Manuel Jorge de Carvalho Sampaio Faria,
Tenente Mil.º de Cavalaria 'Comando'
"Pouco se fala hoje
em dia nestas coisas mas é bom que para
preservação do nosso orgulho como Portugueses,
elas não se esqueçam"
Barata da Silva, Vice-Comodoro
HONRA E GLÓRIA |
Elementos cedidos pelo veterano
JC Abreu dos
Santos
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Manuel Jorge de
Carvalho Sampaio Faria
Tenente Mil.º de
Cavalaria 'Comando'
3.ª Companhia de
Comandos
«A SORTE PROTEGE OS
AUDAZES»
Guiné: 30Jun1966 a 29Abr1968
Cruz de Guerra de 1.ª
classe
Louvor Individual
Medalha de Promoção
por Distinção
Cruz de Guerra de 1.ª
classe
(Título colectivo)

Manuel Jorge
de Carvalho Sampaio Faria,
Tenente Mil.º de Cavalaria 'Comando'.
Mobilizado pelo Regimento de
Artilharia Ligeira 1 (RAL1) «EM PERIGOS E GUERRAS ESFORÇADOS» para
servir
Portugal na Província Ultramarina da Guiné;
No dia 24 de
Junho de 1966, na Gare Marítima da Rocha do Conde de Óbidos, em
Lisboa, embarcou no NTT 'Manuel Araújo', rumo ao estuário do Geba
(Bissau), como comandante de
pelotão da 3.ª Companhia de
Comandos «A SORTE PROTEGE OS AUDAZES», onde desembarcou no dia 30 de Junho de
1966;
Louvado e
condecorado com a Medalha da Cruz de Guerra de 1.ª classe, pela
Portaria de 16 de Agosto de 1967, publicado na Ordem do Exército n.º
18 - 2.ª série, de 1967.
Promovido a
Tenente Mil.º de Cavalaria 'Comando', por distinção, pela Portaria
de 25 de Abril de 1968, publicada na Ordem do Exército n.º 11,
página 1358, de 1 de Junho de 1968 e na Revista da Cavalaria do ano
de 1968, páginas 73 e 74;
No dia 29 de
Abril de 1968, regressou à Metrópole;
Medalha da
Cruz de Guerra de 1.ª classe atribuída, a título colectivo, à 3.ª
Companhia de Comandos - Decreto n.º 48409, publicado no Diário do
Governo n.º 129 - 1.ª série, de 30 de Maio de 1968 e na Ordem do
Exército n.º 11 - 2.ª série, de 1 de Junho de 1968.
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Cruz de Guerra
de 1.ª classe
Alferes
Miliciano de Cavalaria
MANUEL JORGE DE CARVALHO SAMPAIO FARIA
3ªCCmds - RAL1
GUINÉ
1.ª CLASSE
Transcrição da Portaria publicada na Ordem do Exército n.º 18 —
2.ª série, de 1967.
Por Portaria de 16 de
Agosto de 1967:
Condecorado com a Cruz de Guerra de 1.ª classe, ao abrigo dos artigos
9.º e 10.º do Regulamento da Medalha Militar, de 28 de Maio de 1946, por
serviços prestados em acções de combate na Província da Guiné
Portuguesa, o Alferes Miliciano de Cavalaria, Manuel Jorge de Carvalho
Sampaio Faria, da 3.ª Companhia de Comandos, Regimento de Artilharia
Ligeira n.º 1.
Transcrição do louvor que originou a condecoração.
(Por Portaria da mesma data, publicada naquela Ordem do Exército):
Louvado o Alferes Miliciano de Cavalaria, Manuel Jorge de Carvalho
Sampaio Faria, da 3.ª Companhia de Comandos, Regimento de Artilharia
Ligeira n.º 1, pois, com a sua extraordinária capacidade de chefia, com
faci-lidade conseguiu imprimir no seu Grupo de Comandos uma
agressividade disciplinada, que sabe tirar o melhor rendimento no
aproveitamento do terreno, no movimento, no assalto, na entreajuda. É
sempre o primeiro no assalto e o último na retirada. Em combate e
debaixo de fogo, todos os elementos do seu grupo de comandos o procuram
com os olhos, habituados que estão às suas decisões rápidas e
eficientes, demonstrando assim quanta confiança depositam nele e o
elevado nível de disciplina que os liga. Essa disciplina debaixo de fogo
só é possível quando os homens são comandados por um verdadeiro Chefe.
