HONRA
E GLÓRIA |
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um
colaborador do portal
UTW
Jornal do Exército n.º
163, de Julho de 1973 |
António Aurélio Marcos de Andrade
Tavares

Alferes Mil.º de Cavalaria
Esquadrão de Reconhecimento 2454
«QUO TOTA VOCANT»
Guiné:
28Out1968 a 20Ago1970
Cruz de Guerra de 3.ª classe
António Aurélio Marcos de Andrade
Tavares, Alferes Mil.º de Cavalaria.
Nascido em Lourenço Marques, capital
da Província Ultramarina de
Moçambique.
Em 18 de Abril de 1968
Soldado-Cadete da Escola
Prática de
Cavalaria (EPC – Santarém) «MENS
AGITAT MOLEN», promovido a
Aspirante-a-Oficial da Cavalaria com
especialidade em reconhecimento
'AML-Panhard', colocado no Regimento
de Cavalaria 3 (RC3 –
Estremoz) «…NA
GUERRA CONDUTA MAIS BRILHANTE»;
Em 23 de Outubro de 1968, tendo sido
mobilizado pelo Regimento de
Cavalaria 7 (RC7 – Ajuda, Lisboa)
«QUO TOTA VOGANT» - «REGIMENTO DO
CAIS» para servir Portugal na
Província Ultramarina da Guiné,
embarca em Lisboa no NTT 'Uíge' rumo
ao estuário do
Geba (Bissau), como
Alferes Miliciano Graduado integrado
no 2.º escalão do Esquadrão de
Cavalaria 2454 (ERec2454) «QUO TOTA
VOGANT»;

