Imagens e restantes
elementos cedidos por um
Veterano
Rogério Cardoso Teixeira
O
autor, Rogério dos Santos Cardoso Teixeira, quando, em
Setembro de 1960, na Escola Prática de Infantaria, em
Mafra, cumpria o Serviço Militar Obrigatório como Cadete
Médico e, posteriormente, como Aspirante Médico no
Serviço dirigido pelo Coronel Médico Ricardo Horta, no
Hospital Militar Principal, foi mobilizado para o
Ultramar e integrado no Batalhão de Caçadores 109, como
médico da Companhia de Caçadores 110, em Abril de 1961.
Partiu para Angola a 5 de Maio de 1961,
tendo chegado a Luanda a 14 de Maio do mesmo ano.
Permaneceu um ano e meio na zona de
Sublevação Norte, depois Zona de Intervenção Norte (ZIN),
como Alferes Miliciano Médico.
Nos últimos seis meses da sua comissão de
serviço obrigatório foi colocado como médico do
Regimento de Infantaria de Luanda (RIL) e da Casa de
Reclusão Militar.
Da sua folha de serviço militar
obrigatório consta o seguinte louvor do Comandante do
Batalhão de Caçadores n.° 109, Tenente-coronel Mário
Fernandes da Ponte: “Louvo o Sr. Alferes Miliciano
Medico, Rogério dos Santos Cardoso Teixeira, da
Companhia de
Caçadores
n.° 110-BI 17, pela forma altamente meritória como
exerceu as funções da sua especialidade, durante todo o
tempo em que serviu na Companhia de Caçadores n.° 110.
Oficial inteligente, de uma extraordinária dedicação pelo
serviço e pelos seus doentes, muito contribuiu para
manter o bom estado moral e sanitário do pessoal da sua
Companhia. É de salientar, muito especialmente, a sua
actuação na região de Bessa-Monteiro, onde
cumulativamente teve de prestar assistência médica a
pessoal de outras unidades militares, então aí
estacionadas ou de passagem, actuação que de todos
mereceu, a todos os títulos, as melhores referências.
Por todas estas razões, considero o Alferes-Médico
Cardoso Teixeira um oficial distinto, que muito honra o
serviço ea Unidade a que pertence, o que muito me apraz
referir (Ordem de Serviço n.° 52, de 02 de Março de
1963, do Batalhão de Caçadores n.° 109)”.
Após uma experiência que o marcou ao
longo da sua vida, seguiu-se o regresso ao Continente, a
4 de Julho de 1963, e a sua desmobilização, ingressando,
em Outubro de 1964., na Faculdade de Medicina da
Universidade de Coimbra, como Assistente do Grupo das
Ciências Morfológicas. Doutorou-se em Medicina, em 1973,
com a classificação de Muito Bom, com distinção e
louvor. Fez carreira de Professor Universitário até à
jubilação. Foi director dos Institutos de Biologia
Médica e Histologia e Embriologia da Faculdade de
Medicina da Universidade de Coimbra, e Regente das
cadeiras de Biologia Médica, Genética Humana e
Histologia e Embriologia da Licenciatura em Medicina.
A sua
carreira docente foi, ao longo dos anos, acompanhada
pela publicação de vários trabalhos científicos,
conferências, reuniões e congressos científicos, na área
das Ciências Morfológicas e da Genética Médica, de que é
especialista pela Ordem dos Médicos.
Actualmente, é Professor Jubilado da Faculdade de
Medicina da Universidade de Coimbra.
Através desta obra, o autor pretende transmitir aos
vindouros a realidade da guerra de África (1961-74) que
extinguiu um império de meio milénio.
Pretende também contribuir para a reconciliação entre
Portugueses e Africanos, que só se tornaram inimigos
pelas circunstâncias e vicissitudes decorrentes de
equívocos que outros cometeram.
