Américo Taliscas, Coronel de Infantaria Pára-Quedista,
na situação de reforma
"Pouco se fala hoje em dia nestas coisas mas é bom
que para preservação do nosso orgulho como Portugueses,
elas não se esqueçam"
Barata da Silva, Vice-Comodoro
 |
HONRA E GLÓRIA
e
nota de óbito |
Elementos cedidos
pelo PQ Pedro
Castanheira
Fotos do arquivo do
Sargento-Mor PQ Serrano
Rosa e
outros elementos
cedidos pelo veterano JC
Abreu dos Santos |
Faleceu no dia 22 de Novembro de 2022 o veterano
Américo Taliscas
Coronel de Infantaria Pára-Quedista na situação de
reforma

Guiné:
Mar1967 a Set1968
Comandante
do 3.º Pelotão da
Companhia
de Caçadores Pára-Quedistas 121
Batalhão de
Caçadores Pára-Quedistas 12 «UNIDADE
E LUTA»
Zona Aérea
de Cabo Verde e Guiné
«ESFORÇO E VALOR»
Angola:
Set1969 a Set1972
Comandante
do 1.º Pelotão da
2.ª
Companhia de Caçadores
Pára-Quedistas
Batalhão de
Caçadores Pára-Quedistas 21 «GENTE
OUSADA MAIS QUE QUANTAS»
2.ª Região
Aérea «FIDELIDADE E GRANDEZA»
Angola:
02Fev a 10Nov1975
Comandante
da
2.ª
Companhia de Caçadores
Pára-Quedistas
Batalhão de
Caçadores Pára-Quedistas 21
«GENTE OUSADA MAIS QUE QUANTAS»
2.ª Região
Aérea
«FIDELIDADE E GRANDEZA»
Cruz de
Guerra de 1.ª classe
Cruz de
Guerra de 1.ª classe colectiva
Batalhão de
Caçadores Pára-Quedistas 12
Cruz de
Guerra de 2.ª classe
3 Medalhas
Comemorativas das Campanhas e
Comissões de Serviços Especiais, com
as legendas "Guiné 1967 - 68",
"Angola 1969 - 72" e "Angola 1975"
Prémio
‘Heróis de Portugal’

Américo
Taliscas, Coronel de Infantaria
Pára-Quedista na situação de
reforma, nascido no dia 7 de Janeiro
de 1945, na freguesia de Cumeeira,
concelho de Penela, distrito de
Coimbra;
Em
20 de Janeiro de 1966, ingressou no
Regimento de
Caçadores
Pára-Quedistas (RCP – Tancos) «QUE
NUNCA POR VENCIDOS SE CONHEÇAM»;
No período de Janeiro de 1966 a
Junho de 1966 frequenta na Escola
Prática de Infantaria (EPI - Mafra)
«AD UNUM», o Curso de Oficiais
Milicianos (COM);
No período de 22 de Julho a 16 de
Setembro de 1966, frequenta na
Regimento de Caçadores
Pára-Quedistas (RCP - Tancos) «QUE
NUNCA POR VENCIDOS SE CONHEÇAM» o
36.º Curso de Paraquedismo Militar,
após a sua conclusão, obteve o
brevet n.º 4120;


Em
01 de Dezembro de 1966, promovido a
Alferes Miliciano Pára-Quedista;
Em Março de 1967, mobilizado pelo
Regimento de Caçadores
Pára-Quedistas (RCP – Tancos) «QUE
NUNCA POR VENCIDOS SE CONHEÇAM» para
servir
Portugal na Província Ultramarina da
Guiné, como comandante do 3.º
Pelotão da Companhia de Caçadores
Pára-Quedistas 121 (CCP121) do
Batalhão de Caçadores Pára-Quedistas
12 (BCP12) «UNIDADE E LUTA» da Zona
Aérea de Cabo Verde e Guiné (ZACVG)
«ESFORÇO E VALOR»;
Pela Portaria de 26 de Janeiro de
1968, louvado e agraciado com a
Medalha da Cruz de Guerra de 1.ª
classe (louvor publicado na Ordem de
Serviço n.º 59, de 09 de Março de
1968, do Batalhão de Caçadores
Pára-Quedistas 12 (BCP12) «UNIDADE E
LUTA»):