Em 7 de Agosto de 1970 louvado pelo
Comando-Chefe das Forças Armadas da
Guiné (CCFAG) por relevantes feitos
em combate, designadamente na acção
de socorro às Nossas Tropas da
Companhia de Caçadores 2658
(CCac2658) do Batalhão de Caçadores
(BCac2905) «FIRMES E CONSTANTES»
que, no sábado 16 de Maio de 1970 em
missão de patrulha lançada no
noroeste do território sobre o
itinerário Nhamate>Binar, nas
imediações da Ponta (fazenda) Matar,
foram alvo de emboscada do PAIGC que
causou a morte de cinco militares (nota):
José Manuel Godinho Pinto (Alferes
Miliciano comandante da patrulha); e
António Fernandes Peixoto,
António Marques Francisco,
David Miranda Casanova e
José Andrade Brito (Soldados
Atiradores).
Em 20 de Agosto de 1970 inicia a
viagem de regresso à Metrópole no
NTT 'Carvalho Araújo' e, após escala
em Cabo Verde, desembarca no cais
fluvial da Rocha Conde de Óbidos no
dia 3 de Setembro de 1970;
Em 31Ago1971 agraciado com a Cruz de
Guerra de 3ª classe.
Cruz de Guerra, de 3.ª classe
Alferes
Miliciano de Cavalaria
ANTÓNIO AURÉLIO MARCOS DE ANDRADE
TAVARES
ERec2454 - RC7
GUINÉ
3.ª CLASSE
Transcrição da Portaria
publicada na Ordem do Exército n.º
17 – 2.ª série, de 1971.
Por Portaria de 31 de Agosto
de 1971:
Condecorado com a Cruz de Guerra de
3.ª classe, ao abrigo dos artigos
9.º e 10.º do Regulamento da Medalha
Militar, de 28 de Maio de 1946, por
serviços prestados em acções de
combate na Província da Guiné
Portuguesa, o Alferes Miliciano de
Cavalaria, António Marcos de Andrade
Tavares, do Esquadrão de
Reconhecimento n.º 2454 - Regimento
de Cavalaria n.º 7.
Transcrição do louvor que
originou a condecoração.
(Publicado nas Ordens de
Serviço n.º 34, de 7 de Agosto de
1970, do Comando Chefe das Forças
Armadas da Guiné e n.º 36, de 27 do
mesmo mês e ano, do Quartel General
do Comando Territorial Independente
da Guiné):
Que, por despacho de 7 de Julho de
1970, o General Comandante-Chefe das
Forças Armadas da Guiné, louvou o
Alferes Miliciano de Cavalaria,
António Marcos de Andrade Tavares,
do Esquadrão de Reconhecimento n.º
2454 - Regimento de Cavalaria n.º 7,
pela forma verdadeiramente brilhante
como se houve no cumprimento da
acção levada a efeito no dia 16 de
Maio, confirmando os elevados dotes
de comando que vinha revelando no
cumprimento de anteriores missões de
combate.
Tendo um numeroso grupo inimigo
emboscado fortemente as Nossas
Tropas, o Alferes Tavares lançou-se
rápida e decididamente em socorro da
força que fora emboscada, entrando
fulgurantemente com as
autometralhadoras sob o seu comando
na zona de morte, batendo pelo fogo
o inimigo, que retirou rapidamente,
sem possibilidades de esboçar
qualquer resistência.
Apercebendo-se da provável direcção
de retirada, lançou-se uma vez mais
na perseguição do grupo inimigo, que
surpreendeu, derrubando um elemento
enquanto o adversário, em fuga
desordenada, era batido pelo fogo
das suas armas. Nesta acção foi
abatido um elemento inimigo que se
verificou posteriormente tratar-se
de um importante chefe, tendo sido
ainda capturado diverso armamento.
A acção dinâmica do Alferes Tavares
permitiu a resolução rápida da
situação, revelando na sua execução
elevadas qualidades de coragem,
agressividade, serena energia
debaixo de fogo, a par de algum
sentido táctico e insofismável
espírito de missão, dotes estes que
com justiça o tornam digno de ser
apontado como exemplo, honrando
assim as gloriosas tradições da Arma
de Cavalaria a que pertence.
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(nota):
José Manuel Godinho Pinto
José
Manuel Godinho Pinto, Alferes Mil.º
Atirador de Infantaria, n.º
07083067, natural da freguesia e
concelho de Reguengos de Monsaraz,
filho de José Oliveira Pinto e de
Maria Caeiro Godinho Pinto,
solteiro;
Mobilizado
pelo Regimento de Infantaria 2 (RI2
- Abrantes) «EXCELENTE E VALOROSO»
para servir Portugal na Província
Ultramarina da Guiné, como
comandante de pelotão da Companhia
de Caçadores 2658 (CCac2658) do
Batalhão de Caçadores 2905
(BCac2905) «FIRMES E CONSTANTES»;
Faleceu no dia 16 de Maio de 1970,
no itinerário Nhamate > Binar,
vítima de ferimentos em combate;
Está inumado no cemitério municipl
de Reguengos de Monsaraz.
António Fernandes Peixoto
António
Fernandes Peixoto, Soldado Atirador
de Infantaria, n.º 09253269, natural
da freguesia de São Romão de Arões,
concelho de Fafe, filho de
Bernardino Peixoto e de Emília
Fernandes, solteiro;
Mobilizado
pelo Regimento de Infantaria 2 (RI2
- Abrantes) «EXCELENTE E VALOROSO»
para servir Portugal na Província
Ultramarina da Guiné, integrado na
Companhia de Caçadores 2658
(CCac2658) do Batalhão de Caçadores
2905 (BCac2905) «FIRMES E
CONSTANTES»;
Faleceu no dia 16 de Maio de 1970,
no itinerário Nhamate > Binar,
vítima de ferimentos em combate;
Está inumado no cemitério Paroquial
de Moçâmedes da freguesia de São
Miguel do Mato, concelho de Vouzela.
António Marques Francisco
António
Marques Francisco, Soldado Atirador
de Infantaria, n.º 09175869, natural
da aldeia de
Vila Pouca, freguesia
de São Miguel do Mato, concelho de
Vouzela, filho de António Francisco
Pereira e de Margarida Marques,
solteiro;
Mobilizado
pelo Regimento de Infantaria 2 (RI2
- Abrantes) «EXCELENTE E VALOROSO»
para servir Portugal na Província
Ultramarina da Guiné, integrado na
Companhia de Caçadores 2658
(CCac2658) do Batalhão de Caçadores
2905 (BCac2905) «FIRMES E
CONSTANTES»;
Faleceu no dia 16 de Maio de 1970,
no itinerário Nhamate > Binar,
vítima de ferimentos em combate;
Está inumado no cemitério de São
Romão de Arões, concelho de Fafe.
David Miranda Casanova
David
Miranda Casanova, Soldado Atirador
de Infantaria, n.º 09956069, natural
da freguesia de São Miguel da
Carreira, concelho de Barcelos,
filho de António da Costa Casanova e
de Arminda Gomes Miranda, solteiro;
Mobilizado
pelo Regimento de Infantaria 2 (RI2
- Abrantes) «EXCELENTE E VALOROSO»
para servir Portugal na Província
Ultramarina da Guiné, integrado na
Companhia de Caçadores 2658
(CCac2658) do Batalhão de Caçadores
2905 (BCac2905) «FIRMES E
CONSTANTES»;
Faleceu no dia 16 de Maio de 1970,
no itinerário Nhamate > Binar,
vítima de ferimentos em combate;
Está inumado no cemitério Paroquial
de São Miguel da Carreira, concelho
de Barcelos.
José Andrade Brito
José Andrade Brito,
Soildado Atirador de Infantaria, n.º
09463269, natural da freguesia de
Sanfins, concelho de Paços Ferreira,
filho de Manuel Pereira de Brito e
de Arminda Martins Andrade,
solteiro;
Mobilizado
pelo Regimento de Infantaria 2 (RI2
- Abrantes) «EXCELENTE E VALOROSO»
para servir Portugal na Província
Ultramarina da Guiné, integrado na
Companhia de Caçadores 2658
(CCac2658) do Batalhão de Caçadores
2905 (BCac2905) «FIRMES E
CONSTANTES»;
Faleceu no dia 16 de Maio de 1970,
no itinerário Nhamate > Binar,
vítima de ferimentos em combate;
Está inumado no cemitério Paroquial
de Sanfins, concelho de Paços de
Ferreira.
Paz às suas Almas
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Jornal do Exército, n.º 163, de
Julho de 1973
CONDECORADO com a medalha da Cruz de
Guerra de 3.ª classe porque «confirmando
os elevados dotes de comando que
vinha revelando no cumprimento de
anteriores missões de combate»,
o Alferes Miliciano António Marcos
de Andrade Tavares teve meritória
actuação durante uma emboscada,
lançando-se «rápida
e decididamente em socorro da Força
que fora emboscada». «Apercebendo-se
da provável direcção da retirada,
lançou-se uma vez mais na
perseguição do grupo inimigo, que
surpreendeu. Nesta acção foi abatido
um elemento inimigo que se verificou
posteriormente tratar-se de um
importante chefe, tendo sido
capturado diverso armamento.»
O Alferes António Tavares, que é
natural de Lourenço Marques, revelou
assim «elevadas
qualidades de coragem,
agressividade, serena energia
debaixo de fogo, a par de um alto
sentido táctico, e insofismável
espírito de missão».
Clique na imagem que se segue para
ampliação:

