.

 

Início O Autor História A Viagem Moçambique Livros Notícias Procura Encontros Imagens Mailing List Ligações Mapa do Site

Share |

Brasões, Guiões e Crachás

Siga-nos

 

Fórum UTW

Pesquisar no portal UTM

Livros

Trabalhos, textos sobre operações militares ou livros

 

Elementos cedidos por um colaborador do portal UTW

 

 

Nuno Rocha

 

Nuno Rocha nasceu no dia 13 de Fevereiro de 1933; faleceu no dia 5 de Fevereiro de 2016 em Cascais.

 

O livro:

 

"Guerra em Moçambique: um repórter na zona dos combates"

 

 

título: "Guerra em Moçambique: um repórter na zona dos combates"
autor: Nuno Rocha

editor: Ulisseia
1ªed. Lisboa, 1969
191 págs (ilustrado)

 

Sinopse:

 

O autor, jornalista do vespertino lisboeta 'Diário Popular', reuniu em livro uma série de reportagens que efectuou em Moçambique, incluindo algumas junto de militares portugueses nas frentes de combate.

Excerto do Prefácio:


- «Desejei escrever um livro sobre a guerra de Moçambique sem qualquer cor política. Tão pouco quis ser um juiz do conflito. Apenas e simplesmente um frio narrador de factos, de paisagens e de comportamentos humanos.


É um livro sem cor política, por quê? Se a guerra é a última expressão da política, parece que não poderá falar-se em guerra sem, primeiro, se efectuar uma busca às origens. Mas creio que é possível, apesar desta análise elementar, escrever um livro sobre a guerra ignorando completamente a política.»

 

Índice:

 

Agradecimento

Dedicatória

Prefácio

Abril de 1968 - as noites Lourenço-marquinas.

A caminho da frente - em Nampula; o contacto com o ambiente militar; luta esgotante; um programa pesado.

Um fato camuflado - preparando os planos no covil da guerra; preparativos para um ataque a um acampamento inimigo; o início da operação.

O funeral do sargento Pacífico - os preparativos para uma grande operação.

A visita às águas - sobre as áreas infestadas de terroristas; visita a Macomia; no aquartelamento de Mocímboa da Praia; o regresso dos Comandos.

Domingo de Páscoa no acampamento de Mueda - um povo isolacionista.

Uma festa na escola.

Regresso a Nampula - um branco disparou sobre as nossas tropas; a Companhia de Engenharia na "Curva da Morte"; leitores do 'Diário Popular' sempre atentos.

Visita ao centro da "Guerra Psicológica" - 123 horas semanais de programas sobre Moçambique; propaganda inimiga; alguns aspectos económicos da guerra; visita à Ilha de Moçambique.

Em direcção ao Lago Niassa - a mini-saia invade a África; processos pacíficos de ganhar a guerra; uma "arma" de grande efeito, poços de água; uma "operação espectacular"; importante conhecer a organização inimiga; encontro com a Marinha nas margens do Niassa.

Em Metangula - um belo dia de sol; "Meu comandante, posso arranjar mulher?"; o abastecimento de armas do exterior.

Na fronteira com o Malawi - estradas e caminhos-de-ferro em construção; será sempre indispensável a ocupação militar em Moçambique; a caminho do mato; encontro com um caçador de leões.

Como se desenrola uma operação táctica - a caminho da Cantina Dias; o helicóptero passou por nós; emboscados três vezes.

O adeus a África - "Há aí um ferido?"; consciência histórica; uma guerra pegajosa.

Documentos

Documento I - Os excepcionais resultados da "Operação Marte".

Documento II - Declarações do secretário provincial do efectivo militar da Frelimo.

Uma guerra sem frente.

Terrorismo: a arma atómica dos pobres.


