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Condecorações

Afonso de Sousa Gil, Furriel Mil.º de Infantaria, da CCac2758/BII19

 

"Pouco se fala hoje em dia nestas coisas mas é bom que para preservação do nosso orgulho como Portugueses, elas não se esqueçam"

 

Barata da Silva, Vice-Comodoro

 

HONRA E GLÓRIA

 

 

Afonso de Sousa Gil

 

Furriel Mil.º de Infantaria
 

Companhia de Caçadores 2758

«MAIS ALÉM»

 

Moçambique: 17Ago1970 a 28Ago1972

 

Cruz de Guerra de 3.ª classe

 

Louvor Individual

 

Afonso de Sousa Gil, Furriel Mil.º de Infantaria, nascido no dia 20 de Agosto de 1948, no lugar do Vidigal, na freguesia de Pousos, concelho de Leiria;


Mobilizado pelo Batalhão Independente de Infantaria 19 (BII19 - Funchal) «DADO AO MUNDO POR DEUS QUE TODO O MANDE PARA O MUNDO A DEUS DAR PARTE GRANDE» para servir Portugal na Província Ultramarina de Moçambique;


No dia 22 de Julho de 1970, na Gare Marítima de Alcântara, embarcou no NTT ‘Niassa’, integrado na Companhia de Caçadores 2758 «MAIS ALÉM», rumo ao porto de Nacala, onde desembarcou no dia 17 de Agosto de 1970;


A sua subunidade de Infantaria, comandada pelo Capitão Miliciano Arantes e Oliveira (substituído pouco tempo depois pelo Alferes Miliciano Graduado em Capitão, Manuel Fonseca Barbosa), ao passar por Lourenço Marques, foi recompletada com 41 praças do recrutamento de Moçambique; após o desembarque em Nacala, foi colocada em Muera (local da ex-base Nampula, abandonada pelo inimigo, em resultado da operação "Nó Górdio", efectuada no planalto dos Macondes de 01 de Julho de 03 de Agosto de 1970), sob o comando operacional do Batalhão de Artilharia 2901 (BArt2901) «ALEA JACTA EST» e a partir de Março de 1971, do Batalhão de Cavalaria 3837 (BCav3837) «PERGUNTAI AO INIMIGO QUEM SOMOS», que naquele mês rendera o primeiro, em Nangololo (subsector BNG); ali, também ficou instalada, na mesma data, a Companhia de Artilharia 2744 (CArt2744) «O CÉU, A TERRA E AS ONDAS ATROANDO»; cerca de meia hora após a chegada, o aquartelamento foi atacado com Morteiros 60 mm e 82 mm, causando baixas às Nossas Tropas e prejuízos materiais; numa zona de elevada subversão violenta, através de minas nos itinerários, emboscadas e ataques ao aquartelamento, efectuou acções conjuntamente com a Companhia de Artilharia 2744 (CArt2744) «O CÉU, A TERRA E AS ONDAS ATROANDO», com prioridade para a abertura do itinerário Muera - Miteda - Mueda, (foram detectados e destruídos ou desactivados muitos engenhos explosivos, alguns accionados inadvertidamente causaram baixas à Companhia) e patrulhamentos nas regiões de Nemamboca e Golé e vale do rio Muera, que resultaram a destruição de muitos acampamentos e meios de vida do inimigo, nomeadamente as operações "Caça", "Carga 1", "Clarão", "Estrela", "Açor" e "Orfeu 2 Gama"; participou em: "Nova Oportunidade" (a norte da picada Miteda - Capoca), "Insistência" (Muatide), "Estrela D' Alva" - 2.ª fase (vales dos rios Nido e Lipulua), "Orfeu 2" (a norte de Nangololo - resultou baixas inimigas e captura de material de guerra) e "Orfeu 3" (Nangololo — destruídos muitos hectares de milho); em 4 de Maio de 1971, extinto o aquartelamento de Muera, foi transferida para Chipera, sede do Batalhão de Caçadores 3843 (BCac3843) «MAIS E MELHOR», (subsector GCP) ficando sob o seu comando; em 9 de Julho de 1971, montou base em Gago Coutinho, a fim de participar na operação "Marte", efectuada na zona fronteiriça com a Zâmbia, resultando a destruição da base Cassuende, de muitos acampamentos, de meios de vida, baixas inimigas, e captura de material de guerra e grande volume de documentos; em 12 de Agosto de 1971, regressou a Chipera; a partir de 14 de Agosto de 1971, o subsector de Chipera, passou a designar-se CODCB (Comando Operacional da Defesa de Cabora Bassa) «VIGILANTES E DECIDIDOS», com sede em Estima; efectuou acções nas regiões de Chipera e proximidades, dos rios Nhimbe, Capoche, Mefidze e Nhancapirire e imediações de Cabora Bassa, nomeadamente as operações "Ribalta 2 e 3", "Festival 1, 3 e 4", "Fixe", "Mochila 3, 4 e 6", "Procura 5", "Faina 4", "Fardo 1", "Flecha 4", "Procura 4", "Marmita 1, 3 e 4", "Raposa 1 a 4", "Ferrolho 1 a 4" e "Acção 20 a 23"; participou, entre outras, nas operações "Moda Nova" e "Festa Rija" realizadas na zona do rio Mefidze; na última foi destruída a base Chitosse e vários celeiros de milho; em Agosto de 1972, foi rendida em Chipera, pela Companhia de Caçadores 4241/72 (CCac4241/72) «EXCELENTE E VALOROSO» - «A HISTÓRIA DE NÓS FALARÁ»;


