António Monteiro Miranda, Furriel Mil.º de
Infantaria, n.º 428/64, nascido na localidade de
Burgo,
da freguesia de Várzea da Ovelha e Aliviada, concelho de
Marco de Canaveses, filho de Armando Teixeira Miranda e
de Maria da Glória, solteiro;
Mobilizado pelo Regimento de Artilharia Ligeira 1 (RAL1
- Sacavém) «EM PERIGOS E GUERRAS ESFORÇADOS» - «NÃO
FALTA CERTO NOS PERIGOS» para servir Portugal na
Província Ultramarina da Guiné;
No
dia 17 de Julho de 1963, na Gare Marítima da Rocha do
Conde de Óbidos, em Lisboa, embarcou no NTT ‘Niassa’,
integrado num dos pelotões da Companhia de Artilharia
495 «EM PERIGOS E GUERRAS ESFORÇADOS», rumo ao estuário
do Geba (Bissau), onde desembarcou no dia 22 de Julho de
1963;

A sua subunidade de artilharia, comandada pelo Capitão
de Artilharia Ângelo Rafael Leiria Pires, após curta
permanência em Bissau e sendo atribuída ao
Batalhão
de Caçadores 513 (BCac513) «CEDER NUNCA», seguiu em 25
de Setembro de 1963 para o subsector de Aldeia Formosa,
então criado, onde substituiu um pelotão da Companhia
de
Caçadores 414 (CCac414) «SEMPRE EXCLENTES E VALOROSOS»;
em 25 de Outubro de 1963, um pelotão foi destacado para
ocupar a povoação de Colibuia e em 04 de Fevereiro de
1964 e 23 de Fevereiro de 1964 outros pelotões ocuparam
também as povoações de Guileje e Cumbijã, aquela após
sobreposição com a Companhia de Caçadores 726 (CCac726);
Faleceu no dia 23 de Novembro de 1964 em Guileje, em
consequência de ferimentos em combate;
Está inumado no cemitério de Várzea da Ovelha, concelho
de Marco de Canaveses.
Louvado, a título póstumo, por feitos em combate,
publicado na Ordem de Serviço n.º 6, de 11 de Maio de
1965, do Comando-Chefe das Forças Armadas da Guiné
Portuguesa;
Agraciado com a Medalha da Cruz de Guerra de 1.ª classe,
a título póstumo, pela Portaria de 24 de Maio de 1965,
publicada na Ordem do Exército n.º 22 – 3.ª série, de
1965:
Furriel
Miliciano de Infantaria
ANTÓNIO MONTEIRO MIRANDA
CArt495/BCac513 - RAL1
GUINÉ
1.ª CLASSE (Título póstumo)
Transcrição da Portaria
publicada na Ordem do Exército n.º 22 – 3.ª série, de
1965.
Por Portaria de 24 de Maio de 1965:
Manda o Governo da República Portuguesa, pelo Ministro
do Exército, condecorar com a Cruz de Guerra de 1.ª
classe, ao abrigo dos artigos 9.º e 10.º do Regulamento
da Medalha Militar, de 28 de Maio de 1946, por serviços
prestados em acções de combate na Província da Guiné
Portuguesa:
O Furriel Miliciano de Infantaria, António Monteiro
Miranda, da Companhia de Artilharia n.º 495 atribuída ao
Batalhão de Caçadores n.º 513 - Regimento de Artilharia
Ligeira n.º 1, a título póstumo.
Transcrição do louvor que
originou a condecoração.
(Por Portaria da mesma data publicada naquela Ordem do
Exército):
Manda o Governo da República Portuguesa, pelo Ministro
do Exército, adoptar para todos os efeitos legais, o
seguinte louvor conferido em Ordem de Serviço n.º 6, de
11 de Maio de 1965, do Comando-Chefe das Forças Armadas
da Guiné Portuguesa, a título póstumo, ao Furriel
Miliciano de Infantaria, António Monteiro Miranda, da
Companhia de Artilharia n.º 495 atribuída ao Batalhão de
Caçadores n.º 513 - Regimento de Artilharia Ligeira n.º
1, pela excepcional bravura, coragem, decisão, serena
energia debaixo de fogo e sangue-frio com que sempre se
houve em todas as missões que lhe foram confiadas,
missões para as quais sempre se oferecia como voluntário
e com o desejo expresso de seguir na testa das colunas.
Sempre pronto para colaborar entusiasticamente com os
seus chefes e dotado de elevadas qualidades morais e
militares, teve acção de realce nas emboscadas de
Bancobuje, em 08 de Novembro de 1964 e Baiana, em 15 de
Novembro de 1964, pelo incitamento que deu aos homens da
sua Secção, sendo o primeiro no assalto e na perseguição
aos elementos inimigos fugitivos, missões em que correu
riscos de vida, lançando-se à corrente impetuosa do rio,
sem hesitações e perseguindo o inimigo quando este
reagia pelo fogo.
Na operação em que selou a sua abnegação com a vida e
para a qual se oferecera voluntariamente, desta feita
para conduzir tropa recém-chegada à Província, ele era o
primeiro da vanguarda, procurando nesta posição incitar
o avanço dos militares inexperientes no mato que o
seguiam.
A sua morte foi sentida por todos os militares da sua
Companhia, bem como por todos os Caçadores nativos e
população de Guileje, tendo em todos provocado o desejo
expresso e definitivo da vitória sobre o inimigo comum.