António Leal Cardoso, Soldado de Infantaria, n.º
747/64;
Mobilizado
pelo Regimento de Infantaria 16 (RI16 - Évora) «CONDUTA
BRAVA E EM TUDO DISTINTA» para servir Portugal na
Província Ultramarina da Guiné;
No
dia 08 de Outubro de 1964, na Gare Marítima da Rocha
do Conde de Óbidos, em Lisboa, embarcou no NTT ‘Niassa’,
integrado na Companhia de Caçadores 727 (CCac727), rumo
ao estuário do Geba (Bissau), onde desembarcou no dia 14
de Outubro de 1964;
A
sua subunidade de infantaria, comandada pelo Capitão de
Infantaria Joaquim Evónio Rodrigues de Vasconcelos, após
curta permanência em Bissau, efectuou, simultaneamente,
uma instrução de adaptação operacional nas regiões de
Có-Pelundo e Prábis (sector de Bissau), tendo destacado,
em 18 de Novembro de 1964, um pelotão para Madina do
Boé, em
reforço
do Batalhão de Caçadores 506 (BCac506); em 05 de
Dezembro de 1964, seguiu para Nova Lamego, ficando
atribuída ao Batalhão de Caçadores 506 (BCac506) e
depois ao Batalhão de Caçadores 512 (BCac512) «HONRA E
GLÓRIA», como subunidade de intervenção e reserva do
sector; reforçou, seguidamente, as guarnições de
Buruntuma e Piche,
além
de Madina do Boé e tomou parte em operações realizadas
nas regiões de Nova Lamego, Buruntuma e Madina do Boé,
nomeadamente numa
emboscada montada na estrada
Madina
do Boé - Gobije, em 30 de Janeiro de 1965, em que causou
elevado número de baixas ao inimigo; em 19 de Fevereiro
de 1965 foi substituída na missão de intervenção e
reserva do sector pela Companhia de Artilharia 731
(CArt731) do Batalhão de Artilharia 733
(BArt733)
«VALOROSOS AUDAZES E CORAJOSOS»; em 18 de Fevereiro de
1965, iniciou o deslocamento para Canquelifá, a fim de
substituir um pelotão da
Companhia
de Caçadores 509 (CCac509), assumindo, em 25 de
Fevereiro de 1965, a responsabilidade do respectivo
subsector, então criado, ficando integrada no
dispositivo e manobra do Batalhão de Caçadores 512
(BCac512) «HONRA E GLÓRIA» e depois
do
Batalhão de Cavalaria 705 (BCav705); destacou pelotões
para destacamentos em Dunane, de 25 de Fevereiro a 20 de
Maio de 1965 e Sinchã Jidé, de 20 de Maio a 22 de
Agosto
de 1965 e ainda efectivos para Cantiré, Sinchã Joté, por
períodos curtos e variáveis; em 22 de Agosto de 1965,
foi substituída, por troca, pela Companhia de Caçadores
817 (CCac817) «TODOS POR UM» - «SEMPRE EXCELENTES E
VALOROSOS» e assumiu a responsabilidade do subsector de
Piche, com efectivos destacados na ponte do rio Caium e,
temporariamente,
em Dunane, em reforço da guarnição
local,
mantendo-se no mesmo sector do Batalhão de Cavalaria 705
(BCav705) «CAVALEIROS MARINHOS» - «SUAVITOR IN MODO
FORTIFER IN RÉ» e depois na dependência do Batalhão de
Caçadores 1856 (BCac1856) «UBI GLORIA OMNE PERICULUM
DULCE»; em 05 de Agosto
de
1965, foi substituída transitoriamente por dois pelotões
da Companhia de Caçadores 1567 (CCac1567) «NO EXEMPLO
ESTARÁ A NOSSA GLÓRIA» até à chegada da Companhia de
Caçadores 1586 (CCac1586) «OS JACARÉS» e recolheu
seguidamente a Bissau, a fim de efectuar o embarque de
regresso.
Louvado por feitos em combate no teatro de operações da
Guiné, publicado na Ordem de Serviço n.º 5, de 05 de
Maio de 1965, do Comando-Chefe das Forças Armadas da
Guiné Portuguesa;
Agraciado com a Medalha da Cruz de Guerra de 1.ª classe,
pela Portaria de 12 de Abril de 1966, publicada na Ordem
do Exército n.º 13 – 3.ª série, de 1966:
Soldado
de Infantaria, n.º 747/64
ANTÓNIO LEAL CARDOSO
CCac727/BCac512 - RI16
GUINÉ
1.ª CLASSE
Transcrição da
Portaria publicada na Ordem do Exército n.º 13 – 3.ª
série, de 1966.
Por Portaria de 12 de Abril de 1966:
Manda o Governo da República Portuguesa, pelo Ministro
do Exército, condecorar com a Cruz de Guerra de 1.ª
classe, ao abrigo dos artigos 9.º e 10.º do Regulamento
da Medalha Militar, de 28 de Maio de 1946, por serviços
prestados em acções de combate na Província da Guiné
Portuguesa:
O Soldado n.º 747/64, António Leal Cardoso, da Companhia
de Caçadores n.º 727 adstrita ao Batalhão de Caçadores
n.º 512 - Regimento de Infantaria n.º 16.
Transcrição do
louvor que originou a condecoração.
(Por Portaria da mesma data, publicada naquela 0rdem do
Exército):
Manda o Governo da República Portuguesa, pelo Ministro
do Exército, adoptar para todos os efeitos legais, o
seguinte louvor conferido em Ordem de Serviço n.º 5, de
05 de Maio de 1965, do Comando-Chefe das Forças Armadas
da Guiné Portuguesa, ao Soldado n.º 747/64, António Leal
Cardoso, da Companhia de Caçadores n.º 727 adstrita ao
Batalhão de Caçadores n.º 512 - Regimento de Infantaria
n.º 16, porque, na emboscada sofrida pelas nossas tropas
em 30 de Janeiro de 1965, quando apenas ele e outro
elemento da sua Secção se encontravam em condições de
combater, reagiu com fogo bastante denso contra numeroso
e bem armado grupo inimigo.
Instalou-se no lado contrário ao da emboscada, a
escassos metros da estrada e, apesar de ter sido
localizado e alvejado por cerrado fogo, continuou a
reagir vigorosamente.
Foi encontrado ferido num joelho, o que não diminuiu o
seu espírito combativo, pois ainda depois disso abateu
um elemento inimigo que procurava atravessar a estrada.
Depois de ter assim contribuído para que fossem
sensíveis as baixas do inimigo, impedindo-o de assaltar
a viatura, passou a noite no local da emboscada,
percorrendo no dia seguinte 7 quilómetros a pé e
atingindo o quartel com grande dificuldade devido ao
ferimento sofrido.
Deu este militar provas de grande serenidade, coragem,
sangue-frio e agressividade que devem ser apontados como
exemplo aos seus camaradas.
Ministério do Exército, 12 de Abril de 1966. O Ministro
do Exército, Joaquim da Luz Cunha.
No dia 07 de Agosto
de 1966, embarcou no NTT ‘Uíge’ de regresso à
Metrópole, onde desembarcou no dia 12 de Agosto de 1966.