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15Mar2011

Cerimónia de evocação do esforço da nação portuguesa e das forças armadas na guerra do Ultramar

 

Cerimónia de evocação do esforço da nação portuguesa e das forças armadas na guerra do Ultramar.

 

Partilha de memória e homenagem a todos os vivos, mortos e vítimas envolvidos no conflito

 

50.º aniversário do início dos acontecimentos

 

15 de Março de 2011 - Lisboa

 

 

Cerimónia de Homenagem aos Combatentes por ocasião do 50º Aniversário do início da Guerra em África

 

Presidida por Sua Excelência o Presidente da República,

Professor Doutor Aníbal Cavaco Silva

 

Junto ao Monumento Nacional aos Combatentes do Ultramar

 

 

 

Discurso do Presidente da República na Cerimónia de Homenagem aos Combatentes, por ocasião do 50º Aniversário do início da Guerra em África

Forte do Bom Sucesso, Lisboa, 15 de Março de 2011

Evocamos, hoje, o início de um conflito em que as Forças Armadas portuguesas estiveram envolvidas, durante quase 14 anos, em África. Fazemo-lo frente ao monumento “Aos Mortos da Guerra do Ultramar”, numa homenagem sentida àqueles que, entre 1961 e 1974, foram chamados a combater por Portugal e se dispuseram a perder as suas vidas pela Pátria.

Foi um esforço tamanho da Nação. Foram anos de incorporações sucessivas, envolvendo cerca de um milhão de jovens de todas as regiões do País que, de forma exemplar, cumpriram a sua missão por terras africanas.

Ao percorrer com o olhar a parede em redor do monumento, encontramos os nomes dos cerca de 9 mil portugueses mortos em campanha nessa guerra ainda bem presente para muitos de nós. Podemos, aí, rever nomes de familiares ou de amigos. E recordar, também, aqueles que, ao longo de quase nove séculos, deram a sua vida para que Portugal seja hoje uma nação livre e independente.

Para lá da memória, impõe-se o reconhecimento de todos os que, pela sua acção na defesa de Portugal, sofreram no corpo e na alma o preço do dever cumprido. São merecedores de todo o nosso profundo respeito.

Saudamos com especial apreço, pelo muito que lhes devemos, os militares de etnia africana que, de forma valorosa, lutaram ao nosso lado. Todos, combatentes por Portugal!

Hoje aqui não homenageamos uma época, um regime ou uma guerra. Trata-se, simplesmente, de uma homenagem da Pátria àqueles que se encontram entre os seus melhores servidores.

É, aliás, de toda a justiça distinguir a intervenção militar que permitiu que um País com a dimensão e os recursos de Portugal pudesse manter o controlo sobre três teatros de operações distintos, vastos e longínquos. É internacionalmente reconhecida a forma como foi concebida a estratégia da guerra e travados os combates, o que demonstra o esforço do País e dignifica a memória dos seus combatentes.

Os laços e as ligações resultantes da continuada cooperação entre as forças de Terra, Mar e Ar, nas operações em África, são um importante legado para os dias de hoje, devendo constituir inspiração para um emprego conjunto cada vez mais eficaz.

Todos têm presente a importância capital do apoio e da evacuação aérea para as operações terrestres ou, como foi o caso na Guiné-Bissau, da acção conjunta do Exército com a Marinha e os seus fuzileiros.

Combatentes,

Importa reconhecer que os soldados portugueses foram, em África, soldados de excepção. Fizeram da distância e da saudade um desafio a vencer, assumiram a falta de recursos como razão para a iniciativa e para a adaptabilidade, tomaram a juventude e os seus receios, temperados pela camaradagem e pelo patriotismo, como ingredientes para uma conduta digna e, muitas vezes, heróica.

É desta lembrança de uma camaradagem fortalecida em tempos difíceis de guerra que resultam, também, os convívios que anualmente juntam, nos lugares de Portugal, os antigos combatentes e as memórias dos que ficaram em África.

São manifestações com uma dimensão e significado sem precedentes no todo nacional.

É a evocação de um período que deixou uma marca indelével numa geração que herdou, desses tempos, uma consciência aguda das consequências da guerra e do reconhecimento claro das prioridades da vida.

