
Castelo de Paiva
08 de Junho de 2014
Comemoração do 14.º
Aniversário do Monumento aos Combatentes
e
12.º Aniversário da ACUP - Associação Combatentes do Ultramar
Português
Elementos e imagens cedidas pelo veterano
José Moreira
Discurso do Presidente da ACUP:

Exmos.
Familiares dos falecidos ex- combatentes, Camaradas e
amigos
Exmo. Senhor Presidente da Câmara Dr.
Gonçalo Rocha
Exmos. Senhores Vereadores da Câmara
Municipal de Castelo de Paiva
Exmos. Senhores Presidentes de juntas de
Freguesias do Concelho ou seus representantes.
Exmos. Senhor Dirigentes Políticos
presentes.
Exmo. Senhor Padre Dr. Joaquim Soares.
Exmo. Senhor General Rui Rodrigues.
Exmo. Senhor General Maia, representante
da Cruz Vermelha Portuguesa.
Exmo. Senhor Representante da Cruz
Vermelha de Castelo de Paiva e Espinho.
Exmo. Senhor General Andrade,
representante da Liga dos Combatentes
Exmo. Senhor representante do Núcleo da
liga de Espinho.
Exmo. Senhor Arruda Presidente da
Associação dos Deficientes das Forças Armadas, Lisboa.
Exmo. Senhor Nascimento Presidente da
Associação de vila do Conde.
Exmo. Senhor representante Associação
Nacional Combatentes do Ultramar de Tondela.
Exmo. Senhor Moreira representante
Associação Marco de Canavezes.
Exmo. Senhor Representante Associação dos
Deficientes das Forças Armadas, Delegação Porto.
Exmo. Dr. Portela representante da
Associação dos Prisioneiro de Guerra.
Exmo. Senhor Amadeu Neves
Exmo. Senhor Vice Presidente da
Associação Comercial de Castelo de Paiva.
Exmo. Senhor Subchefe da GNR e seus
Militares
Exmo. Senhor Presidente da Assembleia
Geral da ACUP.
Exmo. Senhor Presidente do Conselho
Fiscal da ACUP.
Exmo. Representantes da Comunicação
Social;
Exmo. Senhor Presidente dos Bombeiros
Voluntários de Castelo de Paiva
Exmo. Senhor Comandante dos Bombeiros
Voluntários de castelo de Paiva
Exmo. Comandante e Elementos da Fanfarra
dos Bombeiros Voluntários de Castelo de Paiva
Excelentíssimos Órgãos Sociais, caros Associados da ACUP;
Minhas
senhoras e meus senhores. Camaradas
Estamos hoje aqui para comemorar o 12.º
Aniversário da Associação dos Combatentes do Ultramar
Português,
Partilharmos com todos vocês, sócios,
amigos, camaradas, mais um ano de luta para não deixar
esquecer aqueles que bravamente lutaram no Ultramar e
defenderam os ideais daquela época. Injusta ou não, aos
militares convocados para a defenderem apenas restava o
dever de o fazerem e foi com abnegação, coragem que o
fizeram e, muitos deixaram lá a vida, outros, ficaram
com marcas que os fazem lembrar a difícil e gigantesca
obra de defenderem o país em terras tão longínquas, tão
longe das suas famílias, dos seus amigos, das suas
terras. É tempo, para que de uma vez por todas, o
governo reconheça o sacrifício que a juventude de então
se sentiu obrigado e não os esqueça, sobretudo, àqueles
que depois da guerra, não foram mais capazes de serem
aquilo que eram e passaram a viver à margem da
sociedade, "Os Sem Abrigo".
E, antes de mais, não poderia deixar de
lembrar e prestar uma homenagem profunda, sincera,
sentida, ao nosso saudoso amigo Manuel Guedes,
recentemente falecido e que a todos quanto o conheceram
e conviveram com ele, deixou profundamente consternados
e abalados com tão partida precoce.
O Senhor Manuel Guedes, foi militar do
ultramar como a maioria dos presentes, era presença
habitual na vida da nossa Instituição, era sócio e
membro da direção, mas acima de tudo um amigo imperdível
que vivia a ACUP, não virava a cara às dificuldades e à
luta, estava sempre presente para dar o seu contributo.
Foi mais um amigo jovem que partiu, um homem que marcou
a ACUP pelo seu trabalho, pelo seu carisma, pela sua
vontade de ajudar todos os amigos e camaradas e famílias
que a guerra do Ultramar marcou. Em meu nome, em nome de
todos os que fazem parte dos orgãos que compõem a ACUP,
em nome dos sócios, simpatizantes e amigos, endereço à
família enlutada, sobretudo à sua esposa e filha, as
mais sentidas condolências pelo falecimento do seu ente
querido e proponho, em sua memória, um minuto de
recolhimento para recordar aquele que jamais
esqueceremos.
Obrigado, que o nosso amigo descanse em
paz e que a luz da eternidade o faça feliz junto do
Nosso Senhor, Nosso Deus. São estes os momentos em que a
vida nos faz pensar e perceber o quanto somos frágeis e
como devemos aproveitar todos os momentos que nos são
oferecidos e vivermos a vida em função de todos quantos
nos rodeiam.
Direi em meu nome e de toda a direção e
todos os combatentes deste concelho que por mais absurdo
que possa parecer, neste País de tantas façanhas e de
tanta glória, de tantos santos e tantos heróis ainda é
necessária uma grande dose de coragem para homenagear,
passado tantos estes anos, todos aqueles a quem a
coragem nunca faltou, para homenagear todos aqueles que
responderam ao apelo da pátria, herdade do Estado,
imposto do governo não votado, partiram um dia para esta
estrada e atravessaram o rio Douro.

Todos aqueles que foram arrancados
violentamente do colo materno e do aconchego do lar para
partir de madrugada e deixando a cama desfeita e,
quantas vezes, uma vida a germinar na barriga de suas
companheiras. Todos aqueles que voaram sobre o
Continente navegando sobre os Oceanos desembarcaram de
peito feito nos dias escaldantes de uma África que os
enfeitiçou, todos aqueles que durante dois anos
intermináveis, ou mais, comeram o pão que o diabo
amassou, comungaram dos horrores da Guerra revelada e
beberam do cálice que trasbordava suor e sangue de
lágrimas derramadas.
Amargo cálice das saudades, da sede, da
fome, do calor, da ansiedade e do desespero, das febres
das viroses, da distância, da loucura, do pasmo, do
horror, do silêncio, do sofrimento, e que da lei da
morte se foram libertando, partidos pela rajada,
estilhaçados pelos morteiros e minas, crucificados a
quem a alma foi arrancada, a quem a alegria foi
interrompida e a esperança foi degolada. A quem o Estado
se esqueceu, a sociedade estupidamente apontou o dedo
castigador, a todos aqueles que foram cobardes e
desertores que nunca receberam as benesses, que os
infiéis e traidores já receberam há muito. Daí a coragem
necessária para homenagear os injustiçados Heróis de
Castelo de Paiva. E nós Ex- Combatentes do Ultramar
vamos saldando aos poucos as contas com os fantasmas do
nosso passado e das memórias imaginárias nos libertando.
Com desmedido orgulho e reconfortante
sentimento do dever cumprido, com honra e com Glória
como a Pátria mereceu e como irá merecer eternamente
numa Nação cada vez mais colonizada e bem recompensados
por ter contribuído para este Monumento, onde está
registado eternamente para a História estes 27 Paivenses
que tombaram nas Províncias Ultramarinas.
Muito Obrigado a todos
As imagens











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