Enfermeiras
Pára-Quedistas Portuguesas
Informação de José
Nunes, da ACUP

Maria Zulmira
Pereira André
Enfermeira
Pára-Quedista,
uma das "6
Marias"
Faleceu no dia
12Set2010
Paz à sua alma!

«Maria Zulmira
André – uma das
“6 Marias”», por
Antonieta
Guerreiro

Maria
Zulmira Pereira André, algarvia, natural de Santa Bárbara de
Nexe, nasceu em 1930. O seu nome ficará para sempre ligado à
história militar
portuguesa. Conhecidas pelas “6 Marias”, Maria Arminda
Pereira, Maria Zulmira, Maria do Céu Policarpo, Maria Ivone
Reis, Maria de Lurdes Rodrigues e Maria Nazaré Mascarenhas,
eram enfermeiras. Chegaram à Base Aérea de Tancos de saia
plissada – os homens riram-se – mas em 1961 foram as
primeiras mulheres portuguesas a receber as boinas verdes.
Depois de visitar os
feridos em Angola, Kaúlza de Arriaga, assumiu a odisseia de
formar, militarmente, as primeiras mulheres. Consideradas
«detentoras de qualidades inatas essenciais: o cuidado, a
generosidade e a delicadeza na abordagem dos feridos, não
podendo ser, por isso, substituídas por homens». Os
requisitos exigidos eram: «serem solteiras e terem boa
formação moral, profissional e religiosa».
Maria Zulmira André,
faleceu no passado dia 12 de Setembro, deixa saudades junto
dos colegas e alunos da Escola Superior de Enfermagem São
Francisco das Misericórdias. Deixa saudades nos familiares e
amigos. Entre os 28 e os 37 anos, saltou de pára-quedas,
viajou entre Portugal, Angola, Moçambique e a Guiné,
efectuando viagens que duravam mais de 20 horas dentro de um
avião, salvou vidas e amparou as famílias dos soldados
caídos em combate. Quais anjos vindos do céu, estas mulheres
cuidavam de crianças, mulheres, idosos e dos jovens soldados
feridos. Eram elas que os traziam de volta. Quantos soldados
regressaram às suas casas e sobreviveram, fisicamente, à
guerra pelas mãos destas mulheres? – Entre elas, está esta
algarvia, nexense.
Os laços que ligam a
minha família à sua perduram há três gerações. A amizade que
ligava a minha avó, à sua tia e à sua mãe era uma afeição
verdadeira. As três já faleceram e Zulmira junta-se a elas
no último voo, desta vez ascendente. Ressalvo que,
contrariando a tendência das homenagens póstumas, há mais de
6 meses, defendi que à escola primária de Santa Bárbara
deveria ser dado o nome de “Tenente Enfermeira Pára-quedista
Maria Zulmira Pereira André”, por quanto a sua história de
vida é digna de registo e de boa memória colectiva, pela sua
fortaleza de carácter e pela coragem que teve em romper com
os tabus existentes em prol da Vida. Independentemente das
posições políticas e ideológicas sobre a Guerra do Ultramar
fica a expectativa, principalmente, numa altura em que tanto
se fala de igualdade de oportunidades entre os géneros,
temos aqui uma mulher digna de referência.
Autora: Antonieta
Guerreiro - Deputada pelo PSD à AR
Fonte:
http://www.oalgarve.com/%C2%ABmaria-zulmira-andre-%E2%80%93-uma-das-%E2%80%9C6-marias%E2%80%9D%C2%BB/
Nota: A imagem supra foi extraída da revista "Única"
do jornal
Expresso, de 15
de Agosto de
2008, com
seguinte legenda:
"Zulmira André e Maria
Ivone cumprimentam a directora da Escola de Enfermagem das
Missionárias de Maria. Sem o apoio de madre Santa Adosinda,
nunca Maria de Lourdes teria concluído o curso"