2.ª Edição
Comemorativa dos 50 anos da partida para Angola
"Angola -
História do Batalhão de Caçadores 109 (1961/1963)"

Título: Angola - História do Batalhão de
Caçadores 109 (1961/1963)
Autor: Rogério dos Santos Cardoso
Teixeira
Capa: Arquitecto Fernando Taveira Teixiera
Paginação, Impressão e Acabamento: Ediliber, Lda.
Depósito legal: 329111/11
«Este livro descreve a Guerra Colonial em
Angola sob a óptica do Batalhão de Caçadores 109 (do
qual o autor fez parte como alferes miliciano médico) e
do Pelotão Independente de Morteiros 24, desde a sua
chegada em 14 de Maio de 1961, até ao seu regresso à
Metrópole a 3 de Julho de 1963.
O autor pretende transmitir, aos jovens e
aos vindouros, a realidade da guerra que extinguiu um
império de meio milénio.
Além disso, considera que as hostilidades
de outrora, entre portugueses e angolanos, só existiram
devido a determinadas circunstâncias e vicissitudes
decorrentes de equívocos que outros cometeram.
Não obstante o sofrimento e a amargura de
milhares de portugueses e angolanos, eles hoje são
amigos, e o A. acredita que um dia (se é que isso não
acontece já) se irão considerar como Povos irmãos.
Sendo assim, espero sinceramente que a
presente obra, na qual tentei resumir o mais possível os
diversos temas, seja útil aos meus leitores,
solicitando-lhes - sobretudo aos meus Camaradas do
Batalhão de Caçadores 109 e do Pelotão Independente de
Morteiros 24 - o seu parecer sobre o conteúdo deste
trabalho, que julgo fazer parte da nossa história
contemporânea.» - in contracapa do livro.
IN
MEMORIAM
Aos Camaradas do Batalhão de Caçadores
109 que, por Angola, deram a sua vida e também àqueles
que, após o seu regresso, deixaram o nosso convívio,
ficando nos corações e na memória das gerações actuais e
vindouras, o meu profundo pesar - particularmente a
António Pereira
Salvado, 1.º Cabo Atirador 874/60, natural de
Pesinho, da freguesia de Alcaria, concelho do Fundão,
mobilizado pelo Regimento de Infantaria 15, para servir
na Região Militar de Angola, integrado na Companhia de
Comando e Serviços (CCS) do Batalhão de Caçadores 109.
Faleceu no dia 22 de Junho de 1961.Está sepultado no
cemitério da freguesia de naturalidade.
Vasco Augusto da
Silva Júnior, 1.º Cabo AC 1/55, natural do
Moxico, concelho do Luso, mobilizado pelo Regimento de
Infantaria 20, para servir na Região Militar de Angola,
integrado na Companhia de Comando e Serviços (CCS) do
Batalhão de Caçadores 109. Tombou em combate no dia 13
de Setembro de 1961. Está sepultado no cemitério de
Santana (Catete), ossário militar cacifo 2-D, em Angola.
Francisco Mendes
Nogueira, Soldado Condutor 559/60, natural da
freguesia de Manhuncelos, concelho de Marco de
Canaveses, mobilizado pelo Batalhão Independente de
Infantaria 17, para servir na Região Militar de Angola,
integrado na Companhia Caçadores 110 do Batalhão de
Caçadores 109. Tombou em combate no dia 10 de Julho de
1961. Está sepultado no cemitério da freguesia de
naturalidade.
Leonardo Caetano
Pereira, Soldado Atirador 50/60, natural da
freguesia de Capelas, concelho de Ponta Delgada,
mobilizado pelo Batalhão Independente de Infantaria 18,
para servir na Região Militar de Angola, integrado na
Companhia Caçadores 111 do Batalhão de Caçadores 109.
Tombou em combate no dia 2 de Julho de 1961. Está
sepultado no cemitério do Lufico, campa 2, em Angola.
Luís Manuel
Faria Gonçalves, Soldado Condutor 172/60,
natural da freguesia da Maia (São Miguel), concelho de
Ribeira Grande, mobilizado pelo Batalhão Independente de
Infantaria 18, para servir na Região Militar de Angola,
integrado na Companhia Caçadores 111 do Batalhão de
Caçadores 109. Tombou em combate no dia 13 de Julho de
1961. Está sepultado no cemitério da freguesia de
naturalidade.
