

Manuel
Carlos
Marques
Pinto
Manuel
Carlos
Marques
Pinto,
nasceu
em
Braga,
em 15 de
Outubro
de 1944.
Foi
Alferes
Miliciano
de
Cavalaria
das
Auto-Metralhadoras
Ligeiras,
com
predominância
na
especialidade
"Panhard".
Esteve
vinte e
quatro
meses em
Moçambique,
dezasseis
dos
quais
(entre
Julho de
1971 e
Outubro
de 1972)
no
Esquadrão
de
Cavalaria
n.º 1,
sediado
em
Macomia,
Cabo
Delgado,
one
comandou
um
pelotão
operacional.
É
licenciado
em
História
(U.C.),
foi
professor
de
História
no
Ensino
Secundário
e
Inspector
do
Ministério
da
Educação.
MNa sua
juventude
fez
parte de
grupos
culturais
na
cidade
natal -
Braga -,
tendo
posteriormente
(nos
anos
sessenta)
integrado
o Teatro
Universitário
- TEUC -
Coimbra.
Tem
colaborado
em
vários
jornais,
para
além de
ter sido
Director-Adjunto
do
jornal
regional
"O Povo
da
Barca" e
leccionar
na
Universidade
Sénior
de Ponte
da
Barca.
«O
Cruzar
de
Memórias»
Nota: os
escritos
e
imagens
que se
seguem
foram
extraídas
do livro
por um
membro
da
equipa
UTW

título:
«O
Cruzar
de
Memórias»
autor:
Manuel
Carlos
Marques
Pinto,
ex-
Alferes
Mil.º de
Cavalaria
execução
gráfica:
Tip.
Artes
Gráficas
Bacelar
&
Irmãos,
Lda.
Local e
data de
edição:
Ponte da
Barca,
Maio de
2013
Prefácio:
[...]
Como à
data era
comum
acontecer,
a dureza
da
missão,
o
sofrimento
e o
risco de
vida
potenciavam
o
sentido
de
camaradagem
e a
amizade,
entre
outros
valores.
Neste
contexto
se gerou
um
sólida
relação
de
amizade,
definidora
de
sentimentos
puros e
verdadeiros,
que se
têm
cimentado
e
perdurado
ao longo
dos
anos, e
já lá
vão
quarenta.
[...]
[...]
Numa
escrita
escorreita
e
simples,
utilizada
na
descrição
de
factos,
emoções
e
vivências
diversas,
Manuel
Carlos
narra os
diferentes
acontecimentos
vividos
durante
quatro
anos, em
tons
diversos,
consoante
o
destino
vai
pincelando
a sua
vida, e
transmitindo
ao
leitor
uma
noção
realista
das
ocorrências,
sem
mesmo se
eximir
de
descrever
factos
trágicos.
[...]
[...]
Orgulho-me
de ter
partilhado
com o
autor
certos
momentos
que
descreve,
alguns
dos
quais
dos mais
problemáticos
por que
passou
na sua
vida,
mas que
o terão
ajudado
a moldar
a sua
personalidade,
e a
definir
a sua
conduta
ao longo
da vida.
Ao
ler as
brilhantes
páginas
que
constituem
este
desfilar
de
recordações,
revi-me
em
muitas
das
descrições
ali
contidas,
desde as
que
relembram
Coimbra,
por onde
também
passei,
às de
Mafra,
onde
igualmente
em
Janeiro
senti o
frio
cortante
da
aragem
envolvente,
e a
humidade
das
seculares
paredes
do
convento,
às do
Porto,
Boane,
Nampula,
Porto
Amélia e
Macomia.
Neste
deambular
pelo
mundo, e
nos
sortilégios
da vida,
conheci
no RC6
(Regimento
de
Cavalaria
do
Porto) o
irmão do
autor,
João
Maria,
com quem
colaborei
na
preparação
e
formação
do
pelotão
que iria
de
seguida
comandar
em
Moçambique.