Com a sua forte personalidade, que assenta na coragem moral e física e
no verdadeiro sentido de missão, leva todos os seus homens a cumprirem
integralmente, sejam quais forem as dificuldades ou circunstâncias.
Na operação "Valquíria" demonstrou possuir o Alferes Comando, Sampaio
Faria, uma invulgar coragem, rara decisão, sangue-frio, serena energia
de-baixo de fogo, pois à frente do seu Grupo de Comandos não hesitou em
atravessar uma zona de morte densamente batida por fogo de morteiros
para ir em auxilio de um outro Grupo de Comandos que tinha sido
fortemente emboscado.
Na operação "Champanhe", mais uma vez foi pródigo no seu raro espírito
de sacrifício, pois, embora doente e clinicamente aconselhado como
inoperacional, não consentiu em ser substituído no comando do seu Grupo
e nunca se notou no decorrer da operação qualquer exteriorização do seu
sofrimento.
É o Alferes Comando Sampaio Faria um exemplo vivo de dinamismo,
serenidade, sangue-frio, total desprezo pela vida debaixo de fogo em
todas as situações de combate em que entrou, digno da Pátria, que serve
e merece.
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3.ª
Companhia de Comandos
Identificação:
3ªCCmds
Unidade
Mobilizadora:
Regimento de
Artilharia Ligeira 1 (RAL1 - Lisboa)
Comandante:
Capitão Mil.º
de Infantaria Comando
Álvaro Manuel Alves Cardoso
Partida:
Embarque no
dia 24 de Junho de 1966; desembarque no dia 30 de Junho
de 1966
Regresso:
Embarque em no
dia 29 de Abril de 1968
Síntese da
Actividade Operacional
Após o
desembarque, instalou-se em Brá (Bissau), onde
inicialmente se dedicou à construção dos alojamentos
próprios e, simultaneamente, a realizar uma instrução de
aperfeiçoamento e adaptação nas regiões de Prábis e
Nhacra.
Em princípios de Agosto de 1966, iniciou a fase de
treino operacional, que incluiu a realização de
operações nas regiões de Nova Sintra - Tite - Jabadá e
Jugudul - Ponta Bará e que culminou com a entrega das
insígnias de "comando" em 2 de Novembro de 1966.
Em virtude dos efectivos da subunidade se terem
sucessivamente reduzido devido ao desgaste sofrido, foi
formado novo pessoal de recompletamento, com entrega das
insígnias em 28 de Março de 1967.
Com a sua sede em Bissau, como subunidade de intervenção
e reserva do Comando-Chefe, actuou em diversas áreas com
efectivos de 1 a 4 pelotões, algumas vezes por
helitransporte e em coordenação com a Força Aérea, ou em
situação de reforço a diversos batalhões.
Efectuou diversas operações nas regiões de
Susana,
Flaque Cibe (Jabadá),
Bissilão (Tite),
Insumeté (Bula),
Choquemone (Bula)
Catió-Cufar,
Tiligi (Bula),
Cabedú,
Jol (Teixeira Pinto),
Oio (Mansabá),
S. Domingos,
Locher (Mansoa),
Poidom (Xime),
Canjambari,
Bambadinca,
Binar-Bula,
Salancaur (Guileje) e
outras.
Pelos resultados obtidos e efectivos envolvidos,
destacam-se as operações
"Vodka",
"Nortada",
"Xerez",
"Bom Sucesso",
"Yungfrau" e
"Rolls-Royce", entre outras, tendo capturado 4
metralhadoras pesadas, 2 metralhadoras ligeiras, 15
pistolas-metralhadoras, 57 espingardas, 2 lança-granadas
foguete e cerca de 9.000 munições de armas ligeiras.
A partir de 8 de Abril de 1968-, cessou a sua actividade
operacional, a fim de aguardar o embarque de regresso.
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- «CORRESPONDÊNCIA
DE MANUEL JORGE DE CARVALHO SAMPAIO FARIA»
- «1968»
- «Contém a carta de Manuel Jorge de Carvalho Sampaio
Faria, de 24 anos de idade, casado, residente no Porto,
dirigida ao Dr. Salazar, a expôr a sua situação.
Frequentava a
Faculdade de Economia quando foi chamado para cumprir o
serviço militar na Guiné.
Esteve 23 meses na
Tropa "Comandos", teve várias distinções.
De regresso a Portugal
passados três anos vê-se sem uma colocação.
O autor solicita
auxílio.»
- «Arquivo
Oliveira Salazar, AOS/CP-105, cx. 962, f. 335-338»
- «DATA DE CRIAÇÃO 13/05/2019 14:41:09»
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