Rui Rosado Vieira

Nasceu em Campo Maior.
Ex- Furriel Miliciano de Infantaria, cumpriu serviço na
Região Militar de Angola, integrado na Companhia de
Caçadores 328 do
Batalhão de Caçadores 325 «FIRMES E CONSTANTES»
(clique
neste sublinhado ou no Crachá do BCac325)
Licenciado em História pela
Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e
pós-graduado em História Regional e Local pela mesma
Faculdade, foi, entre outras coisas, funcionário
judicial e professor de História.
Interessando-se
particularmente pela História e Cultura dos novos países
de expressão oficial portuguesa, é autor de cerca de
trinta estudos históricos, publicados em livro ou em
revistas especializadas.
Tem dedicado parte do
seu estudo e investigação às questões relacionadas com
Campo Maior, Olivença, Portalegre, Castelo de Vide,
Elvas, Montemor-o-Novo...
"Em
Angola uns Semearam Ventos outros Colheram Tempestades"

“Em
Angola uns Semearam Ventos outros Colheram Tempestades”
Autor: Rui Rosado Vieira
Ano: 2012
Capa: capa
mole
Tipo: Livro
N. páginas: 234
Formato: 23x16
ISBN: 978-989-689-196-1
Sinopse:
O autor prestou serviço militar no
exército por imposição perto de quatro anos e meio, dos
quais vinte e oito meses em Angola, entre 1961-1964. No
decurso da sua permanência naquela antiga colónia tirou
mais de meio milhar de fotografias e escreveu um Diário
com mais de trezentas páginas.
Foi com base nessa documentação,
acrescida de numerosa correspondência por si enviada a
certos familiares e amigos, que a guardaram e lha
ofereceram, que pôde elaborar o presente trabalho.
No seu livro discorre sobre o ambiente
social em Campo Maior, sua vila natal, fala das semanas
de tensão que antecederam o embarque e, sobretudo, do
que observou nas andanças pelo território angolano.
Ao longo da narração refere-se com alguma
demora às terras férteis do Amboim e ao território
semi-desértico a norte de Malange, junto à fronteira com
a actual República Democrática do Congo, áreas onde
naquele tempo a guerra ainda não se estendera.
Todavia é sobre as suas frequentes
deambulações pela zona onde a guerrilha se travou com
maior intensidade – a região montanhosa dos Dembos –
interrompidas por curtas estadias em Luanda, que a
narrativa mais se alonga. Ali descreve os pesados
sacrifícios exigidos, durante perto de um ano, a
centenas de jovens que como ele sofreram as emboscadas e
os confrontos com os rebeldes nas picadas e matas dos
morros vizinhos de Quicabo, Balacende e Fazenda Beira
Baixa.
Índice:
NOTA PREAMBULAR
ANTECEDENTES PRÓXIMOS
A terra natal
As vivências pessoais
NOVAMENTE INCORPORADO NO
EXÉRCITO POR IMPOSIÇÃO
Perto de meio ano no Batalhão de Caçadores n.º 8, em
Elvas
Em demanda do exílio
VINTE E OITO MESES EM ANGOLA
A viagem
Do Grafanil à região de Nambuangongo
Em Luanda
Rumo à região de Nambuangongo
CERCA DE OITO MESES NA GABELA (KUANZA-SUL)
A caminho do Kuanza-Sul
A Gabela
Visita a Novo Redondo (Sumbe)
De novo na Gabela
As áreas rurais do concelho de Amboim
Viagem a Quibala, Colonato da Cela e Santa Comba
AS PRIMEIRAS FÉRIAS EM LUANDA
UM ANO EM TERRITÓRIO DA
GUERRILHA, NA REGIÃO DOS DEMBOS
Os morros de Quicabo
Em Luanda, por doença
Na Fazenda Beira Baixa
Um intervalo na guerra
Em Balacende
CINCO MESES NO DISTRITO DE
MALANGE, JUNTO À FRONTEIRA COM A REPÚBLICA DO CONGO-LEOPOLDVILLE
Em Forte República (Massango)
Em Cateco-Cangola
Curta visita à capital
Em Quinguengue
O REGRESSO A PORTUGAL E AS
DIFICULDADES DA REINTEGRAÇÃO
Os derradeiros momentos em Luanda
A despedida
As dificuldades da reintegração
ADENDAS
GLOSSÁRIO
FONTES MANUSCRITAS E IMPRESSAS
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Notícia de 03Mar2012:
Guerra Colonial: Livro de Rui Rosado
Vieira revive comissão em Angola através de diário

