o liceu em Santarém, 
						residindo actualmente numa aldeia próxima desta cidade, 
						Perofilho.
									
						
						
						Desde criança foi musicalmente influenciado pela 
						vivência familiar. Sua mãe tinha o curso de piano do 
						Conservatório Nacional e seu bisavô - José Niza - foi 
						compositor de mérito, em Campo Maior, tendo o seu 
						espólio de composição musical ficado na posse do maestro 
						e compositor Fernando Lopes Graça. A avó materna era 
						prima direita do Dr. António Victorino de Almeida, pai 
						do conhecido maestro, pianista e compositor do mesmo 
						nome.
									
						
						
						No liceu de Santarém (cidade com fortes tradições 
						académicas) José Niza começou a aprender guitarra e 
						viola aos 13 anos. Em 1956 e em simultâneo com David 
						Leandro Ribeiro, ambos se matricularam na Universidade 
						de Coimbra: José Niza em Medicina e David Leandro em 
						Direito.
									
						
						
						Chegados a Coimbra, foram rapidamente introduzidos no 
						meio da guitarra coimbrã, onde então pontificava o grupo 
						de António Portugal, Jorge Godinho, Manuel Pepe e Levy 
						Baptista.
									
						
						
						Ambos tiveram a sorte de conhecer e acompanhar, já em 
						fase final dos seus cursos, os cantores da excepcional 
						geração dos anos 50: Luiz Góes, José Afonso, Machado 
						Soares, Fernando Rolim e Sutil Roque. Constituíram então 
						um grupo com os violas Emanuel Maranha das Neves e João 
						Conde Veiga.
									
						
						
						A partir de 1959 José Niza encetou outros caminhos 
						musicais. Em 1961, com José Cid, Proença de Carvalho, 
						Joaquim Caixeiro e Rui Ressureição, funda a Orquestra 
						Ligeira do Orfeon Académico, uma das melhores formações 
						musicais da altura, a par do Quinteto Académico e do 
						Thilo's Combo.
									
						
						
						Com o aparecimento da bossa nova e com o ressurgimento 
						do jazz em Coimbra, é fundado o Clube de Jazz do Orfeon 
						Académico e constituído o seu Quarteto: Rui Ressurreição 
						(piano, órgão e vibrafone), José Niza (guitarra 
						eléctrica), Daniel Proença de Carvalho (viola eléctrica) 
						e Joaquim Caixeiro (bateria). Foi a partir dessa 
						experiência que, em Coimbra, se organizaram os primeiros 
						festivais internacionais de jazz, por onde passaram 
						grandes nomes da cena mundial, como Dexter Gordon e Don 
						Byas.
						
						Não obstante estas actividades musicais, José Niza não 
						abandonou completamente a sua ligação ao fado e à 
						guitarra. E, assim, com Durval Moreirinhas, gravou as 
						duas primeiras baladas que José Afonso registou em 
						disco, exclusivamente acompanhadas à viola.
									
						
						
						Licenciado em Medicina em 1966, continuou em Coimbra, 
						onde fez a sua tese de licenciatura sobre esquizofrenia, 
						enveredando, depois, pela psiquiatria.
									
						
						
						Em 1969 foi convidado para compor a música para dois 
						espectáculos do CITAC: A Excepção e a Regra, de Bertold 
						Brecht e Castelão e a Sua Época, ambos proibidos pela 
						Censura. Ainda no mesmo ano foi mobilizado, como médico, 
						para a guerra colonial. Nas matas do Norte de Angola, 
						entre outras canções, compôs música para dois discos: 
						Gente de Aqui e de Agora, que gravou em 1971, e Fala do 
						Homem Nascido, com poemas de António Gedeão. Entretanto, 
						em 1970, já Adriano gravara algumas canções de José 
						Niza: Cantar de Emigração e Fala do Homem Nascido.
									
						
						
						Regressado da guerra colonial em 1971, José Niza passou 
						a ser responsável pela produção da editora Arnaldo 
						Trindade, Lda. (Discos Orfeu) para onde gravavam, ou 
						vieram a gravar, os nomes mais importantes da música 
						popular portuguesa: José Afonso, Adriano Correia de 
						Oliveira, Luís Cília, Sérgio Godinho, Vitorino, Paulo de 
						Carvalho, Fernando Tordo, Manuel Freire, Carlos Mendes, 
						José Calvário, Duarte Mendes e muitos outros. Como 
						produtor, ou director musical, José Niza foi responsável 
						pela gravação de discos como Gente de Aqui e de Agora, 
						de Adriano Correia de Oliveira (1971), Eu Vou Ser Como a 
						Toupeira (1972), Venham Mais Cinco (1973), Coro dos 
						Tribunais (1974) e Com as Minhas Tamanquinhas (1976) 
						todos de José Afonso e O Guerrilheiro (1974) de Luís 
						Cília.
									
						
						
						Autor de muitas canções para intérpretes como Paulo de 
						Carvalho, Carlos do Carmo, Carlos Mendes, Duarte Mendes, 
						Tonicha, Teresa Silva Carvalho, Vitorino, Janita Salomé, 
						Rui Veloso, Samuel e muitos outros (para além dos 
						cantores de Coimbra), José Niza ganhou quatro Festivais 
						RTP da Canção. Foi o autor da letra da canção E Depois 
						do Adeus, "senha" musical para o Movimento das Forças 
						Armadas na noite de 24 de Abril (juntamente com Grândola 
						Vila Morena, de José Afonso).
									
						
						
						Deputado em muitas legislaturas, José Niza foi autor, ou 
						co-autor, de diversas iniciativas e diplomas 
						legislativos: Código dos Direitos de Autor e Direitos 
						Conexos, Lei de Protecção da Música Portuguesa, Redução 
						do Imposto sobre Importação de Instrumentos musicais, 
						etc