No dia 28 de Agosto de 1972, no aeroporto da cidade da Beira, embarcou em avião dos
Transportes Aéreos Militares de regresso à Metrópole, tendo desembarcado no aeroporto de Figo Maduro;


Louvado por feitos em combate na Província Ultramarina de Moçambique, por despacho de 29 de Abril de 1974, publicado na Ordem de Serviço n.º 38, de 10 de Maio de 1974, do Quartel-General da Região Militar de Moçambique;


Agraciado com a Medalha da Cruz de Guerra de 3.ª classe, por despacho do Comandante-Chefe das Forças Armadas de Moçambique, de 28 de Junho de 1974, publicado na Ordem do Exército n.º 31 – 3.ª série, de 1974.

 

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Cruz de Guerra de 3.ª classe

 

Furriel Miliciano de Infantaria
AFONSO DE SOUSA GIL
 

CCac2758 - BII19
MOÇAMBIQUE

 
3.ª CLASSE


Transcrição do Despacho publicado na Ordem do Exército n.º 31 – 3.ª série, de 1974.


Agraciado, com a Cruz de Guerra de 3.ª classe, nos termos do artigo 20.º do Regulamento da Medalha Militar, promulgado pelo Decreto n.º 566/71, de 20 de Dezembro de 1971, por despacho do Comandante-Chefe das Forças Armadas de Moçambique, de 28 de Junho de 1974, o Furriel Miliciano de Infantaria, Afonso de Sousa Gil, da Companhia de Caçadores n.º 2758 - Batalhão Independente de Infantaria n.º 19.


Transcrição do louvor que originou a condecoração.


(Publicado na Ordem de Serviço n.º 38, de 10 de Maio de 1974, do Quartel-General da Região Militar de Moçambique):


Por seu despacho de 29 de Abril de 1974, louvou O Furriel Miliciano de Infantaria, Afonso de Sousa Gil, da Companhia de Caçadores n.º 2758 - Batalhão Independente de Infantaria n.º 19, pela maneira brilhante como se comportou ao longo de vinte e dois meses de comissão, sempre em zona de subversão muito activa.


Comandando interinamente e por diversas vezes, um pelotão destacado da sua Companhia, revelou-se um óptimo orientador de homens, inteligente, dotado de notável espírito de iniciativa, muito competente e eficiente no cumprimento de todas as missões que lhe foram confiadas.


Destaca-se a sua acção numa coluna de reabastecimentos em que gravemente ferido numa emboscada, reagiu prontamente pelo fogo, ao mesmo tempo que orientava os seus homens na perseguição do inimigo. Só depois de ter feito o reconhecimento à zona, ver o estado do seu pessoal e montar a segurança, se preparou para receber os primeiros socorros até ser evacuado.


Distinguiu-se ainda por várias vezes nas muitas acções em que tomou parte, revelando em combate muita agressividade, coragem, sangue-frio, serena energia debaixo de fogo, espírito de sacrifício, abnegação e dinamismo no comando dos seus homens.
 

 

 

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