Alferes
Miliciano Pára-quedista
AMÉRICO TALISCAS
Medalha da
Cruz de Guerra de 1.ª Classe
Por
Portaria de 26 de Janeiro de 1968
Louvado sob proposta do Comandante
Chefe das Forças Armadas da Guiné,
pelas excepcionais qualidades de
homem e militar de que tem dado
relevantes provas durante cerca de
um ano em que tem prestado serviço
na província da Guiné.
O seu caracter reto, a sua
camaradagem, múltiplas vezes
confirmada, o seu espírito franco e
leal, o seu sentido de disciplina e
do dever, a sua coragem moral e
física, de que deu sobejas provas,
fazem dele um oficial de eleição.
Comandando um grupo de combate em
operações, sempre o Alferes Taliscas
se achou à frente dos seus homens no
assalto e nas fases críticas do
combate. Era o primeiro no lugar e
na agressividade, na coragem
tranquila, na
modéstia
com que referia os seus feitos,
procurando manter-se sempre num tom
apagado, que o levava por vezes a
não relatar os atos de coragem em
que se achou diretamente envolvido.
A par das funções que lhe eram
próprias, ao Alferes Taliscas pode
atribuir-se o abate de elementos
inimigos em circunstâncias
particularmente difíceis, que o seu
sangue-frio resolveu sempre a seu
favor.
Quando o fogo do inimigo era mais
perigoso e intenso, mais o Alferes
Taliscas se expunha e galvanizava os
seus homens. Quando se tratava de
proteger uma retirada, ficava para o
fim, quando era preciso atacar, ia à
frente. Os exemplos de coragem em
operações foram de todos os dias e
de todos os momentos.
De realçar, pelo seu especial
significado, o acontecido durante a
operação “RELAMPAGO”, quando o
Alferes Taliscas abriu a porta de
uma morança e se viu frente a frente
com um elemento inimigo que lhe
apontava uma arma ao peito. Sem uma
hesitação e sem dar tempo para
reagir, abateu-o não deixando que
surpresa alguma o perturbasse e lhe
roubasse o sangue frio.
Ao Alferes Taliscas se devem alguns
êxitos mais representativos da
companhia. Por tudo isto, deve ser
considerado um extraordinário
comandante de pelotão de combate
Pára-quedista, ligado aos seus
homens por uma amizade respeitosa e
aos seus camaradas e superiores por
uma sólida amizade e estima pelos
seus méritos.
Este oficial prestigia de forma
notável as Tropas Pára-quedistas.
Por tudo isto, e porque a sua ação,
considerada brilhante e altamente
honrosa, resultam prestígio para a
Força Aérea e admiração e
reconhecimento das outras Forças
Armadas, o Alferes Américo Taliscas
merece ser apontado como exemplo.
Em 7 de Fevereiro de 1968, perante
as Forças Armadas Portuguesas
reunidas em parada na Praça do
Império, defronte do Palácio do
Governo, em Bissau, foi-lhe imposta
a Medalha da Cruz de Guerra de 1.ª
classe:

Clique na imagem que se segue para
ampliação



No dia 11 de Abril de 1968, na
parada do Batalhão de Caçadores
Pára-Quedistas 12 (BCP12) «UNIDADE E
LUTA», o Brigadeiro Arnaldo Schultz,
Governador e Comandante-Chefe das
Forças Armadas da Guiné,
por delegação
expressa do Presidente da República
Portuguesa, condecorou o Estandarte
do Batalhão de Caçadores
Pára-Quedistas (BCP12) com a Medalha
da Cruz de Guerra de 1.ª Classe,
in página 144 do livro do BCP12;

No dia 10 de Junho de 1968, perante
as Forças Armadas Portuguesas
reunidas em parada no Terreiro do
Paço, em Lisboa, portador do
estandarte do Batalhão de Caçadores
Pára-Quedistas 12 (BCP12) «UNIDADE E
LUTA», sua Ex.ª o Presidente da
República, Almirante Américo Deus
Rodrigues Thomaz, colocou naquele
estandarte a insígnia da Cruz de
Guerra de 1.ª classe;


