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 TRABALHOS, TEXTOS SOBRE OPERAÇÕES MILITARES ou LIVROS

 

Antunes Ferreira

Henrique Antunes Ferreira, 66 anos, sempre escreveu sobre tudo. A sua "loucura", diz ao DN, levou-o a publicar "milhentos textos a esmo". Sobre quê? "Gastronomia, vinhos, erotismo, turismo, cultura, futebol."
 

Sem contar com as oportunidades que foram surgindo ao longo de quase 50 anos de jornalismo - onde desempenhou variadíssimos cargos de chefia, incluindo no DN -, e de ter percorrido 123 países do mundo.

Mas desta vez foi diferente, aconteceu depois da doença inesperada que o deixou KO quatro anos, quando assessorou o falecido ministro Sousa Franco. "Renasceu" lentamente, entretendo-se com o blogue que criara (www.travessadoferreira.blogspot.com), onde regularmente deposita(va) ironia e graça de expressão, não tivesse a piada solta quando os dedos lhe correm pelo teclado.

Um dia "postou" uma crónica sobre os tempos da tropa em Angola que suscitou reacções imediatas e esfuziantes de companheiros da guerra, querendo que escrevesse mais sobre a sua vida em África. Antunes Ferreira tinha permanecido oito anos na antiga colónia, para onde fora mobilizado em 1966 por razões políticas, tendo apenas regressado depois do 25 de Abril. "Os amigos da tropa diziam que tinha muita leitura. Contava nessa crónica, como tinha sido o embarque para Angola, 40 anos antes, com mais 1784 homens fardados no cais de Santos, deixando para trás terras natais, famílias, namoradas, amigos. E contei sobre esse formigueiro de gente a despedir-se, com muitas lágrimas à mistura."

Foi escrevendo. À medida que Antunes Ferreira ia colocando novas crónicas , recebia comentários de como era giro recordar. O desafio de publicar apareceu no tempo certo. Ele estava a delinear um romance que não estava a agradar-lhe. "Quando já ia nas 40 e tal páginas, pus de parte."

Após insistências, concretizou este livro. "Foi muito bom. Matou-me a sede de escrever..." E confessa; Só três das histórias são verídicas. E não posso dizer mais. O resto é ficção." Morte na Picada inclui fotografias do repórter fotográfico Fernando Farinha, antigo colega do Diário de Notícias e será apresentado no dia 15 do próximo mês pelo jornalista Joaquim Furtado.

 

in: http://dn.sapo.pt/2008/03/24/artes/antunes_ferreira_recorda_africa_o_li.html

de: 24 de Março de 2008

 

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"Morte na Picada"

 

As experiências da guerra colonial servem de tema para “Morte na Picada”, o livro de estreia do conhecido jornalista Henrique Antunes Ferreira, chefe de redacção do Diário de Notícias e um dos fundadores da TSF. Partindo dos seus cinco anos de serviço militar obrigatório, dois dos quais em Angola, Antunes Ferreira deambula entre a descrição crua e a escrita ficcional, procurando captar a essência do quotidiano dos combatentes de guerra que ninguém parece compreender, e que o autor classifica simplesmente como uma “guerra civil”.

“Estas short stories são o embrião de um sonho: reuni-las em livro – e publicá-lo. Quase todas são ficção pura; duas ou três são vividas por mim, na condição do oficial miliciano que participou numa guerra que não comprou e, por isso, nunca foi a minha”.

Ficcionais ou não, os enredos de Antunes Ferreira, em “Morte na Picada”, parecem servir de espelho para a mente dos jovens soldados no Ultramar, evocando toda uma série de experiências díspares, que vai desde o sofrimento próprio da guerra às idiossincrasias da hierarquia militar, passando ainda pela camaradagem forçada gerada entre homens, pretos e brancos, colocados numa mesma situação, ou ainda a comovente história de dois inimigos que, no meio do mato, se descobrem cúmplices em torno de uma boa refeição, antes de serem abatidos pelos tiros de quem rejeitava qualquer hipótese de reconciliação.

O sexo surge, a par da violência física e verbal, como um elemento-batuta de uma guerra que Joaquim Vieira, jornalista e ex-director de programas da RTP, classificou em prefácio como “uma Guerra Civil, pesem embora as diferentes tonalidades de pele”. Pensar a história recente de uma forma imensamente humana, evidenciando a falta de significado latente de uma guerra que as próprias circunstâncias da História haveriam de fazer irromper, é em suma o propósito final deste “Morte na Picada”, o livro de estreia de Henrique Antunes Ferreira.

in: http://via-occidentalis.blogs.sapo.pt/13393.html  
 

Na Fnac do Colombo, no dia 15 de Abril (mais de 200 pessoas presentes), Joaquim Furtado – um grande Jornalista, autor da série A Guerra Colonial, um enorme êxito na RTP - afirmou, na apresentação que o livro, «de que gostei mesmo muito», em seu entender, «é o melhor que, no género, e sobre o tema foi publicado em Portugal».
Entretanto, o autor deslocou-se a Coimbra e ao Porto e lá apresentou o livro, nas livrarias Bertrand dos centros comerciais Dolce Vita daquelas cidades, bem como autografou exemplares.
Antunes Ferreira tem vindo a conceder várias entrevistas a órgãos da Comunicação Social, entre os quais avulta o Diário de Notícias, em que trabalhou como jornalista durante 16 anos e de que foi chefe da redacção.
«Morte na Picada» tem sido muito bem recebido junto de ex-combatentes das guerras coloniais (ultramarinas) que, apesar de se tratar de ficção, vêem nas suas páginas um retrato muito próximo da realidade.


José Oliveira "da Serra", 17Mai2008, in http://www.lumege.blogspot.com/

 

Sinopse

Os enredos de Antunes Ferreira são dominados por uma urgência vital feita de sexo ou de sangue (muitas vezes de ambos), tratando-se quase sempre da obsessiva ausência de um e da opressiva presença de outro, com personagens apanhadas, de ambos os lados do conflito, por uma trama de que não são responsáveis mas a que não conseguem fugir. Muito se tem discutido sobre a verdadeira designação deste conflito: guerra colonial, guerra de África ou guerra do ultramar. O autor propõe-nos um outro conceito: guerra civil. Os que se batem são irmãos desavindos, com mais a uni-los do que a separá-los, pesem embora as diferentes tonalidades da pele. Não se trata do grandiloquente Portugal uno e indivisível de Salazar, mas de um traço de comum entendimento forjado de afectos quotidianos que as circunstâncias da História acabariam por romper. Não poderia talvez ser de outra maneira. Mas todos nós olhamos com nostalgia para o conto final, dos dois inimigos que no meio do mato se descobrem cúmplices em torno de uma boa refeição, antes de serem abatidos pelos tiros de quem rejeitava qualquer hipótese de reconciliação.

in: http://www.webboom.pt/ficha.asp?ID=171021

 

Título original: Morte na Picada
Autor: Antunes Ferreira

Prefácio: Joaquim Vieira

Fotografias: Fernando Farinha

Editora: Via Occidentalis Editora
ISBN: 978-972-8966-42-3
Ano de Edição: 2008 (Abril)
Páginas: 238
Formato: 140x230

Género: Ficção
Preço: 14,70 euros

 

 

 

 

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