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Esquadrão de Reconhecimento n.º 2454
Identificação:
ERec2454
Unidade
Mobilizadora:
RC7 – Ajuda, Lisboa
Comandante:
Capitão de Cavalaria Manuel
Soares Monge

Divisa:
"Quo Tota Vocant"
Partida:
Embarque no dia 17 de Janeiro
de 1968 (1.ª fase) e no dia 23 de
Outubro de 1968 (2.ª fase);
desembarque no dia 24 de Janeiro de
1968 (1.ª fase) e dia 28 de Outubro
de 1968 (2.ª fase)
Regresso:
Embarque no dia 4 de Dezembro
de 1969 (1.ª fase) e dia 20 de
Agosto de 1970 (2.ª fase)
Síntese da
Actividade Operacional
Inicialmente, ficou instalado
em Bissau, tendo um pelotão seguido
para Teixeira Pinto, em 30 de
Outubro de 1968, a fim de reforçar o
dispositivo do sector do Batalhão de
Caçadores 2845 (BCac2845) «SEMPRE
EXCELENTES E VALOROSOS» e onde se
manteve até 14 de Janeiro de 1970.

Em 20 de Novembro de 1968, foi
colocado em Bula, como reserva móvel
de intervenção do Sector O1-A, do
Batalhão de Cavalaria 2868
(BCav2868) «NÃO TEMO». Naquela data,
integrou o Pelotão “AML” 2024
(PelAML2024) «CAVALOS DE AÇO», o
qual se encontrava já em Bula e que
passou a ser considerado a 1.ª fase
do Esquadrão de Reconhecimento 2454
(ERec2454) «QUO TOTA
VOGANT». Em 30
de Novembro de 1969, este pelotão
recolheu a Bissau, a fim de aguardar
o embarque de regresso, sendo então
substituído pela 1.ª fase do
Esquadrão de Reconhecimento 2641
(ERec2641), a qual foi integrada,
entretanto, no Esquadrão de
Reconhecimento 2454 (ERec2454) «QUO
TOTA VOGANT».
De 3 de Março a 1 de Agosto de 1969,
cedeu um pelotão para reforço do
Batalhão de Caçadores 2861
(BCac2861) «SEMPRE EXCELENTES E
VALOROSOS», o qual ficou instalada
em Cá, para protecção aos trabalhos
da estrada Pelundo-Có.
Em 16 de Junho de 1970, cedeu
novamente um pelotão em reforço do
Batalhão de Caçadores 2861
(BCac2861) «SEMPRE EXCELENTES E
VALOROSOS», que foi colocado em
Binar e depois deslocado para
Nhamate, a partir de 1 de Fevereiro
de 1970, a fim de colaborar na
segurança e protecção dos trabalhos
dos reordenamentos de Linche e
Nhamate.
O Esquadrão de Reconhecimento 2454
(ERec2454) «QUO TOTA VOGANT» tomou
parte em diversas acções e operações
realizadas no sector, efectuou
patrulhamentos e escoltas a colunas
de reabastecimento e colaborou na
segurança e protecção dos trabalhos
de abertura e reparação dos
itinerários Bula-Có e João
Landim-Ponta de S. Vicente.
Em 19 de Agosto de 1970, foi
substituído pelo Esquadrão de
Reconhecimento 2641 (ERec2641) e
recolheu seguidamente a Bissau, a
fim de efectuar o embarque de
regresso.