Em Setembro de 1968, regressa à
Metrópole;

Agraciado
com a Medalha Comemorativa das
Campanhas e Comissões de Serviços
Especiais, com a legenda “Guiné 1967
– 68”;
Em Setembro de 1969, mobilizado para
servir Portugal na Província
Ultramarina de Angola, como
comandante do 1.º Pelotão da 2.ª
Companhia de Caçadores
Pára-Quedistas (2ªCCP) do Batalhão
de Caçadores Pára-Quedistas 21
(BCP21) «GENTE OUSADA MAIS QUE
QUANTAS», da 2.ª Região Aérea
(2ªRA))
«FIDELIDADE E GRANDEZA»;

Em 01 de Dezembro de 1969, promovido
a Tenente
Miliciano Pára-Quedista;
Em Setembro de 1972, regressa à
Metrópole;
No período de 1972 a 1974, frequenta
na Academia
Militar
(AM) «DULCE ET DECORUM
EST PRO
PATRIA MORI» o Curso de Infantaria;
Em 01 de Dezembro de 1972, promovido
a Capitão Miliciano Pára-Quedista;
Em 28 de Dezembro de 1972, louvado
por feitos em combate no teatro de
operações de Angola, por despacho do
General Comandante-Chefe das Forças
Armadas de Angola, de 28 de Dezembro
de 1972;
Agraciado com a Medalha da Cruz de
Guerra de 2.ª classe, publicado na
Ordem de Serviço n.º 09, do
Comando-Chefe das Forças Armadas de
Angola (CCFAA), de 30 de Dezembro de
1972 e no Diário do Governo n.º 89 –
2.ª série, de 06 de Abril de 1973:

Tenente
Miliciano Pára-quedista
AMÉRICO TALISCAS
Medalha da Cruz de Guerra de 2.ª
Classe
Ordem de Serviço n.º 09 do
Comando-Chefe das Forças Armadas de
Angola (CCFAA) de 30 de Dezembro de
1972
Por despacho de 28 de Dezembro de
1972, o General Comandante-Chefe
louvor:
O Tenente Mil.º Pára-quedista
AMÉRICO TALISCAS, do BCP 21, pelas
invulgares qualidades de coragem,
elevado sentido do cumprimento do
dever e doação de si próprio,
exuberantemente demonstradas no
comando de um pelotão de combate no
T.O. de Angola.
De realçar a relevância da sua acção
na operação “ALTERNATIVA VERDE”,
quer pela maneira rápida e eficaz
como montou uma emboscada que
provocou baixas ao inimigo, quer
pela pronta e decidida perseguição
que moveu aos elementos em fuga.
Face a uma forte reacção adversa e
encontrando-se em posição
desvantajosa no terreno, manobrou,
sempre à frente das forças de que
dispunha, com notável argúcia e
invulgar sentido táctico,
lançando-se, em seguida, com
decisão, sangue frio e total
desprezo pelo perigo, no assalto à
posição ocupada pelo inimigo que se
pôs em debandada.
Igualmente na perseguição dum
numeroso grupo inimigo que se havia
infiltrado em território nacional,
logrou estabelecer o contacto e,
apesar de as suas forças serem
numericamente inferiores e de o IN
ter reagido com apoio de armas
pesadas, soube evoluir com serena
energia debaixo de fogo e transmitir
nos homens que comandava tal
destemor e agressividade. Que
desbaratam totalmente o grupo de
terroristas provocando-lhe baixas e
capturando-lhe diverso material de
guerra.
Profundo conhecedor das técnicas de
contra-guerrilha, o Tenente TALISCAS
confirmou excelentes qualidades de
combatente e reúne em si as melhores
virtudes militares, devendo ser
apontado entre os quais honram e
melhor servem a Nação e as tropas
Pára-quedistas.
Em 10 de Junho de 1973, perante as
Forças Armadas Portuguesas reunidas
em parada no Terreiro do Paço, em
Lisboa, foi-lhe imposta a Medalha da
Cruz de Guerra de 2.ª classe;