Longe
estava
eu de
pensar,
na
ocasião,
que
meses
mais
tarde
conheceria
o seu
irmão
Manuel
Carlos.
Tendo-nos
encontrado
os três
em
simultâneo
em
Moçambique,
vivemos
assim,
em
comum,
um
cenário
de vida
bem
diferente
do das
cidades
Invicta
e dos
Arcebispos.
[...]
Luís
Coimbra
Introdução
Estas
pequenas
notas de
um tempo
que
marcou a
vida de
milhares
de
muitos
jovens e
suas
famílias,
ao longo
de mais
de uma
década
dos anos
sessenta
e
setenta
e que se
repercutiu,
inevitavelmente,
até aos
nossos
dias,
aparecem,
não só
porque
fui um
dos seus
participantes,
mas
também
por uma
obrigação
de
cidadania
para
transmitir
às
gerações
seguintes.
É, como
é
evidente,
uma
visão
muito
pessoal,
com
algumas
perspectivas,
julgo
eu, nem
sempre
consensuais,
que
começam
bem
antes e
vão para
além da
minha
participação
efectiva
na
Guerra
Colonial,
mas, em
nome da
verdade
que
nunca
poderá
ser
traída,
com o
rigor
histórico
total,
no que
concerne
ao meu
envolvimento
em
vários
acontecimentos,
sobretudo
em
teatro
de
guerra.
Imagino
que
estas
notas
poderão
ser
úteis -
passe a
imodéstia
- a
quem,
daqui a
muitos
anos,
quiser
escrever
sobre
esse
período
conturbado
da nossa
História.
Também
gostaria
de
deixar,
em jeito
de
homenagem,
desejo e
também
respeito
pela
memória
de
muitos,
alguns
agradecimentos
e
evocações:
- A
todos os
meus
ex-camaradas
que, ao
longo de
todo o
tempo do
serviço
militar
viveram
e
conviveram
comigo,
muito
especialmente
toda a
"malta"
do
Esquadrão
de
Cavalaria
nº 1 -
Macomia
- Cabo
Delgado
-
Moçambique
- (desde
do
Comandante
-
Capitão
Luís
Coimbra
ao
soldado
mais
soldado)
onde
permanecia
maioria
do meu
tempo de
tropa.
- A
todos os
desalojados
das suas
terras e
fazendas
que
nasceram,
viveram
e
labutaram
nesses
grandes
espaços
africanos
-
independentemente
da sua
cor de
pele - a
minha
grande
solidariedade
pelas
injustiças
de que
foram
alvos,
por
culpa de
muitos
erros
históricos
e
políticos.
- A
todos os
meus
amigos e
não só,
que
morreram
ou
ficaram
gravemente
feridos,
quer
física
ou
psicologicamente
e a
todos os
que,
apesar
de
sobreviverem,
ainda
hoje
sofrem.
-A
todos os
meus
familiares
que me
apoiaram
nesta
difícil
jornada
- mãe,
irmãos -
João e
José - e
demais
parentes,
e amigos
bracarenses,
alguns
dos
quais,
infelizmente,
porque
já
partiram
na luta
contra
outros
"combates",
não
poderão
ler
estas
notas.
- À
Lurdes,
companheira
de uma
vida,
que,
desde de
muito
cedo,
também
começou
a viver
a
angústia
daquela
partida
que se
adivinhava
que iria
acontecer
e a
incerteza
sempre
constante
do tempo
da vida
militar,
sobretudo
a vivida
lá ao
longe,
muito
longe...
- Ao
Nuno e
às netas
Inês e
Salomé
com o
desejo
sincero
que o
vosso
viver
seja
longo e
que
nunca
sintam,
em
qualquer
etapas
das
vossas
vidas,
os
caminhos
tortuosos
que
todas as
guerras
(que são
sempre
passos
errados
da
humanidade)
trazem,
a todos
(as) que
nelas
participaram,
quer
directa
ou
indirectamente.
Manuel
Carlos
Pinto
Abril de
2012
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