 Guerra-em-Mocambique-Nuno-Rocha-img1

Guerra-em-Mocambique-Nuno-Rocha-img2

Guerra-em-Mocambique-Nuno-Rocha-img3

Guerra-em-Mocambique-Nuno-Rocha-img4

Guerra-em-Mocambique-Nuno-Rocha-img5

Guerra-em-Mocambique-Nuno-Rocha-img6

Guerra-em-Mocambique-Nuno-Rocha-img7

Guerra-em-Mocambique-Nuno-Rocha-img8

Guerra-em-Mocambique-Nuno-Rocha-img9

Guerra-em-Mocambique-Nuno-Rocha-img10

 

 

-------------------------------------------------------------

 

Jornal do Exército, ed. 112, pág. 39, de Abril de 1969

 

 

"ELES E A TROPA"

 

Nuno Rocha um jornalista no norte de Moçambique

 

Desde que o terrorismo eclodiu nas nossas províncias ultramarinas, que a Imprensa compareceu nos cenários de luta, deslocando enviados especiais, que acompanharam o esforço titânico empenhado pelas nossas Forças Armadas no restabelecimento da ordem e da paz.


Nuno Rocha foi um dos jornalistas que o «Diário Popular» colocou numa das frentes de combate, mais exactamente, em Moçambique. Um ano depois, o repórter evoca para o «Jornal do Exército» o que foi a sua experiência em campanha, ao lado dos nossos Soldados.


«Cumpre-se precisamente neste mês de Abril de 1969 um ano sobre a minha visita às frentes de combate em Moçambique. Na vida de um jornalista, os grandes acontecimentos acumulam-se, em imagens, por vezes fundamente gravadas na nossa memória. Mas há, realmente, alguns factos que emergem dos outros e que os anos avivam. Este é um desses casos. Não é uma experiência vulgar esta, de um homem habituado à vida serena de Lisboa se encontrar, de súbito, deslocado para paragens longínquas, contactando com um autêntico clima de guerra. Recordo facilmente a minha primeira viagem ao encontro do Norte moçambicano. Num bojudo Nord-Atlas, carregado de Soldados e de caixas com alimentos, fiz o percurso entre Lourenço Marques e a Beira. Pela primeira vez na minha vida, esperava-me um camuflado em Nampula. Mas foi ainda na Beira que tive verdadeiramente contacto com a guerra: na pista, centenas de rapazes preparavam-se para um embarque a caminho de Tete onde, nessa altura, o terrorismo havia aparecido subitamente. O mesmo Nord-Atlas levou-me para Nampula e aí, ainda nessa noite, fui ao depósito e deram-me dois fardamentos completos, que eu ia envergar, quotidianamente, durante mais de uma quinzena.


No dia seguinte, parti para Moeda [Mueda], no planalto dos Macondes onde, então, a guerra estava verdadeiramente acesa. Ao chegar, ainda se viam vestígios recentes de um bombardeamento feito com morteiros ao campo de aviação, que causara alguns estragos. Acontecera na véspera. Naquele clima vivi oito dias, em que se alternava um certo medo, com alguns momentos verdadeiramente agradáveis ao lado de valentes rapazes para quem a guerra era já uma rotina. Figueiredo, o piloto dos caças; Capitão Gaspar; Tenente Vicente - eis nomes de amigos que os anos não me hão-de fazer esquecer.


Viajei em todos os tipos de aviões e, a bordo de pequenos monomotores, percorri as longas distâncias do Norte moçambicano, em busca de zonas de terrorismo. Segui em colunas militares. De perto, acompanhei a luta diária de bravos soldados, sempre prontos para o combate, sempre ágeis e dispostos para a luta.


Um ano decorrido, recordo com saudade esses momentos. Dentro de alguns dias terei a satisfação de ver publicado um livro de reportagens sobre esta minha experiência de guerra. Esse livro destina-se a contar ao grande público, a heroicidade dos que têm lutado nas plagas africanas do Norte de Moçambique.»


Nuno Rocha

 

© UTW online desde 30Mar2006

Traffic Rank

Portal do UTW: Criado e mantido por um grupo de Antigos Combatentes da Guerra do Ultramar

Voltar ao Topo