Em primeiro
plano: o Tenente Mil.º Pára-Quedista
Américo Taliscas a ser cumprimentado
após a imposição da Cruz de Guerra
de 2.ª classe

Agraciado
com a Medalha Comemorativa das
Campanhas e
Comissões
de Serviços Especiais, com a legenda
“Angola 1969 – 72”;
Em 1973, agraciado com o “Prémio
Heróis de Portugal;
Em 02 de Fevereiro de 1975,
mobilizado para servir Portugal na
Província Ultramarina de Angola,
como comandante da 2.ª Companhia de
Caçadores Pára-Quedistas
(2ªCCP)
do Batalhão de Caçadores
Pára-Quedistas 21 (BCP21) «GENTE
OUSADA
MAIS QUE QUANTAS», da 2.ª Região
Aérea
(2ªRA) «FIDELIDADE E
GRANDEZA»;
Em Julho de 1975, ingressa no Quadro
Permanente de Infantaria, como
Alferes de Infantaria Pára-Quedista,
graduado em Capitão de Infantaria
Pára-Quedista;

Em 1975, louvado pelo
Comandante-Chefe das Forças Armadas
de Angola pelo trabalho desenvolvido
pela sua Companhia, principalmente
nas Operações "CARMONA/NEGAGE", que
decorreu no período de 31 de Julho a
08 de Agosto de 1975, e “MOÇÂMEDES”
– operação de extracção de
populações e militares, que sucedeu
no período de 15 a 29 e Outubro de
1975;
Clique no sublinhado que se segue
para visualização do conteúdo:
“MOÇÂMEDES”:
14 - 19Out1975
(cedido pelo veterano JC Abreu
dos Santos)
Em 10 de Novembro de 1975, regressa
à Metrópole;
Louvado pelo Comandante-Chefe da 2.ª
Região Aérea (2ªRA), a bordo do
navio ‘Niassa’, publicado na Ordem
de Serviço n.º 6 do ‘Niassa’, de 18
de Novembro de 1975:

Por
proposta do Comandante da 2.ª Região
Aérea que seja louvado o Oficial
abaixo indicado pelas qualidades
militares demonstradas durante a sua
comissão de serviço no BCP 21.
Comandado a 2ªCCP desde a sua
chegada a Luanda, revelou-se desde o
primeiro momento um Comandante de
eleição pois que, possuindo
excelentes qualidades de comando,
organização e disciplina, tacto e
presuacção e preocupando-se
sistematicamente com o bem-estar dos
seus subordinados, tornou-se para
estes o chefe militar admirado e a
seguir.
No campo operacional da sua acção
com evidentes reflexos na sua
Companhia, foi sempre de molde a
colocar bem alto o nome das Tropas
Pára-quedistas, muito em especial na
colaboração dada na retirada das
últimas Tropas do Exército de
Carmona para Luanda e na protecção
fornecida a civis num prolongado
destacamento e Moçâmedes no mês de
outubro de 1975.
Oficial enérgico, criterioso, leal
íntegro e possuidor de elevados
conhecimentos técnico-Profissionais
é o Capitão Taliscas um chefe de
eleição que nesta sua comissão de
serviço colocou sempre bem alto o
nome das Tropas Pára-quedistas sendo
de toda a justiça realçar a sua
acção em público louvor, o:
CAPITÃO PÁRA-QUEDISTA AMÉRICO
TALISCAS

