Amílcar Dias Gomes de Bastos, Alferes
Mil.º de Infantaria, cmdt. de pelotão da CCac797
"Pouco se fala hoje
em dia nestas coisas mas é bom que para
preservação do nosso orgulho como Portugueses,
elas não se esqueçam"
Barata da Silva, Vice-Comodoro

Amílcar
Dias Gomes de Bastos
Alferes Mil.º de Infantaria
Comandante de pelotão da
Companhia de Caçadores 797
«CAMELOS»
«O INIMIGO TEME SEMPRE QUEM NÃO O MOSTRAR TEMER»
Guiné: 28Abr1965 a 19Jan1967
Cruz de Guerra de 1.ª
classe
Louvor Individual
Amílcar Dias Gomes de Bastos, Alferes
Mil.º de Infantaria;
Mobilizado
pelo Regimento de Infantaria 1 (RI1 - Amadora) «UBI
GLORIA, OMNE PERICULUM DULCE» para servir Portugal
na
Província Ultramarina da Guiné;
No dia 23 de Abril de 1965, na Gare Marítima da Rocha do
Conde de Óbidos, em Lisboa, embarcou no NTT ‘Uíge’, como
como comandante de pelotão da Companhia de Caçadores 797
(CCac797) «CAMELOS» - «O INIMIGO TEME SEMPRE QUEM NÃO O
MOSTRAR TEMER», rumo ao
estuário
do Geba (Bissau), onde desembarcou no dia 28 de Abril de
1965;
A
sua subunidade de infantaria, comandada pelo Capitão de
Infantaria Carlos Alberto Idães Soares Fabião; Após o
desembarque, seguiu imediatamente para Tite, onde
substituiu a Companhia de Caçadores 423
(CCac423),
em 29 de Abril de 1965, ficando com a missão de
intervenção e reserva do Batalhão de Caçadores 599
(BCac599) e depois do
Batalhão
de Caçadores 1860 (BCac1860) e guarnecendo com um
pelotão o destacamento de Enxudé; na função de
intervenção, tomou parte em diversas operações
efectuadas no sector, de que se destacam as acções nas
regiões
de
Gã Saúde e Jufá, em que capturou 2 metralhadoras e 14
espingardas e nas regiões de Bissálão, Gampari e Gã
Formoso: em 20 e 26 de Abril de 1966, por troca por
fracções com a
Companhia
de Cavalaria 677 (CCav677), foi colocada em S. João
mantendo o pelotão de Enxudé e destacando ainda um
pelotão para Jabadá, de 13 de Maio a 30 de Maio de 1966;
em 30 Maio de 1966 e 03 de Junho de 1966, foi rendida
pela Companhia e Caçadores 1566
(CCac1566)
«EXECELENTES E VALOROSOS», por fracções, deslocando-se
então para Nhacra; em 06 de Junho de 1966, assumiu a
responsabilidade Maiade do subsector de Nhacra, com
destacamentos
em Safim e João Landim, rendendo a Companhia de
Cavalaria 1484 (CCav1484) «VONDADE E AUDÁCIA» e ficando
integrada no dispositivo e manobra do Batalhão de
Caçadores 1876 (BCac1876)
«DETERMINAÇÃO
– TENACIDADE – AGRESSIVIDADE», com vista à segurança e
protecção das instalações e das populações da área; em
16 de Janeiro de 1967, foi rendida no subsector de
Nhacra pela Companhia de Caçadores 1487 (CCac1487), a
fim de efectuar o embarque de regresso.
Em 19 de Janeiro de 1967, regressou à Metrópole;
Louvado e agraciado com a Medalha da Cruz de Guerra de
1.ª classe, por feitos em combate no teatro de operações
da Guiné, pela Portaria de 14 de Março de 1967,
publicada na Ordem do Exército n.º 7 – 2.ª série, página
746, de 01 de Abril de 1967, e referenciado no Jornal do
Exército n.º 89, página 36, de Maio de 1967:
Alferes
Miliciano de Infantaria
AMÍLCAR DIAS GOMES DE BASTOS
CCac797 - RI1
GUINÉ
1.ª CLASSE
Transcrição da Portaria
publicada na Ordem do Exército n.º 7 – 2.ª série, página
746, de 01 de Abril de 1967.
Por Portaria de 14 de Março de 1967:
Condecorado com a Cruz de Guerra de 1? classe, ao abrigo
dos artigos 9.º e 10.º do Regulamento da Medalha
Militar, de 28 de Maio de 1946, por serviços prestados
em acções de combate na Província da Guiné Portuguesa, o
Alferes Miliciano de Infantaria, Amílcar Dias Gomes de
Bastos, da Companhia de Caçadores n.º 797 integrada no
dispositivo e manobra do Batalhão de Caçadores n.º 1876
— Regimento de Infantaria n.º 1.
Transcrição do louvor que
originou a condecoração.
(Por Portaria da mesma data, publicada naquela Ordem do
Exército, páginas 767 e 768):
Louvado o Alferes Miliciano de Infantaria, Amílcar Dias
Gomes de Bastos, da Companhia de Caçadores n.º 797
integrada no dispositivo e manobra do Batalhão de
Caçadores n.º 1876 — Regimento de Infantaria n.º 1, pela
audácia, coragem, decisão, sangue-frio e espírito de
sacrifício que sempre revelou frente ao inimigo nas
numerosas acções de combate em que esteve empenhado
quando a sua Companhia actuou como Companhia de
intervenção do Sector S1.
Comandando o grupo de assalto, com forte personalidade,
arrojo, valentia e eficiência, soube transformá-lo numa
força coesa, audaz e fortemente agressiva.
Entre outras, são de destacar, pelo completo êxito que
representaram para as nossas tropas, os assaltos aos
acampamentos inimigos de "Jufá", "Gã Saúde" e
"Guebambol", efectuados, respectivamente, a 6 e 7 de
Junho de 1965, a 20 e 21 de Junho de 1965 e a 9 e 10 de
Janeiro de 1966 e, ainda, durante a operação da
travessia do rio Louvado, debaixo de uma forte acção
inimiga, no regresso de um golpe de mão efectuado contra
as instalações do inimigo na tabanca do Bissilão.
Nesta última, é de realçar o facto do Alferes Miliciano
Gomes de Bastos haver acompanhado a força
voluntariamente - a fim de que a mesma não fosse apenas
integrada por um oficial, dado que o seu Comandante de
Companhia e o comandante do 2.º Grupo de Combate se
encontravam doentes apesar de o seu estado de espírito
se encontrar profundamente abalado pela notícia
recebida, algumas horas antes, do falecimento de sua
mãe.
Quando o Comandante da força foi ferido gravemente e o
inimigo ameaçou, perigosamente, o dispositivo, dada a
circunstância de grande parte do pessoal se encontrar
enterrado no lodo do rio e a quase totalidade das armas
inoperacionais, devido à água e à lama, assumiu -
vencendo com notável estoicismo e abnegação o estado de
depressão nervosa e prostração em que se encontrava - o
comando da força e, graças à sua forte personalidade,
coragem, decisão, serena energia debaixo de fogo,
lucidez e sangue-frio, restabeleceu a calma entre o
pessoal, organizou o dispositivo de defesa e dirigiu a
manobra da transposição do rio, conseguindo suster o
ímpeto do inimigo, que, após duas horas de forte pressão
sobre as nossas tropas, acabou por ser rechaçado.
À extraordinária acção do Alferes Miliciano Gomes de
Bastos, em tão grave situação, se ficou a dever que a
sua Companhia, com um reduzido número de baixas, não
sofresse um iminente desastre, que ele soube evitar que
se concretizasse.
