Texto
in: "Como eu vi Moçambique"
…
impressões colhidas à chegada: boas praias de
extenso areal, rodeadas de luxuosas vivendas.
De
realçar que tudo isto era, a bem dizer, de uso
restrito à raça branca.
Campeava
um racismo de teor muito próximo do praticado na
vizinha África do Sul. Salvo raras excepções,
aos pretos restava-lhes a possibilidade e a
“honra” de poder servir os brancos. Encontrei
alguns colegas negros do tempo de Coimbra mas
soube das muitas dificuldades encontradas em
conseguirem ambiente onde pudessem atingir
patamares de paridade com os brancos, mesmo da
sua profissão.
À noite
fomos até um cabaré, dos mais castiços da
cidade. O nosso anfitrião teve o cuidado de nos
reservar uma mesa a resguardo de qualquer cena,
porventura mais violenta, desencadeada pelo
furor dos sentidos de qualquer paixoneta.
E
aconteceu espectáculo:
Mulheres
jovens de raça negra, com vestidos mais
atrevidos, deixavam perceber corpos roliços e
sedutores, dotados de seios firmes a espreitar o
decote, atacando com frenética paixão as músicas
que lhe chegavam do Conjunto ali presente.
Era
realmente impressionante!
Parecia
que todos os músculos dessas formosas e bem
torneadas mulheres eram atingidos pela música
que os lançava em danças eróticas e meio loucas.
O
anunciado espectáculo de violência chegou por
fim: dose forte de pancadaria entre machos
enciumados, quase faziam estragos na mobília.
Avisada, chega a polícia militar que não escolhe
brancos nem pretos para malhar. Ao fim de poucos
minutos, voltava a calma. Os sorrisos e o
desssedentar das bocas com a ingestão farta das
bebidas, de preferência wiskies ou cervejas,
devolvia a farra inicial.
- Quando pisei solo africano pela primeira vez,
quer fosse em Luanda como também em Lourenço
marques, ia com a ideia firme de poder tomar o
melhor café em qualquer canto ou esquina, pois
sendo ele produzido nos países tropicais, fácil
seria encontrá-lo do melhor. Muito decepcionado
fiquei por o achar normalmente como bebida de má
qualidade e fraco sabor. Vim a saber depois que
o “bom” café era … |
ÍNDICE
-
Prefácio
-
Introdução
-
Moçambique
-
O embondeiro
-
Morrumbala
-
A riqueza do
sub-solo e a ... pobreza do seu
aproveitamento
-
Ajuste de contas
-
O médico e a
população
-
Visita ao Chire e
à Zambézia em geral
-
Visita a Quelimane
-
Mopeia
-
O desastre do
batelão
-
Derre
-
Inspecções
militares
-
A ida a Nampula
-
Visita à ilha de
Moçambique
-
Regresso de
Nampula
-
As eleições
-
Os últimos dias em
Morrumbala
-
A guerra
-
Luanda
-
Lourenço Marques
-
A caminho de
Nacala
-
Nacala
-
Mueda
-
Nangololo
-
Visita a Miteda
-
As férias
-
Visita dos leões
-
A segurança
-
Ataque a Nacatári
-
As abelhas
-
Visita a Porto
Amélia
-
A caçada
-
Os heróis
-
Apoios logísticos
melhorados
-
Saúde a quanto
obrigas
-
Rescaldo duma
emboscada
-
Ter ou não ter
prostitutas
-
Os elos de amizade
-
A despedida do
alferes
-
A vinda da família
-
Ter moral na
guerra
-
Cenas anedóticas
-
Visitas de vipes
-
A partida
|