Foi a capacidade de sofrimento e o exemplo de coragem das mulheres de Portugal, a quem tantos sacrifícios foram pedidos, pela ausência ou perda dos seus, e que tudo suportaram na sua solidão e nos seus silêncios, tantas vezes esquecidas.

Foi o enorme desafio vencido por aqueles que, regressados de África, tiveram que refazer as suas vidas, começando tudo de novo, fazendo apelo ao espírito empreendedor e à capacidade de lutar que sempre os caracterizaram. Foi toda uma rede de apoios e de afectos criada no seio das famílias e do País, que facilitaram a sua integração no tecido laboral e social, ultrapassando as muitas dificuldades criadas pelo ambiente instável que se vivia.

A guerra em África materializou, como salientei em 2010, no Dia do Combatente, “o fim violento de um ciclo nacional, mas que deixou, nas picadas sangrentas que trilhou, honra militar capaz de abrir o caminho a uma cooperação fraterna e frutuosa” com aqueles países irmãos.

Temos, hoje, a oportunidade de consolidar esta cooperação num espaço de partilha de valores, de cultura, de língua, de laços familiares e de interesses. O desafio, agora comum, é o de lutar por um futuro melhor, de desenvolvimento e de paz.

Às gerações mais novas, é importante transmitir o testemunho de quem enfrentou a adversidade ombro a ombro com aqueles a quem confiava a vida e por quem a daria também; o testemunho de quem conhece a relevância de valores como a solidariedade, o profissionalismo, o mérito e a honra, a família e o País.

País que será mais bem defendido se contar com a mais-valia da vossa experiência e da vossa participação activa, como exemplo e fonte de motivação para os mais jovens que, tendo crescido num ambiente de maior conforto e de paz, enfrentam o futuro num Mundo incerto, onde as crises e o conflito não deixam de ser uma constante.

Combatentes,

A vossa geração criou, também, as condições para que Portugal seja um País democrático, mais livre, mais solidário e mais aberto ao Mundo. Importa que os jovens deste tempo se empenhem em missões e causas essenciais ao futuro do País com a mesma coragem, o mesmo desprendimento e a mesma determinação com que os jovens de há 50 anos assumiram a sua participação na guerra do Ultramar.

Como Portugueses, não haverá causa maior do que dedicarmos o nosso esforço e a nossa iniciativa ao serviço da Nação e dos combates que é necessário continuar a vencer, para promover um futuro mais justo, mais seguro e mais próspero para todos. Juntos, continuaremos a afirmar Portugal.

O meu bem-haja pela vossa presença, em nome dos Portugueses e de todos aqueles que hoje aqui recordamos. Foi por eles, por vós e por Portugal que aqui viemos.

Viva Portugal.

 

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Programa

 

10H30 - Celebração Eucarística no Mosteiro dos Jerónimos por Dom

Januário Torgal Ferreira, Bispo das Forças Armadas e de Segurança, com a presença de Sua Excelência o Ministro da Defesa Nacional Dr. Augusto Santos Silva.

Acompanha a celebração o Grupo Coral da Academia da Força Aérea.

 

 

Até às 12H10 - chegada dos convidados ao local da cerimónia junto ao Monumento aos Combatentes do Ultramar

 

12H30 - Chegada de Sua Excelência o Presidente da República que preside à Cerimónia

- Prestação de Honras regulamentares pelas Forças em Parada e Salva de 21 tiros

- Alocução por Sua Excelência o Presidente da República

- Descerramento de placa alusiva à efeméride, por Sua Excelência o Presidente da República

- Cerimónia de Homenagem aos Mortos com deposição de Coroa de Flores

- Desfile das Forças em Parada e, sobrevoo de aeronaves

- Assinatura do Livro de Honra e visita à exposição alusiva à Guerra do Ultramar;

 

13H30 - Fim da Cerimónia

 

17H30 - Secção Solene no "Salão Portugal" da Sociedade de Geografia com Conferências proferidas

pelo Exm.º General António Gonçalves Ribeiro e Exm.º Professor Doutor Adriano Moreira.

Estarão presentes as mais Altas Entidades

 

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