Agraciado com a Medalha Comemorativa
das Campanhas e Comissões de
Serviços Especiais, com a legenda
“Angola 1975”;
Comandou várias unidades de
Pára-Quedistas e comandou o Batalhão
da Guarda Fiscal;
Em 29 de Janeiro de 1999, nomeado
como Comandante do Regimento de
Infantaria 15 (RI15 – Tomar) «FIRMES
E CONSTANTES»;
Em 01 e Fevereiro de 2006, passou à
situação de reforma.
Faleceu no dia 22 de Novembro de
2022.
Paz à sua Alma
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Por altura do falecimento do Coronel
de Infantaria PQ Américo Taliscas, o
Tenente-Coronel Miguel Machado
escreveu o seguinte:
“Morreu
hoje aos 77 anos de idade o Coronel
Paraquedista Américo Taliscas. Os
meus sentimentos à Família e Amigos.
Não pretendo escrever sobre a
carreira do Coronel Taliscas, outros
o conhecem muito melhor que eu, na
guerra e na paz, e certamente o
farão com maior propriedade e
conhecimento.
Publico esta foto do
Serrano Rosa
como sentida homenagem, e uma
história real, simples, mas
reveladora do que foi a acção do
Capitão Taliscas na sua última
comissão em Angola na descolonização
em 1975, depois de ter combatido na
Guiné (1967-68) e em Angola
(1969-72).
Algures nos finais dos anos 80,
naqueles serões de São Jacinto, no
Clube, questionado sobre factos da
descolonização pelos então jovens
tenentes que não a conheceram,
Américo Taliscas relatou sem
qualquer gabarolice ou arrogância
uma série de eventos passados no Sul
de Angola, quando a 2.ª CCP e mais 2
Grupos de Combate do BCP 21 sob o
seu comando foram destacados para
Moçâmedes.
Em linhas gerais, simplificando –
ainda haverá aqui muita gente viva
que participou nesta operação –
tratava-se de fazer embarcar via
aérea e marítima, refugiados
portugueses e angolanos daquele
importante porto para Luanda.
Motivo, a “coluna Sul-Africana”
(exército da República da África do
Sul, FNLA, antigos Flechas,
mercenários) estava já próxima, o
MPLA controlava a cidade,
dificultava a saída dos portugueses,
a companhia do Exército no local
estava inoperante, temia-se o pior
no confronto que se avizinhava.
O capitão Taliscas – 31 anos de
idade – logo autoridade máxima no
local pela força dos seus
paraquedistas entra na cidade quase
cercada (os páras foram
transportados desde Luanda num
petroleiro da Armada e uma fragata
deu apoio), estabelece contactos
informais com os “sul-africanos”
(entre os quais um antigo comando e
um antigo paraquedista portugueses),
deixou mesmo um seu oficial
subalterno como “oficial de ligação”
junto dos sul-africanos para evitar
qualquer equívoco, e garantiu um
compasso de espera: “ok, after you
leave”, que é como quem diz “só
atacamos depois de vocês saírem”.
As forças do MPLA foram controladas,
várias vezes pela força dos páras, e
os portugueses com seus bens (só
viaturas ligeiras eram mais de
1.000) embarcaram em vários navios e
aviões rumo a Luanda. Missão
cumprida, depois dos últimos civis
embarcarem e os navios largarem os
paraquedistas regressam a Luanda via
aérea. Moçâmedes foi depois ocupada
pela coluna “sul-africana”.
Mas não acaba aqui a minha história!
20 anos depois de ouvir este relato,
estava eu na Liga dos Combatentes em
Torres Vedras e um sócio que muitas
vezes lá se deslocava, já com
bastante idade, refugiado de Angola
em 1975, ao saber que eu era
paraquedista começa a enaltecer os
boinas verdes de uma maneira, com um
sentimento, comovido, que até me
arrepiei quando disse uma e outra
vez “salvaram-me a vida e à minha
família”! Justifica descrevendo
episódios dramáticos – que aqui não
vou reproduzir – passados em Outubro
de 1975…em Moçâmedes! O senhor
Marques Alves (também já falecido)
confirmou até com detalhes mais
sentidos e mesmo cruéis, tudo o que
Américo Taliscas tinha dito aos
tenentes naquela noite na BOTP 2,
unidade da qual foi um dos
fundadores.
Até sempre meu Coronel, o senhor faz
há muito parte da História das
Tropas Paraquedistas e se a boina
verde tem o significado que tem
hoje, também a si se deve, como tão
bem o senhor Marques Alves descreveu.”
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