
Nuno
da Costa Tavares Machado
Alferes Mil.º de
Artilharia, n.º 07349365
Comandante de pelotão da
Companhia de Artilharia 1613
Batalhão de
Artilharia 1896
«BRAVOS E SEMPRE
LEAIS»
Guiné: 18Nov1966 a 28Dez1967 (data
do falecimento)
Louvor Individual (26Out1967)
Cruz de Guerra de
3.ª classe
(título póstumo)
Louvor Individual (07Mar1968)
(título póstumo)
Nuno da Costa
Tavares Machado, Alferes Mil.º de
Artilharia, n.º 07349365, natural da
freguesia da Sé Nova, concelho de
Coimbra, filho de Alzira Assis
Teixeira da Costa
Tavares
Machado e de Deolindo de Sousa
Machado, solteiro;
Mobilizado pelo Regimento de
Artilharia Pesada 2 (RAP2 – Vila
Nova de Gaia) «BRAVOS E SEMPRE
LEAIS» para servir Portugal na
Província Ultramarina da Guiné;

No dia 12 de Novembro de 1966, na
Gare Marítima da Rocha do Conde de
Óbidos, em Lisboa, embarcou no NTT
‘Niassa’, como comandante de
pelotão
da Companhia de Artilharia 1613
(CArt1613) do Batalhão de Artilharia
1896 (BArt1896) «BRAVOS E SEMPRE
LEAIS», rumo ao estuário do Geba
(Bissau), onde desembarcou no dia 18
de Novembro de 1966;
A sua subunidade de artilharia,
comandada pelo Capitão Mil.º
Graduado de Artilharia Fausto
Manteigas da Fonseca Ferraz
(falecido em 24 de Dezembro de
1966,
no Hospital Militar 241, em Bissau),
substituído pelo Capitão de
Artilharia Eurico de Deus Corvacho,
seguiu em 03 de Dezembro de 1966
para a região de S. João, onde
permaneceu até 15 de Janeiro de
1967, a fim de efectuar uma
instrução de adaptação operacional
sob
orientação
do Batalhão de Caçadores 1860
(BCac1860) e tomar parte em
operações realizadas naquela área;
em 02 de Fevereiro de 1967, seguiu
para Teixeira Pinto, tendo sido
atribuída em reforço do Batalhão de
Cavalaria 1905 (BCav1905) «OS
DRAGÕES», instalando-se, de 08 a 13
de Fevereiro de 1967, em Jolmete com
vista à realização de uma operação
naquela zona de acção, após o que
recolheu a Bissau; em 05 de Março de
1967, seguiu novamente para o sector
do Batalhão de Cavalaria 1905
(BCav1905)
«OS DRAGÕES» a fim de efectuar
operações na região do Jol, até 28
de maio de 1967; em 30 de Abril de
1967, seguiu para Buba, a fim de
reforçar o dispositivo do seu
batalhão com vista á intensificação
do esforço na região do Forreá e
actuar sobre a linha de infiltração
do Guileje, com um pelotão destacado
para
Cumbijã,
em reforço da guarnição local; em 02
de maio de 1967, mantendo o pelotão
em Cumbijã, foi instalada em
Colibuia, dentro da mesma missão
anterior
e onde substituiu um pelotão da
Companhia de Caçadores 1622
(CCac1622); em 30 de Junho de 1967,
foi transferida para Guileje, para
onde já se deslocara o pelotão de
Cumbijã, em 17 de Junho de 1967,
rendendo naquele subsector a
Companhia de Caçadores 1477
(CCac1477);
Louvado por feitos em combate no
teatro de operações da Guiné,
publicado na Ordem de Serviço n.º
48, de 26 de Outubro de 1967, do
Quartel-General do Comando
Territorial Independente da Guiné;
Faleceu no dia 28 de Dezembro de
1967, em Guileje, na lala do rio
Tenheje, em consequência de
ferimentos em combate;
Está inumado no cemitério de
Agramonte, concelho do Porto.
Paz à sua Alma
Louvado, a título póstumo, por
feitos em combate no teatro de
operações da Guiné, publicado na
Ordem de Serviço n.º 10, de 07 de
Março de 1968, do Quartel-General do
Comando Territorial Independente da
Guiné;
Agraciado com a Medalha da Cruz de
Guerra de 3.ª classe, pela Portaria
de 19 de Janeiro de 1971, publicada
na Ordem do Exército n.º 4 - 2.ª
série, página 451, de 15 de
Fevereiro de 1971 e referenciado no
Jornal do Exército n.º 137, página
59, de Maio de 1971:
Alferes
Miliciano de Artilharia
NUNO DA COSTA TAVARES MACHADO
CArt1613/BArt1895 - RAP2
GUINÉ
3.ª CLASSE (Título póstumo)
Transcrição da Portaria publicada na
Ordem do Exército n.º 4 - 2.ª série,
de 15 de Fevereiro de 1971.
Por Portaria de 19 de Janeiro de
1971:
Condecorado com a Cruz de Guerra de
3.ª classe, a título póstumo, ao
abrigo dos artigos 9.º e 10.º do
Regulamento da Medalha Militar, de
28 de Maio de 1946, por serviços
prestados em acções de combate na
Província da Guiné Portuguesa, o
Alferes Miliciano de Infantaria,
Nuno da Costa Tavares Machado, da
Companhia de Artilharia n.º 1613 do
Batalhão de Artilharia n.º1895 -
Regimento de Artilharia Pesada n.º
2.