Eduardo da
Conceição Ferreira, Alferes Miliciano
Atirador, natural da freguesia de Tamengos, concelho da
Anadia, mobilizado pelo Batalhão Independente de
Infantaria 18, para servir na Região Militar de Angola,
integrado na Companhia Caçadores 111 do Batalhão de
Caçadores 109. Faleceu no dia 20 de Outubro de 1961.
Está sepultado no cemitério de Coimbra
Luís Manuel
Carlota, Soldado Apontador de Morteiro 89/60,
natural de Vale de Mouros, da freguesia e concelho de
Coruche, mobilizado pelo Batalhão Independente de
Infantaria 18, para servir na Região Militar de Angola,
integrado na Companhia Caçadores 111 do Batalhão de
Caçadores 109. Tombou em combate no dia 20 de Outubro de
1961. Está sepultado no cemitério de Coruche.
Manuel Sequeira
Teles, 2.º Sargento Vagomestre 2346/47-M,
natural da freguesia de Loureiro, concelho de Peso da
Régua, mobilizado pelo Batalhão Independente de
Infantaria 18, para servir na Região Militar de Angola,
integrado na Companhia Caçadores 111 do Batalhão de
Caçadores 109. Tombou em combate no dia 31 de Maio de
1962. Está sepultado no cemitério de Ambrizete, talhão
militar, campa 12-2-A, em Angola.
Jorge Baptista
de Sousa da Silva, Soldado Apontador de
Metralhadora 38/60, natural da freguesia São Roque,
concelho do Funchal, mobilizado pelo Batalhão
Independente de Infantaria 19, para servir na Região
Militar de Angola, integrado na Companhia Caçadores 112
do Batalhão de Caçadores 109. Faleceu no dia 27 de Julho
de 1961. Está sepultado no cemitério de Santana (Catete),
ossário militar cacifo 7-M, em Angola.
Mário de
Medeiros Correia, 1.º Cabo Atirador 273/60,
natural de Salga, freguesia da Achadinha, concelho de
Nordeste, mobilizado pelo Batalhão Independente de
Infantaria 19, para servir na Região Militar de Angola,
integrado na Companhia Caçadores 112 do Batalhão de
Caçadores 109. Tombou em combate no dia 12 de Setembro
de 1961. Está sepultado no cemitério da freguesia de
naturalidade.

Nota: imagem extraída do livro
"Angola - História do Batalhão de
Caçadores 109 (1961/1963)", pág. 7
Notícia:
Fonte:
http://www.auniao.com/noticias/ver.php?id=24388
PRIMEIRO
CONTINGENTE AÇORIANO
Companhia 110
celebrou 50 anos da partida para Angola
Publicado na Quinta-Feira, dia 30 de
Junho de 2011, em Actualidade

A Companhia
110 do Batalhão Independente de Infantaria 17,
celebrou ontem no Castelo de S. João Baptista, em
Angra do Heroísmo, os 50 anos da sua partida para
Angola, aquela que foi uma das primeiras companhia a
chegar ao cenário de guerra nas antigas colónias
portuguesas.
Na cerimónia foi lançado o livro “Em
Angola – História do Batalhão Caçadores 109” da
autoria de Rogério dos Santos Cardoso Teixeira,
médico deste batalhão que serviu em terras angolanas
de 1961 a 1963, obra que foi oferecida a todos os
soldados do Regimento.
Do programa das comemorações constou
ainda uma homenagem aos mortos da unidade com toques
de corneta e de caixas, o depositar de uma coroa de
flores no monumento em honra dos soldados já
falecidos e uma missa na Igreja do Castelo de S.
João Baptista.
Estiveram presentes cerca de 20
homens, de vários pontos do Arquipélago e até da
Califórnia, segundo informações do Coronel Alveno
Paula de Carvalho, à época capitão da Companhia 110,
acrescentando que faltaram muitos por “estarem
incapacitados em casa e não poderem vir”.