O livro “Em Angola uns Semearam Ventos
outros Colheram Tempestades”, de Rui Rosado Vieira, que
é hoje lançado em Lisboa, revive dois anos e meio de
guerra colonial através do diário que o autor redigiu em
terras angolanas.
“A fonte que eu usei não foi a memória.
Recorri a um diário que fui redigindo (…) desde que
parti de Lisboa, até ao regresso”, disse Rosado Vieira à
agência Lusa, em contacto telefónico.
E para dar mais realismo ao seu
testemunho, não se ficou pelas cerca de 300 páginas
manuscritas, onde colocava as ideias que não podia
partilhar, porque as perspetivas que tinha da guerra
“não eram comuns à época”. Utilizou também muitas das
cartas escritas a familiares e amigos, que as guardaram,
e um álbum com quase 600 fotografias, das quais 90
ilustram o livro.
No diário (e nas cartas que escrevia)
procurava dizer aquilo que ia acontecendo e que, na
altura, não podia comentar com os colegas, referiu à
Lusa, adiantando que nunca teve simpatia pela guerra
colonial.
“Achei, e ainda acho hoje, que o
argumento de que aquilo era Portugal não colhia,
porquanto os naturais não falavam a mesma língua, não
tinham a mesma religião, não tinham os mesmos costumes”,
alegou, considerando também que numa altura em que
outros países africanos ascendiam à independência, mais
ou menos pacificamente, o regime português optou pela
guerra, uma guerra sem futuro.
Por isso, quando o furriel miliciano
Vieira voltou a ser chamado para a tropa – já tinha
cumprido o serviço militar obrigatório – e foi
mobilizado para Angola, logo no início da guerra, em
1961, não se sentiu um herói, mas alguém que “vai colher
as tempestades dos ventos que outros semearam”.
“Segui para Angola para fazer duas
guerras: uma para não matar ninguém e outra para que não
me matassem. Claro que também não queria morrer”, disse.
Rui Rosado Vieira recordou que a
experiência que teve em Angola, tanto em Dembos e
Nambuangongo (palco da guerra), como em zonas mais
pacíficas, no sul, onde havia grandes fazendas de café,
só sedimentou a ideia que tinha contra a guerra.
“Com o tempo, pelo menos no período em
que estive na zona da guerra, apercebi-me de que seria
difícil derrotar os rebeldes (…). Como aconteceu com
todos os movimentos ao longo do tempo, nunca foram
derrotados pelos exércitos regulares. (…). Não éramos
nós, um país pequeno, que iria fazer o contrário do que
países mais potentes, como a Inglaterra e, a França, que
tinham dado a independência às suas colónias”,
sintetizou Rosado Vieira, que este ano completa 75 anos.
Nascido em 1937 em Campo Maior, distrito
de Portalegre, Rui Rosado Vieira, que já adulto se
licenciou em História e tem outras obras publicadas,
contou à Lusa que a demora na publicação das suas
memórias da guerra colonial foi inicialmente a ideia de
que outros haveriam de o fazer.
No entanto, 50 anos passados, sentiu que
aquele período da História de Portugal estava cada vez
menos presente na nossa memória coletiva e ele tinha um
contributo a dar para contrariar essa tendência.
“O livro surge só agora porque durante
muitos anos pensei que outros haviam de se encarregar de
falar sobre a guerra e as diversas perspetivas que a
guerra lançava. Com o decorrer do tempo apercebi-me que
isso não acontecia e que, pelo contrário, cada vez há
menos informação sobre o que se passou durante esse
tempo de guerra em Angola”, justificou.
Com cerca de 200 páginas e profusamente
ilustrado, “Em Angola uns Semearam Ventos outros
Colheram Tempestades”, editado pela Colibri, é
apresentado hoje à tarde, na Casa do Alentejo, pelo
professor Manuel Simões, numa cerimónia que contará com
a atuação de um grupo coral alentejano.
Fonte
http://www.iangola.co.ao/noticias/entretenimento/item/11345-guerra-colonial-livro-de-rui-rosado-vieira-revive-comiss%C3%A3o-em-angola-atrav%C3%A9s-de-di%C3%A1rio.html