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 TRABALHOS, TEXTOS SOBRE OPERAÇÕES MILITARES ou LIVROS

Imagem da capa e restantes elementos cedidos por Ilídio Costa e LC123278

Alexandre Marta

Alexandre Marta Monteiro Pinheiro, nasceu em Ago50 em Miuzela do Côa (concelho de Almeida).

Alferes miliciano 'comando' 02732871, comandante do 3ºGrCmds da 33ªCCmds (28Abr71-25Out73); sócio nº.4242 da Associação de Comandos.

Licenciou-se em Educação Física, pelo Instituto de Educação Física de Lisboa. Em 1978-83 professor no Instituto Militar dos Pupilos do Exército; e desde 1985 professor no Colégio Campo de Flores (Almada). É capitão na situação de reforma.

"A Arma"

"A Arma"

autor: Alexandre Marta *

editor: Roma Editora

1ªed. Mem Martins, Fev2000

128 págs

20cm

preço: 7,50€

dep.legal: PT-143989/99

ISBN: 972-8490-07-0

 

Sinopse:

Suavizadas com a inclusão de alguns poemas, estas memórias de guerra constituem uma viagem ao íntimo de um 'comando', desde a hora da despedida na freguesia de Miuzela (Almeida), até ao regresso, feliz, ao seio da sua família.

 

Texto in: "A Arma"

"...

Querida M. C.

... No dia vinte regressamos... o pesadelo está prestes a acabar e uma vida nova nos espera!...

Beijos do que te tem sempre no coração...

Luanda, 20 de Outubro de 1973

 

Um cordão separa duas filas: uma, segue em direcção ao Boeing que acabou de aterrar, procedente de Lisboa. Nessa fila sigo eu, fardado, com um camuflado gasto, velho, que perdeu o brilho, de tão utilizado. Há, contudo, um brilho novo nos meus olhos, porque estou definitivamente voltado de costas para o sofrimento, o horror, a morte!... Transporto comigo, apenas, uma mala, também envelhecida, e uma viola...

Uma arma ficou, entretanto, cruelmente silenciosa, muito longe de mim..., depositada, algures, numa arrecadação...; esperando, traiçoeira, a próxima vítima!...

 

Adeus África...! És bela...! Muito bela...! Mas a tua beleza fere e magoa, quando se toca...! Amo-te..., mas tenho de fugir de ti. Talvez um dia regresse; se te acalmares... e ainda me quiseres...; para revivermos esta paixão tão sofrida!...

Na fila do lado, acabados de chegar no avião que me espera, seguem, em sentido oposto, centenas de homens, fardados de camuflados novos e lustrosos. Os seus rostos, assustados, olham com inveja a outra fila, porque a deles caminha no sentido do desconhecido...,talvez no sentido do sofrimento..., do horror..., ou até mesmo da morte...; e parecem querer perguntar:

- África! Como é?...

Perto da minha casa há uma densa floresta. À noite..."

 

ÍNDICE

Prefácio

Vazio

Utopia

Despedida

Metamorfose

A partida

África

E agora?

Pesadelo

A dor

A dúvida

A raiva

A indiferença

A Amante

O prazer

O desafio do silêncio / Esquecer

A Arma

 

 

 

 

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