Transcrição dos louvores que
originaram a condecoração.
a) Publicado na Ordem de Serviço n.º
48, de 26 de Outubro de 1967, do
Quartel-General do Comando
Territorial Independente da Guiné:
Louvado o Alferes Miliciano de
Artilharia, Nuno da Costa Tavares
Machado, da Companhia de Artilharia
n.º 1613 do Batalhão de Artilharia
n.º1895 - Regimento de Artilharia
Pesada n.º 2, porque, sempre se tem
mostrado um oficial voluntarioso e
excepcionalmente dotado para a
actividade operacional, revelando em
todas as operações com contacto, em
que tem tomado parte, possuir
qualidades de coragem, sangue-frio,
decisão e serena energia debaixo de
fogo.
Encontrando-se por vezes em
deficientes condições físicas,
nunca, e apesar de para o facto de
lhe ser chamada a atenção pelo seu
Comandante de Companhia, deixou de
acompanhar o seu Grupo de Combate.
Comandante do Grupo de Combate, tipo
"Comando", da Companhia, "Os
Lordes", conseguiu incutir nos seus
homens a sua voluntariedade, o seu
espírito de sacrifício e a sua
coragem e decisão nas situações de
combate.
Na operação "Refrega", deslocando-se
como normalmente, no grupo da frente
do seu Grupo de Combate, conseguiu
mais uma vez dinamizar, pelo
exemplo, os que sob as suas ordens
seguiam. Durante o contacto com o
inimigo, que se revelou bem
instalado no terreno e fortemente
armado, estando o seu Grupo de
Combate a ser directamente visado
pelo fogo inimigo, manteve-se sempre
de peito descoberto, mostrando
autêntico desprezo pelo perigo e
incitando os seus homens com
palavras e pelo exemplo, conseguiu
que à nova ordem de ataque fosse
rompido o semi-envolvimento em que o
grupo de assalto se encontrava,
repelindo o inimigo e que o seu
Grupo entrasse, com ímpeto, no
objectivo.
Corajoso, entusiasta, valente e
excelente camarada, merece o Alferes
Tavares Machado a consideração em
que é tido pelos seus superiores,
iguais e subordinados.
b)
Publicado na Ordem de Serviço n.º
10, de 07 de Março de 1968, do
Quartel-General do Comando
Territorial Independente da Guiné:
Louvado, a título póstumo, o Alferes
Miliciano de Artilharia, Nuno da
Costa Tavares Machado, da Companhia
de Artilharia n.º 1613 do Batalhão
de Artilharia n.º 1895 - Regimento
de Artilharia Pesada n.º 2, porque,
durante o tempo em que prestou
serviço naquela Companhia, mostrou
sempre ser um Oficial dinâmico e
inteligente, orientando toda a sua
actuação pelo espírito de bem
cumprir e dando, na execução de
todos os serviços, um exemplo de
militar possuidor de elevada noção
do dever.
Tendo-se oferecido voluntariamente
para comandar o Grupo de Combate
tipo "Comandos" da Companhia, "Os
Lordes", distinguiu-se na sua
formação e na preparação do seu
pessoal pelo espírito de
combatividade que lhe incutiu, o que
veio a produzir excelentes efeitos
nas várias operações em que tomou
parte.
Dotado de elevados dotes de
carácter, sólidos princípios morais,
grande competência e lealdade,
impulsionou sempre com o maior
entusiasmo os seus homens, quer no
estacionamento, quer nas operações.
Praticando em elevado grau a
camaradagem, tratando os seus
subordinados com moderação, mas
exigindo-lhes o máximo rigor no
cumprimento dos seus deveres, deu
sobejas provas de Oficial
competente, desembaraçado, dedicado
e zeloso pelo serviço, disciplinado
e disciplinador.
Durante a operação "Relance", mais
uma vez demonstrou ser possuidor da
maior coragem, valentia e desprezo
pelo perigo, dinamizando pelo
exemplo e por palavras aqueles que
sob as suas ordens serviam. Estando
o seu Grupo de Combate a ser visado
por intenso fogo inimigo, o Alferes
Machado, de pé, indiferente ao
perigo da acção do inimigo e com os
seus homens a seguirem-lhe o
exemplo, começa a organizar a
reacção conseguindo logo uma quebra
no ímpeto de combate das primeiras
posições do inimigo. Quando se vai
iniciar o assalto, novas posições
inimigas se revelam e, novamente,
dinamiza pelo exemplo os seus homens
e indica aos seus apontadores de
metralhadora e lança-granadas, os
locais onde o inimigo mais se revela
e que mais urgente se torna bater.
Um tiro do inimigo atinge o
lança-granadas provocando o
rebentamento da granada que dentro
dele se encontrava, pondo o seu
apontador por terra e em chamas. O
Alferes Machado, indiferente ao
perigo, num acto de abnegação e de
verdadeira dedicação aos seus
homens, correu para ele tentando-o
salvar e é neste momento que é
atingido por um tiro inimigo, de que
resulta a sua morte.
Perdeu a sua Companhia um brilhante
oficial, porém, teve a rara
felicidade de ter conhecido e
contado no seu efectivo com um
exemplo vivo das virtudes militares
na sua mais forte expressão, pois
decisão e coragem moral, audácia,
valentia e abnegação até ao extremo,
com uma naturalidade impressionante,
sempre foram os predicados do
Alferes Tavares Machado.