A Companhia 110 era constituída por
174 homens, sendo 80% dos praças oriundos das ilhas
de S. Miguel, Terceira, Faial, Pico, S. Jorge,
Graciosa e Flores.
Partiram de Angra do Heroísmo a 5 de
Maio de 1961 a bordo do navio Carvalho Araújo com
destino a Santa Margarida onde realizaram os treinos
antes da partida para Angola aonde chegaram a 15 de
Maio, a bordo do Vera Cruz, o segundo barco a chegar
a esta colónia no inicio da Guerra Colonial.
Durante os dois anos de comissão,
apesar dos muitos feridos, apenas tiveram uma baixa,
o que levou a serem apelidados de “Companhia da
Sorte”, recorda Alveno de Carvalho.
Integrados num batalhão com a
Companhia 111, oriunda de S. Miguel, e uma outra
vinda da Madeira, os homens da 110 estiveram durante
os dois anos de comissão em várias zonas de Angola.
“ Tivemos em Ambrizete, Tomboco,
Lufico, Bessa Monteiro, que era a pior zona de
guerra com sérios problemas de terrorismo, e depois
no Rio Zaire”, lembra o Coronel que dessa época
guarda as muitas dificuldades próprias do início do
conflito.
“Era a altura em que matavam
fazendeiros e os deixavam em paus, assaltavam
povoações, éramos constantemente emboscados, muitas
coisas correram mal nesse primeiros tempos”.
O Coronel recorda o modo como essas
dificuldades fortaleceram o espírito de camaradagem
entre os seus homens, com as contingências do
conflito a deitarem por terra patentes e
hierarquias.
“Dormíamos muitas vezes no mato todos
juntos, oficias e praças, saíamos em muitas
patrulhas onde não fazíamos ideia se regressávamos
ou não, muitos problemas que tivemos que enfrentar”,
lembra este veterano de guerra, que serviu em cinco
comissões, perfazendo 10 anos de África, desde
Angola a Moçambique e Cabo Verde.
A Companhia 110 regressou aos Açores
em Julho de 1963, sendo recebida em Angra numa
cerimónia “digna de um Presidente da república”,
evoca Alveno de Carvalho.
Foto: João Costa/Fotaçor
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1.ª Edição
autor:
Rogério Cardoso Teixeira
Editor: Quarteto1ª edição
"Angola
(N'Gola)"
História do Batalhão de Caçadores 109
(1961-1963)
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autor:
Rogério Cardoso Teixeira
Editor: Quarteto1ª edição
Prefácio
Notas biográficas
Apresentação
Agradecimentos
PRIMEIRA PARTE: Introdução
1. Introdução
2. Antecedentes da Guerra de Angola (1961-1974)
3. Partida do Batalhão de Caçadores 109
para a Guerra de Angola
SEGUNDA PARTE: Actividade Militar do Batalhão de
Caçadores 109 na Guerra de Angola
4. Introdução
5. Operações de índole militar
Operação militar beta
6. Criação do sector operacional n.º 4
7. Operação Quibala
8. Julho e Agosto de 1961
9. Operação S. Salvador
10. Operação Mandioca
11. Operação Tornado
12. Operação Penhasco
13. Batida na região do Muro
14. Operação Tigre Real
15. Operação Palanca Preta
16. Operação Águia Branca
TERCEIRA PARTE: Actividade Militar do Batalhão de
Caçadores 109 no Sector de Luanda
17. Rendição do Batalhão de Caçadores 109 -
Homenagem da população de Ambrizete ao BC 109
18. Operação Roda Viva
QUARTA PARTE: Epílogo
19. Efectivo do Batalhão de Caçadores 109
20. Epílogo
Referências bibliográficas
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BCac109 - Divisa "Firmes e Constantes" - comandante
Tenente-Coronel de Infantaria Mário Fernandes da Ponte
desembarque em Luanda, em 14Mai61*; reembarque para
Lisboa, em 14Jul63.
http://ultramar.terraweb.biz/Efemerides_Angola_14MAI1961.htm